sexta-feira, 24 de outubro de 2014

P113 Ou o punguista ou a batedora de carteiras

Entre o batedora de carteiras e o punguista da esquina...
Aproxima-se o dia do pleito final para presidente da república, a ser disputado entre Dilma Roussef e Aécio Neves.
De um lado aparece Dilma Roussef, firme na defesa de todos os delitos cometidos por seus amigos no poder, mesmo os condenados e pronta para, caso reeleita, continuar a permitir que todos os seus amigos, tanto os que surgiram na antiga e hoje desmoralizada "esquerda renovadora", junto com os membros das piores oligarquias continuem a usar o patrimônio da nação como bem particular para desfrute único e exclusivo de amigos e familiares, desde que assim consiga apoio político. Considera condenados por fraude como José Dirceu como "herói nacional", que dá uma clara idéia de sua índole e de seus seguidores e eleitores.  Acima de tudo é a candidata que vive escorada nos votos do Bolsa-Família e nos dias finais precisou da presença do ex-presidente Lula.
Do outro lado está Aécio Neves, uma espécie de opção de última hora do seu partido, que nem tinha candidato e nem tinha idéia do que dizer na campanha  político e que alçado à condição de "salvador da pátria" pelo seu partido, só na apresentação dos seus pretendidos ministérios sofreu grandes perdas eleitorais, ao mostrar como seu futuro ministro da Fazenda Armínio Fraga e como futuro conselheiro Fernando Henrique Cardoso. De tal forma isso lhe roubou votos, que antes acima de Dilma nas pesquisas, agora está abaixo e com grandes possibilidades de derrota. A única coisa que pode levá-lo à vitória é a insatisfação dos brasileiros, que não tendo outra opção, votarão nele como protesto.
Marina Silva, que ficou pelo caminho depois de uma ascensão meteórica, devido à morte de Eduardo Campos, destruiu a si mesma assim que começou a falar o que pretendia fazer pelo Brasil. Sua retórica de dar incontáveis glebas de terras aos índios, sua conversa ecológica de uma suspeita renúncia à vida moderna, sob o pretexto de defender a Natureza, soou aos ouvidos dos eleitores como o retorno a uma bucólica vida indígena. Pior ainda, Marina vendo a queda nas pesquisas de tal forma se apresentou submissa às comunidades indígenas e prostrou-se mais submissa ainda ao famigerado programa do Bolsa-Família, apresentando-o com tantos aumentos e mais facilidades caso fosse eleita, que aí de fato seus eleitores até a trocaram por Aécio Neves. Encerra de forma melancólica sua trajetória conhecida como a mulher que granjeou eleitores carregando o caixão do finado Chico Mendes e neste ano carregou mais um caixão, o de Eduardo campos.

Criado nos tempos de comando do PSDB, com Fernando Henrique Cardoso como presidente, o Bolsa-Família, longe de ajudar os mais carentes sempre foi na verdade a compra oficial de votos, disfarçada de assistência social "moderna". Sabiam os donos do poder da época que com essa compra de votos teriam eleitorado cativo. E assim foi por dois mandatos. Ao assumir o poder o ex-presidente Lula, que na infância viveu as agruras da fome, soube como ninguém como ampliar os benefícios sociais exatamente com esse propósito, de comprar dezenas de milhões de votos, tática bem sucedida já por dois mandatos dele e um de sua sucessora, prestes a abocanhar o segundo, que também com maestria passa a mensagem de que os brasileiros devem ser miseráveis, mas com alguma "bolsa-qualquer-coisa" garantida, desde que votem no governo.

Entrevistados, os beneficiários do Bolsa-Família, mesmo vivendo em estado de miséria, agradecem o dinheiro que recebem e continuarão votando em quem lhes der dinheiro. A visão de uma nação, como a que tem os habitantes de países civilizados nem sequer lhes passa pela cabeça. O que se vê nas entrevistas é o secular cenário brasileiro, com crianças descalças e sujas só de calção e andando em ruas de terra e com esgoto a céu aberto na frente de casas miseráveis e sentados em suas soleiras os "eleitores" dos governantes, em especial na região do Nordeste. Só pensam com a mão, a mesma que estendem para receber o dinheiro do governo e depois para dar o voto a esse mesmo governo.  Hoje pelo menos 40 milhões de eleitores votam com a única e exclusiva finalidade de continuar recebendo seu parco dinheiro oficial, dado pelo governo que hoje se assemelha a um assaltante de banco, que saindo do assalto com uma malote cheio de dinheiro, joga algumas moedas ao miserável da esquina, para contar com sua simpatia e até mesmo ajuda nos assaltos.
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Ao mesmo tempo, em ação claramente coordenada, os movimentos dos Sem-Terra e Sem-Teto pararam completamente suas invasões assim que a campanha eleitoral começou. O noticiário diário, sempre com notícias de invasões de prédios, terrenos e propriedades rurais passou em branco. É mais do que visível a obediência desses movimentos ao governo federal, que é seu principal financiador de não fazerem novas invasões durante o período eleitoral para não prejudicar a presidente, hoje indiretamente sua maior líder e apoiadora.
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Durante a campanha política, pôde-se ver como todos os candidatos hoje estão reféns dessa esmola oficial de bilhões de reais, desperdiçada todos os anos. Dilma assegurou a manutenção e aumentos dos benefícios, Marina assegurou a mesma coisa e Aécio Neves prodigalizou de tal forma suas promessas sobre benefícios sociais que só faltou garantir a aposentadoria a quem vive do Bolsa-Família.
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A tudo, dando apoio a um ou outro candidato, de preferência qualquer um que também lhes garanta o Bolsa-Família-Verba-Publicitária-Oficial, seguem os órgãos de imprensa do Brasil praticando a sua secular submissão e servidão a quem controlar as chaves do cofre do dinheiro oficial. Até mesmo acusações de que a súbita queda de Aécio Neves nas pesquisas de órgãos como Datafolha e Ibope teriam sido compradas já encontram eco no meio da população.
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Enquanto isso, em contraponto, outros órgãos de imprensa divulgam índices diferentes e manchetes de impacto, com mais revelações de denúncias dos envolvidos na delação premiada dos indiciados na Operação Lava Jato da Polícia Federal, envolvendo Lula e Dilma. Mas são apenas órgãos de imprensa que denunciam seus desafetos, já que tiveram suas ambições anuladas com o partido atualmente no poder. Durante os anos de 1994 a 2002, tais órgãos foram submissos e colaboradores fiéis do partido que hoje está quase de volta ao poder.
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É neste cenário que a nação, tirados os beneficiários dos programas de esmolas oficiais, vai dividida às urnas, para escolher entre eleger a batedora de carteiras ou o punguista da esquina.
Triste mas merecido fim para o povo que sempre se orgulhou de dar um "jeitinho" em tudo.