sexta-feira, 8 de julho de 2011

P73 Em nome do povo, matam o povo

Tudo em nome do povo...que está no poder, é claro...
Após quase um mês sem colocar outro texto, devo dizer que estes períodos tem a finalidade única de constatar de forma inequívoca a atual degradação política a que estamos submetidos pela simples leitura das notícias apresentadas nos meios de comunicação nesse curto tempo passado. O termo atual aqui se refere aos últimos 20 anos, quando fomos envolvidos pelas promessas de partidos falando em renovação e moralização da vida nacional e desde então tudo o que vimos foi a desmoralização progressiva da nação e administrações seguidas que se pautam pelo exercício de um latrocínio puro e simples, a que a classe política brasileira chama de "democracia", enquanto que grupos de jornalistas subalternos a isso coroam com o nome de "cidadania".
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Qualquer observador atento ao que se passa na vida nacional em pouco menos de um mês vê uma profusão de notícias sobre corrupção e degradação social, que apenas precisa escolher quais dos fatos noticiados são mais dignos de nota para ter a mais absoluta convicção de que uma renovação radical na vida nacional é mais que urgente.
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Tudo é feito pelas autoridades em nome do povo, que dizem que é assistido pela constituição cidadã. Na verdade uma grande farsa política, essa constituição mostrada na foto por um dos mais incensados enganadores do povo brasileiro, o finado deputado Ulisses Guimarães, visou tão somente permitir que os três poderes do Brasil num momento único de transição de poder, ao invés de realmente protegerem o povo brasileiro, protegessem apenas as próprias ambições, criando uma falsa constituição que longe de defender o povo, defendeu apenas prerrogativas, privilégios e a impunidade total dos que a redigiram. Não é por acaso que a assembléia constituinte de 1988 é por alguns críticos chamada de "assembléia prostituinte" tamanho foi o balcão de negócios que se tornou e tudo "em nome do povo".
Isso foi em 1988. Durante 23 anos a nação tem suportado o assalto de dinastias políticas centenárias, obstinadas na corrupção, pois esse é seu único meio de vida, na verdade uma herança familiar.
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Nos dias de hoje, nesses poucos dias passados é possível escolher as incontáveis notícias que infelicitam a todos. Folheando os jornais do mês, só como exemplo vemos que quadrilhas dentro de prefeituras já são coisa comum. De cidades pequenas a cidades grandes de norte a sul, a Polícia Federal se desloca em seu já monótono trabalho de busca e captura dos elementos denunciados, sem nenhum entusiasmo pois sabe da impunidade que todos os acusados desfrutarão. Os acusados, que com igual ar de monotonia e tédio deixam-se prender, já aconselhados por advogados também moralmente comprometidos ou envolvidos nas denúncias, mostram a que ponto chegou a tomada dos meios de governo por bandidos diplomados. Tudo em "nome do povo".
O congresso nacional prossegue sem a menor vontade de mudar, mas sim de persistir no caminho que iniciou há duas décadas, de rapinagem da nação, de proteção de interesses pessoais e recrutamento de bandidos disfarçados de "representantes do povo", assistido por instituições e agremiações das mais diversas, que com discursos vazios e inúteis, procuram apenas tomar parte no assalto às riquezas da nação, com seus bacharéis mais graduados oferecendo seus serviços, pelos quais esperam o pagamento. Aliás, no Brasil moderno a graduação de um bacharel passou a equivaler a receber carteira para cometer assaltos com seus autores protegidos por prerrogativas.
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Entre a rápida e arriscada carreira do assaltante de bancos exposto a todos os perigos e a lenta mas segura carreira de rapinagem política e jurídica protegida por um diploma e por prerrogativas que garantem a impunidade vai uma grande diferença. A diferença de que o assaltante de bancos mostra notável coragem pessoal. É o que os distingue nos dias de hoje.

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Existem os idealistas, fiéis a seus juramentos à Justiça? Existem e alguns até mesmo pagam com a vida por essa coragem, tais como discípulos modernos de juristas que marcaram época na história do Brasil com sua honra, coragem e honestidade, mas só eles não serão suficientes para vencermos todas essas quadrilhas que não só infestam a vida nacional, como destroem a nação dia a dia com sua rapinagem.
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Protegidos por esses verdadeiros chefes de quadrilhas legislativas, hoje chamados de governantes, que nomeiam parentes e cúmplices em todos os níveis da administração pública, a seu serviço todo o tipo de marginais aliados ou úteis ao poder atacam o povo brasileiro em sua vida diária. Desde ladrões já conhecidos no dia a dia da administração pública tanto em nível federal como municipal, até membros da segurança pública como no mais recente e doloroso caso do
menino assassinado por policiais militares do Rio de Janeiro, cujo corpo tentaram ocultar e que hoje são obrigados a reencenar o crime, para uma mera satisfação da opinião pública. Fazem essas coisas porque sabem que no final, a impunidade assistirá a todos. Dependendo do clamor público, alguns companheiros de bando até podem ser sacrificados, mas em nível nacional, o verdadeiro poder político que a tudo isso assiste e protege, permanece intocado.
JustificarEnquanto isso, no plenário do que chamam de congresso nacional, a bandeira brasileira e as riquezas que mostra estampadas em suas cores permanece ainda prisioneira dessa quadrilha.
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Já é tempo do brasileiro comum entender que de forma alguma esse estado de coisas mudará por
si mesmo. Somente um gesto de ruptura radical, revolucionária mesmo, porá fim a esse estado de coisas e derrubará essas falsas instituições, resgatando essas cores para o verdadeiro lugar de honra e trabalho que merecem, junto com a nação brasileira e seu povo.

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