terça-feira, 11 de agosto de 2009

P22 Casa da traição

Não é uma casa da nação, é um esconderijo...

Já se arrastam por mais de um mês os problemas e denúncias do que aconteceu na casa chamada de congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ) onde o senador José Sarney reaparece tranqüilo depois dos acertos com os principais poderes da república, em especial com o presidente Lula e os principais "bispos" do PT e do PMDB, todos unidos na busca de manter como sempre inalteradas as mais atrasadas estruturas políticas do Brasil desde que isso resulte em lucro pessoal e político para seus partidos e para os próprios acertantes do acordo do "salvem-se todos e esqueçam-se os crimes".

Criado para defender os interesses do povo e acima de tudo, com leis justas e atos de coragem até mesmo a integridade territorial de uma nação, a definição de congresso nacional perdeu completamente seu significado no Brasil dos dias de hoje, onde um grupo de pseudos senadores, que estariam mais bem descritos como jogadores de um cassino clandestino, jogam todas as cartas em favor do que se pode chamar de crimes econômicos, a saber, os crimes que resultam em ganhos financeiros propriamente ditos para eles e seus apaniguados e crimes políticos, esses traição pura e simples da nação brasileira.
Parece certo lembrar que como um país de imensa grandeza territorial e com recursos minerais ainda em boa parte inexplorados, pouco a pouco o Brasil, por maquinações e acertos dos seus dirigentes políticos, vai sendo lentamente cercado por uma conjunção de fatos políticos e físicos, que instiga a insolência de qualquer poder estrangeiro.

Enquanto o esconderijo que chamam de congresso nacional redige leis e aceita acordos internacionais que rebaixam sempre o Brasil frente a poderes estrangeiros, essa imensa reserva de recursos minerais, mais do que necessária, vital aos países ditos centrais como Estados Unidos e Europa, vai sendo a partir desses dias observada com a presença física de tropas estrangeiras.

Em movimentação ainda pouco explanada pelos analistas mais afeitos a estudos militares, o exército americano começa a executar mais uma das etapas de ocupação da Amazônia com a instalação de 7 bases militares em território colombiano, a pretexto de combater o narco-tráfico, coisa que poderia muito bem ser feita apenas por agrupamento de policiais do DEA, a agência anti-drogas americana em colaboração com grupamentos policiais colobianos.

O que interessa agora é a definitiva presença ostensiva de unidades militares americanas para a tarefa de assentamento de bases definitivas, cooptação direta de militares colombianos, infiltração de agentes de inteligência americana como civis na região amazônica e a coleta contínua de informações sobre a situação política, social e militar da região como um todo. Tudo é claro, disfarçado de "combate ao narco-tráfico".
O que parece normal aos dóceis repórteres brasileiros, que nada estranham nem nada comentam de forma incisiva com denúncias que sejam contundentes dessa movimentação, iniciada em meados da década de 90 com a presença das primeiras unidades avançadas do exército americano em território paraguaio nas chamadas "missões de treinamento".

Só com um poder político solapado por uma corrupção generalizada tal movimentação teria sido possível. Um congresso como o brasileiro, chafurdando em denúncias é um poder dos mais indicados para ajudar nessa traição. E para completar a tarefa, aumenta em milhares de vagas o quadro legislativo de vereadores, que por sua vez tornam-se coletores de fundos para seus superiores imediatos ou seja, as assembléias estaduais, que fazem o mesmo serviço para esse congresso. Esses três poderes em nada diferem de certos animais que afeitos à lama, nela vivem enfiados.

Pior ainda que existem comentaristas de jornais chamados de "prestigiosos", que é claro, com suas verbas publicitárias e equipamentos provenientes de grandes empresas estrangeiras, consideram normal a presença de tropas americanas na região. Com o agradecimento delas sem dúvida.

Lembrando das lições da História, em 1967 esses mesmos "prestigiosos jornais" consideravam o apocalipse em pessoa a presença de Che Guevara nessa mesma região, quando ele se embrenhou nas matas bolivianas para comandar o que seria o princípio de uma insurreição geral da América Latina.

Guevara terminou preso e executado para alegria dos comentaristas da época. Deixando o viés ideológico de lado, a simples presença de um só comandante esquerdista na época era o acontecimento mais terrível que poderia se desenrolar por aqui. Obedientes aos seus patrões, leia-se verbas publicitárias de empresas americanas, todos os comentaristas eram unânimes em sua condenação.

Passados 42 anos, os filhos intelectuais e de sangue desses mesmos comentaristas continuam com o pensamento de sempre ou seja, servilismo e obediência incondicionais a seus patrões estrangeiros, ainda mais que agora os estrangeiros, entre magnatas do ramo e operadoras de telefonia estrangeiras são mesmo donos de fato da maior parte do controle acionário dos "prestigiosos jornais brasileiros".

Che Guevara, por mais utópico e errado que estivesse em sua solitária cruzada, foi corajoso e digno até o fim, preferindo a morte à rendição.
Hoje o que vemos no partido que um dia se propôs a fazer mudanças de impacto, é a aliança firme a certa com tudo o que temos no Brasil que em termos políticos signifique traição e oportunismo em nome do lucro pessoal e prestígio para partidos políticos, hoje transformados em cassinos onde se joga o destino da nação.

Restou como registro histórico nas imagens feitas pelos fotógrafos, a bandeira vermelha que se um dia levantou-se como símbolo de mudança, hoje aparece abaixada como símbolo de adesismo e traição. Pior ainda, caída sobre a mesma lama onde chafurdam esses poderes políticos.
Discordâncias à parte, a memória de Che Guevara não poderia ter tido homenagem melhor do que essa. Ainda que equivocado, vê-se hoje que ele foi um verdadeiro combatente pela sua causa.

Esse sim manteve-se em pé até o fim, diferente dos que hoje, com sua imagem na camiseta, rastejam na lama por vontade própria.