quarta-feira, 25 de novembro de 2009

P25 Uma pequena nota

Corações e mentes...
Por esses tempos, por conta da doença da minha mãe mal pude escrever neste espaço. Sofrendo há meses com uma enfermidade que piorava a cada dia, ela ficou sob meus cuidados. Foi uma estrada difícil de trilhar, cheia de pedras e espinhos por onde nunca imaginei passar.

Por conta disso raramente pude voltar aqui para alinhavar alguns textos. Nesse tempo todo aprendi da forma mais dolorosa a ser socorrista, enfermeiro, cuidador e tudo mais que uma pessoa idosa e doente precisa.

Enfim, hoje de tarde ela terminou seu sofrimento fechando os olhos para sempre. Cheguei a visitá-la no hospital para onde a levei ontem e me lembro do seu último olhar, o beijo em sua testa e a despedida. Pensei que ainda voltaria para uma próxima visita, o que me causava grande aflição pois um sofrimento assim tem que ter um fim.

E teve hoje. As dores se foram, ficaram só as lágrimas, poucas, que nesses tempos já derramei muitas. Acima de tudo a sensação de alívio de ver um sofrimento assim terminar começa a refazer a alma.

É madrugada, volto para casa para me alimentar um pouco e me refazer e depois desse breve retorno, saio para estar do lado do seu corpo.
Estou tão cansado. Mas essa estrada de lágrimas ficou para trás. Outras virão, mas são coisas da vida.

Mas antes de ser totalmente tomado por esse cansaço, me relembro das denúncias de hospitais abandonados, medicações e ambulâncias superfaturadas, verdadeiras orgias feitas com o dinheiro público destinado a socorrer os que, doentes e aflitos, procuram uma casa de saúde buscando a cura e alívio para seus males.

E por conta disso encontram alí mais doença, mais dor, mais desespero, enquanto políticos criminosos, verdadeiros assassinos do povo, esses sim, torturadores que contam com as graças de alianças políticas de antigos anistiados e pretensos "coitadinhos perseguidos" que nadam em gordas indenizações às custas desse mesmo povo assassinado, esquerdistas que foram um dia guerrilheiros de aluguel e que hoje mergulhados na corrupção, não veem mal algum em atirarem nas costas do povo que um dia disseram defender. E atiram favorecendo a corrupção, negociatas e conchavos com os pretensos inimigos de ontem, hoje amigos de negócios.

Lembro da dor e do sofrimento da minha mãe, que presenciei ao longo desses meses, penso nos milhares de homens, mulheres e crianças desse nosso país, sofrendo horrivelmente com a corrupçãos desses verdadeiros bandidos e chego à conclusão de que eles só tem um tipo de justiça pela frente.

A do paredão de fuzilamento. Sem pena, sem piedade, sem arrependimento, contra esses corruptos.
Que seja feita justiça a favor do povo.