terça-feira, 10 de julho de 2012

P106 A lógica perversa

Pela lógica da política de hoje...

Prosseguem nestes dias as ações de um governo pautado pela lógica perversa de enganar, fraudar e mistificar informações para a grande massa de milhões de brasileiros, tentando parecer um governo orientado para o bem da nação brasileira, quando na verdade é o contrário. Interessa ao governo, desde sua mandatária maior até seu menor ministro apenas o bem próprio, tanto de seus partidos como de seu próprio patrimônio, essa é a triste verdade dos dias de hoje.
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É necessário que o brasileiro nos dias de hoje perceba que para os partidos atuais, tanto no poder como na oposição, o que chamamos de bem estar da população, progresso da nação e mesmo sua soberania, para eles são apenas moeda de troca entre si e em barganhas com estrangeiros, sempre favorecidos às custas do povo brasleiro.  
Nos últimos meses chegaram a ser tragicômicas as seguidas declarações do ministro da Fazenda sobre o "crescimento econômico", que vão sendo duramente desmentidas pela realidade visível no dia a dia do brasileiro. Mistificações como as propagadas pelo governo e por sua equipe de jornalistas sempre cooptados com favores pelo poder político e econômico instilaram até pouco tempo atrás na população, um falso senso de grandeza com a repetida conversa de "sexta economia do mundo" que na verdade é baseada apenas em exportação de minérios e na mera transação de ítens importados entre a população, que crente em tudo isso, correu a endividar-se e hoje está inadimplente. Para aumentar suas estatísticas, o governo declarou como parte da  nova classe média brasileiros com ganhos de até 300 reais, o que engloba até moradores de rua. Tudo para inflarem as falsas estatísticas governamentais de "progresso econômico" e "ascensão social".
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Mostrando um estranho zelo pelas finanças públicas, o ministro declarou para a imprensa que investimentos em educação "quebrariam as contas do governo". O zelo do ministro em dar um tostão que seja para a educação não se aplica para movimentar a fantástica máquina que tem em mãos para coibir desvios, fraudes e o favorecimento a grandes montadoras estrangeiras. 
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Hoje já sem mais alternativas que não a de colocar a verdade nos índices de crescimento econômico revisados para baixo, nas entrevistas o ministro apela para diversos termos técnicos e respostas evasivas na tentativa de ao menos minimizar as cores negras do cenário que vai surgindo no horizonte e ao mesmo tempo tenta favorecer as grandes montadoras estrangeiras, com o uso de dinheiro público para financiar planos de expansão de uma indústria, que além de trazer apenas mais gastos aos brasileiros nenhum proveito lhes dá, já que vive de subsídios governamentais enquanto posa de iniciativa privada. Com a ajuda a esse ramo industrial já visivelmente esgotado, o governo perde dinheiro e favorece bilionárias indústrias estrangeiras, mas próximo das eleições tudo é válido para dar a impressão de economia em movimento. 
Há pouco tempo atrás, a presidente Dilma, em grande bravata, apareceu nos meios de comunicação em rede nacional, forçando a baixa política dos juros, tentando parecer a heroina que enfrenta os grandes grupos econômicos quando na verdade os favorece, haja visto que nenhum impedimento é colocado a grupos estrangeiros na  arrecadação até mesmo fraudulente de lucros e remessa deles a suas matrizes, coisa que era a principal crítica dos antigos esquerdistas como ela em décadas passadas. Agora no poder, age da mesma forma que os governos que criticou como "vassalos do imperialismo" como era o costume das esquerdas até pouco tempo atrás.
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Pior ainda, em recente evento estendeu as mãos para serem beijadas por Paulo Maluf, considerado em anos passados por ela e sua tropa de amigos da antiga esquerda comunista como o mal em si, o pior representante da corrupção, do entreguismo e do imperialismo e contra o qual gritavam e pulavam nas ruas agitando suas bandeiras vermelhas. Hoje, no poder e se aliando a ele tentando salvar a candidatura de seu medíocre candidato à prefeitura de São Paulo, Dilma e Maluf descobrem que afinal, mais do que compartilharem simpatias, comem no mesmo prato político a comida preparada e servida por Lula, antes desafeto mortal de Maluf durante décadas enquanto posava de "aliado do povo". 
O Brasil de hoje vai se reduzindo gradativamente a uma jazida mineral habitada por cidadãos cuja única ocupação é operar máquinas para extraírem e exportarem todo dia milhares de toneladas de minerais riquíssimos por um preço irrisório para proveito de outros ou então trabalharem no agronegócio sempre exportando a maior parte do que produzem enquanto nas cidades o espaço econômico mingua e o cidadão começa a temer pelo seu futuro. Assim batido por outros povos cujos governos realmente defenderam sua educação e sua soberania, a nação fica cada vez mais para trás.
Enquanto a presidente Dilma posa de heroína defensora do povo, no Nordeste centenas de cidades sofrem o martírio da seca enquanto estádios modernos são construídos apenas para a diversão de estrangeiros. A corrupção dirige as obras. E também dirige o auxílio aos fragelados, sempre desviado. Enquanto a região amazônica ainda tenta se recuperar do desastre das enchentes, obras superfaturadas para os mesmos estádios são feitas e o cidadão fica abandonado às doenças. Um dos mais notórios corruptos, acusado de desvios no órgão que cuida dessa região foi recentemente reconduzido ao poder como senador pelos juízes do Supremo Tribunal Federal. A tudo isso Dilma assiste complacente, preferindo privilegiar elites corruptas em troca de votos do que estender a mão ao povo que tanto sofre.
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A mesma presidente que veio em rede nacional de televisão falar da lógica perversa dos bancos não tem nenhum arrependimento ao favorecer uma empresa como a Volkswagen alemã, que com faturamento anual de mais de 100 bilhões de dólares tem uma sede em Wolfsburg na Alemanha que faz o palácio presidencial brasileiro parecer uma casa em ruínas. E mesmo assim o BNDES que devia zelar pelo desenvolvimento da indústria nacional, emprestou para essa empresa 342 milhões de reais para o desenvolvimento de um novo carro. Enquanto isso milhares de brasileiros agonizam na porta dos hospitais públicos
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O que se destaca de forma mais triste ainda é a lógica perversa da presidente Dilma patrocinando todas essas iniquidades e imoralidades ao mesmo tempo em que não hesita em cantar para quem quiser ouvir seu passado de esquerdista militante na luta armada na década de 70 e que quarenta anos depois alia-se a seus antigos inimigos, abraça latifundiários, faz acertos políticos com oligarquias, dá dinheiro para grupos industriais, entrega minérios para estrangeiros e se proclama "aliada do povo".
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Esta é a lógica do poder nos dias de hoje no Brasil.   
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