terça-feira, 22 de dezembro de 2009

P27 A vela e o galpão

A chama que muda tudo...
Podendo agora retornar à observação mais atenta da cena política nacional como todos os brasileiros o fazem, vejo cada vez mais claros os sinais históricos de uma mudança traumática na estrutura política sob a qual, como habitantes de uma grande nação, temos sido tão infelizes.

Ao longo desses últimos 24 anos de "democracia e cidadania" como apregoa uma imprensa abjetamente servil a interesses políticos diversos, temos visto a nação submergir na ignorância política, longamente cultivada na forma de uma progressiva alienação social por essa mesma imprensa. E tudo isso é chamado de "liberdade de informação".

Nada poderia ter sido mais útil aos políticos que desde então conseguiram assim aplicar um dos mais bem sucedidos estelionatos políticos já registrados na história política mundial. Não existem membros dessa política que estejam isentos de culpa. Como classe, julgada numa perspectiva histórica, a classe política brasileira é culpada de todos os crimes contra o povo de sua própria nação.

A situação, apesar do verniz de prosperidade pintado pela imprensa, é clara. A nação como um todo se afunda cada vez mais na pobreza, na violência e na ignorância de si mesma, da percepção individual até a percepção de nossa nação como personagem ativa da comunidade mundial nas mudanças que virão.

Assim como uma vela queima até o fim, também segue assim a política atual, que de forma inexorável vai atingir seu término, que virá na forma de uma mudança radical e violenta, apesar das cores alegres que passam sobre a vida nacional.

Assemelha-se a nossa situação à de um imenso galpão onde o cheiro de gasolina no ar é perceptível a todos.

Inevitavelmente virá a fagulhá que levará tudo pelos ares numa grande e verdadeiramente desejada explosão.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

P26 Sobre ruínas e ratos

Um casarão abandonado...

Com as recentes revelações de mais um escândalo político envolvendo o governador do Distrito Federal e seus assessores, que desempenham bem o papel de entrevistados coerentes e bem falantes, coisa que certamente já haviam treinado para o caso de um flagrante, vê-se a que ponto chegou o abandono de toda e qualquer noção de decência política. A casa política brasileira é hoje um casarão dos tempos coloniais, abandonado e em ruínas e onde esses ratos políticos fizeram seus ninhos e engordam roendo os bens da nação.

Honestidade, lealdade e coragem não fazem parte do ideário dos políticos dos dias de hoje no Brasil. Até mesmo a falta de modos e pudor, que até crianças aprendem a ter desde cedo eles abandonaram, tal a vergonha que foram as cenas explícitas de políticos enfiando dinheiro em suas roupas íntimas enquanto sorriam. Um deles, mesmo respondendo a 28 processos diferentes veio a ser nomeado assessor do atual governador do Distrito Federal.

O governador, egresso do escândalo da violação do sigilo dos políticos votantes no famoso caso do painel do congresso em 2001, pouco depois renunciou em lágrimas, dizendo-se arrependido. Continuou assim elegivel, manobra que já havia pensando e que lhe permitiu ascender a mais esse posto, onde tranquilamente continuou a cometer fraudes e a incentivar a corrupção com uma verdadeira quadrilha trabalhando a seu favor.

As tão cantadas soluções institucionais estão aí para quem quiser ver, putrefatas e bem ao gosto do apetite de aves de rapina, para quem quiser servir-se delas. Aliás, é delas que se servem esses políticos para poderem continuar cometendo crimes contra o povo. Foram eles mesmos que redigiram essas leis.

Devem todos se conscientizar de uma coisa. A de que esse casarão político deve ser derrubado e o será necessariamente pela força. Enquanto isso não acontecer, o povo brasileiro continua preso nessa ruína e pior ainda atacado por todo tipo de políticos, que hoje, de vereadores a congressistas se alimentam dos bem públicos.

Existe na história do Brasil um manifesto político escrito pelos tenentes da rebelião militar de 1924. Uma parte dele descreve com precisão o Brasil de hoje e merece ser lido para reflexões e uma tomada de posição:

"O Brasil de hoje está reduzido a verdadeiras satrapias, desconhecendo-se completamente o merecimento dos homens e estabelecendo-se como condição primordial, para acesso às posições de evidência, o servilismo contumaz que, movendo-se pela mola das ambições cada vez mais se generaliza, constituindo fator de degradação social. O povo ficou reduzido a uma verdadeira situação de impotência, asfixiado em sua vontade pela ação compressora dos que detem as posições políticas e administrativas. Dispondo de material bélico moderno, contra o qual os cidadãos inermes nada podem fazem, os dominadores tem-lhe coartado a manifestação da vontade pelas urnas, órgão legítimo pelo qual a soberania popular se exerce nas democracias.".

Nos últimos 25 anos, o tempo tem apresentado a todos os brasileiros, de forma indesmentível, os fatos que podem fazer qualquer um decidir que tudo isso deve ser terminado pela força.


Solução pacífica para nossas contradições políticas e sociais, essa não teremos mais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

P25 Uma pequena nota

Corações e mentes...
Por esses tempos, por conta da doença da minha mãe mal pude escrever neste espaço. Sofrendo há meses com uma enfermidade que piorava a cada dia, ela ficou sob meus cuidados. Foi uma estrada difícil de trilhar, cheia de pedras e espinhos por onde nunca imaginei passar.

Por conta disso raramente pude voltar aqui para alinhavar alguns textos. Nesse tempo todo aprendi da forma mais dolorosa a ser socorrista, enfermeiro, cuidador e tudo mais que uma pessoa idosa e doente precisa.

Enfim, hoje de tarde ela terminou seu sofrimento fechando os olhos para sempre. Cheguei a visitá-la no hospital para onde a levei ontem e me lembro do seu último olhar, o beijo em sua testa e a despedida. Pensei que ainda voltaria para uma próxima visita, o que me causava grande aflição pois um sofrimento assim tem que ter um fim.

E teve hoje. As dores se foram, ficaram só as lágrimas, poucas, que nesses tempos já derramei muitas. Acima de tudo a sensação de alívio de ver um sofrimento assim terminar começa a refazer a alma.

É madrugada, volto para casa para me alimentar um pouco e me refazer e depois desse breve retorno, saio para estar do lado do seu corpo.
Estou tão cansado. Mas essa estrada de lágrimas ficou para trás. Outras virão, mas são coisas da vida.

Mas antes de ser totalmente tomado por esse cansaço, me relembro das denúncias de hospitais abandonados, medicações e ambulâncias superfaturadas, verdadeiras orgias feitas com o dinheiro público destinado a socorrer os que, doentes e aflitos, procuram uma casa de saúde buscando a cura e alívio para seus males.

E por conta disso encontram alí mais doença, mais dor, mais desespero, enquanto políticos criminosos, verdadeiros assassinos do povo, esses sim, torturadores que contam com as graças de alianças políticas de antigos anistiados e pretensos "coitadinhos perseguidos" que nadam em gordas indenizações às custas desse mesmo povo assassinado, esquerdistas que foram um dia guerrilheiros de aluguel e que hoje mergulhados na corrupção, não veem mal algum em atirarem nas costas do povo que um dia disseram defender. E atiram favorecendo a corrupção, negociatas e conchavos com os pretensos inimigos de ontem, hoje amigos de negócios.

Lembro da dor e do sofrimento da minha mãe, que presenciei ao longo desses meses, penso nos milhares de homens, mulheres e crianças desse nosso país, sofrendo horrivelmente com a corrupçãos desses verdadeiros bandidos e chego à conclusão de que eles só tem um tipo de justiça pela frente.

A do paredão de fuzilamento. Sem pena, sem piedade, sem arrependimento, contra esses corruptos.
Que seja feita justiça a favor do povo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

P24 As coisas da política

Coisas inevitáveis...

Após um longo tempo sem poder estar aqui, pude enfim escrever algumas linhas, irmãs de outras que coloquei no outro espaço que mantenho, http://cartasnodia.blogspot.com/

Por certo que a política tem dado motivos e acontecimentos para meditações sobre as coisas que vemos no dia a dia. Das mais tristes e lamentáveis, apesar do cenário alegre que nossa imprensa, eternamente vendida passa aos cidadãos.

Mais que isso, sobre as coisas que são feitas por ditos representantes do povo e em seu nome, na essência idênticas ao que se fazia aos presos de campos de concentração, em nome de algum ideal, como assim diziam. O que observamos na vida da nação é tudo muito dolorido.

Essas coisas todas e mais o pensamento que algumas leituras e filmes nos trazem, vou colocar aqui em breve.

E apesar de manter o endereço do meu antigo bilogue (desculpem, mas aportuguesei a palavra ) devo dizer aos que tentarem acessá-lo que encontrarão apenas textos sem formatação, mas ainda legíveis, não sei por quanto tempo.

Acontece que há coisa de uns dois meses perdi o acesso a ele. Mais certamente falando pelo que pude constatar, meu acesso foi retirado. Depois de várias tentativas de acesso e recuperação, nada mais pude fazer. Aquele espaço foi meu aprendizado na exposição de idéias. Pelo teor de certos textos, acho que é possível imaginar que meu acesso foi mesmo retirado. Estarei enganado? Talvez. Mas navegar por todas as opções do mesmo nome eu consigo, acessar o antigo bilogue, de forma alguma é possível. Mas mesmo assim, por enquanto ainda vou mantê-lo registrado aqui: http://vellker.blog.terra.com.br/

Enquanto isso a política vai nos mostrando as coisas que fazem em nome dela e algumas situações que com certeza não gostaríamos de ver, menos ainda de estarmos no meio delas. Como cidadãos estamos, de forma irremediável.

Neste espaço defendo idéias, que se por um lado parecem atrasadas, por outro, constata o cidadão comum, do habitante das grandes metrópoles até o morador de habitações na Amazônia que uma solução se impõe de forma tentadora para tais males que por hoje sofremos, em especial o da corrupção desenfreada: a da forma autoritária, nos moldes do Estado Novo do sim, muito conhecido dos que apreciam política, Getúlio Vargas.

Há duas formas de que isso venha a ocorrer. Uma é através da coerção coletiva, que ocorre quando populações regidas por constituições como a americana, em certos momentos críticos da vida nacional podem fazer isso pela força das armas que mantém em suas casas.

Para quem está em dúvida, a 2a. emenda da constituição americana promulgada em 1789 declara que "Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido."

E porque não temos isso no Brasil? Porque depois de uma bem sucedida traição dos que se dizem representantes do povo e de sua maior cúmplíce, a imprensa, foi passada ao povo brasileiro a idéia de que entregar suas armas era a coisa mais certa a fazer. Com o clima político propício, grandes latifundiários e bandidos das mais diversas classes, políticos nas horas de folga, promulgaram uma lei que restringe a posse e porte de armas de forma só conhecidas em regimes totalitários como o da extinta União Soviética, se bem que o desarmamento foi pensado para um uso futuro pela classe política contra o povo. Por ora os bandidos desfrutam dele frente a uma população indefesa.

Ou seja, por sua própria ingenuidade e envolvido numa campanha de imprensa sem precedentes, movida por jornalistas tão vendidos quantos seus patrões políticos, conseguiram retirar do povo essa capacidade.

A tradicional ingenuidade política do povo brasileiro foi transformada na mais triste situação de ignorância política, coisa ainda pior, pelos mesmos governantes que posavam de "defensores da democracia" e nada mais eram do que um bando que ficou de fora da, digamos assim, mesa política. Logo quando assumiram o poder com sua pretensa decência, trataram de desmantelar a estrutura educacional para transformar o cidadão apenas num alienado político e aceitável contador de números, que era o necessário para que votassem.

Para se ter uma idéia, em 1937, em pleno Estado Novo, a legislação de posse e porte de armas sancionada pelo próprio Getúlio Vargas era liberal e permitia ao cidadão uma grande facilidade para a posse e porte de armas. Como velho gaúcho, acostumado a ter uma arma para sua defesa, Getúlio deixou uma brecha para que o povo pudesse se defender em seu dia a dia e em caso de necessidade, até mesmo o regime, na situação que previa um tanto arriscada pois afinal a 2a. Guerra Mundial estava a à vista. No democrático Brasil de hoje, só bandidos e o governo podem ter armas como quiserem, se bem que a distinção entre os dois se torna a cada dia mais difícil.

A possibilidade que resta é a da coerção maciça, quando setores majoritários das Forças Armadas se rebelam contra uma classe política cada vez mais corrupta e nociva à nação. Mas aí a classe política é vista como totalmente desmoralizada em todos os seus níveis, desde o federal até o municipal. Assim como ela é nos dias de hoje. Passa a ser inevitável o que aconteceu em 1937, quando Getúlio Vargas deu o golpe de estado, retirando o poder dos dirigentes políticos da época, em sua totalidade latifundiários.

Como sempre nesse caso, é a força de uma idéia e a aceitação pelas Forças Armadas de que a mudança pela força de uma situação intolerável é a que leva a esse desfecho. Esse é o único caminho de que dispõe a nação brasileira hoje, se quiser salvar seu futuro. Porém só com a determinação de uma idéia motivadora e ao mesmo tempo inovadora poderá fazer isso acontecer.

Em todo esse texto, entende-se coerção como a deposição de um regime e classe política das mais corruptas e entreguistas, sempre vendidos a estrangeiros, coisa que por esses tempos o povo brasileiro é obrigado a suportar, exatamente pela sua incapacidade em se defender.

Mas o breve surgimento dessa idéia, a mobilização ainda futura das Forças Armadas, isso é uma coisa inevitável, ainda bem.

Dirão um dia os historiadores, coisas da política.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

P23 O zoológico e o congresso

Animais do zoológico e políticos do congresso...
Por um bom tempo sem poder comentar o que acontece por esses tempos, foi com profunda tristeza que fui vendo, como todos, o verdadeiro zoológico em que se tornou o que se chama de congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ). No que chamamos de zoológico, expostos aos olhares dos ditos seres humanos que se consideram pensantes e capazes de decisões racionais, estão aqueles seres menos dotados dessa racionalidade e que por tal razão tornaram-se presas dos ditos racionais para suas visitas e aprendizado sobre a vida dita animal e irracional.

Que me perdoem os animais, já que em sua grande desdita com a perda da liberdade primitiva, são expostos por vezes ao ridículo das gozações e maltratos de alguns dos ditos humanos. Afora os motivos para se sentirem humilhados, apareço eu agora comparando-os aos políticos do congresso nacional. Peço o perdão deles. É apenas uma analogia estabelecida pelo entendimento das coisas.

Temos visto ao longo desses meses cenas indescritíveis nesse zoológico que também por um paradoxal entendimento é chamado de congresso nacional.


No zoológico propriamente dito, os animais em sua primitiva conduta nada vêem de errado em estarem nús ou deitarem na lama, como aprenderam com seus, digamos assim, educadores. E de fato, se de uma forma mágica fossem subitamente dotados do mesmo intelecto que o nosso e da mesma eloqüência para discursos, defenderiam de forma incontestável seu direito de assim se portarem nas atuais condições, calando até o mais sábio filósofo dos humanos.

Já o contrário ocorre nos corredores do congresso nacional, onde de forma alguma, mesmo dotados de todas as habilidades do chamado pensamento racional e treinados na eloqüência dos discursos, jamais poderiam esses políticos defenderem as vilanias e crimes que cometem contra nossa nação e contra o povo brasileiro.

Acusações contra desafetos que depois aparecem em revide com as mesmas e comprovadas acusações contra os denunciantes de ontem, troca de insultos, troca de favores, corrupção sem freios, salas de senadores transformadas em alcovas capazes de tornarem redimidos autênticos prostíbulos e venda das riquezas da nação a países estrangeiros, esse tem sido o cenário já secular do que é chamado por aqui de congresso nacional. Ao menos, mesmo no zoológico os animais defendem o que julgam ser seu território.


Fica a triste, porém auspiciosa constatação de que como eu disse, se fossem os animais subitamente dotados de intelecto e eloqüência, poderiam com toda certeza defenderem seu modo vida e seu comportamento considerado animal.


Triste porque nos vemos como cidadãos, por ora presas de verdadeiros animais políticos, com atos e meios de vida repugnantes, que dirigem a nação como se estivessem num zoológico moralmente nús e politicamente sempre deitados na lama.


Auspiciosa porque podemos constatar que até mesmo os animais depois de sua inflamada defesa sobre suas atuais condições de vida, imediatamente passariam a se portar de forma a merecerem o intelecto e a eloqüência subitamente adquiridos, aparecendo e se portando frente aos humanos de forma irretocável.


Se o reino animal nos dá essa esperança, sem dúvida que um dia a veremos realizada, mesmo que a ferro e fogo, já que racionalidade e moralidade para alguns humanos de nada valem.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

P22 Casa da traição

Não é uma casa da nação, é um esconderijo...

Já se arrastam por mais de um mês os problemas e denúncias do que aconteceu na casa chamada de congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ) onde o senador José Sarney reaparece tranqüilo depois dos acertos com os principais poderes da república, em especial com o presidente Lula e os principais "bispos" do PT e do PMDB, todos unidos na busca de manter como sempre inalteradas as mais atrasadas estruturas políticas do Brasil desde que isso resulte em lucro pessoal e político para seus partidos e para os próprios acertantes do acordo do "salvem-se todos e esqueçam-se os crimes".

Criado para defender os interesses do povo e acima de tudo, com leis justas e atos de coragem até mesmo a integridade territorial de uma nação, a definição de congresso nacional perdeu completamente seu significado no Brasil dos dias de hoje, onde um grupo de pseudos senadores, que estariam mais bem descritos como jogadores de um cassino clandestino, jogam todas as cartas em favor do que se pode chamar de crimes econômicos, a saber, os crimes que resultam em ganhos financeiros propriamente ditos para eles e seus apaniguados e crimes políticos, esses traição pura e simples da nação brasileira.
Parece certo lembrar que como um país de imensa grandeza territorial e com recursos minerais ainda em boa parte inexplorados, pouco a pouco o Brasil, por maquinações e acertos dos seus dirigentes políticos, vai sendo lentamente cercado por uma conjunção de fatos políticos e físicos, que instiga a insolência de qualquer poder estrangeiro.

Enquanto o esconderijo que chamam de congresso nacional redige leis e aceita acordos internacionais que rebaixam sempre o Brasil frente a poderes estrangeiros, essa imensa reserva de recursos minerais, mais do que necessária, vital aos países ditos centrais como Estados Unidos e Europa, vai sendo a partir desses dias observada com a presença física de tropas estrangeiras.

Em movimentação ainda pouco explanada pelos analistas mais afeitos a estudos militares, o exército americano começa a executar mais uma das etapas de ocupação da Amazônia com a instalação de 7 bases militares em território colombiano, a pretexto de combater o narco-tráfico, coisa que poderia muito bem ser feita apenas por agrupamento de policiais do DEA, a agência anti-drogas americana em colaboração com grupamentos policiais colobianos.

O que interessa agora é a definitiva presença ostensiva de unidades militares americanas para a tarefa de assentamento de bases definitivas, cooptação direta de militares colombianos, infiltração de agentes de inteligência americana como civis na região amazônica e a coleta contínua de informações sobre a situação política, social e militar da região como um todo. Tudo é claro, disfarçado de "combate ao narco-tráfico".
O que parece normal aos dóceis repórteres brasileiros, que nada estranham nem nada comentam de forma incisiva com denúncias que sejam contundentes dessa movimentação, iniciada em meados da década de 90 com a presença das primeiras unidades avançadas do exército americano em território paraguaio nas chamadas "missões de treinamento".

Só com um poder político solapado por uma corrupção generalizada tal movimentação teria sido possível. Um congresso como o brasileiro, chafurdando em denúncias é um poder dos mais indicados para ajudar nessa traição. E para completar a tarefa, aumenta em milhares de vagas o quadro legislativo de vereadores, que por sua vez tornam-se coletores de fundos para seus superiores imediatos ou seja, as assembléias estaduais, que fazem o mesmo serviço para esse congresso. Esses três poderes em nada diferem de certos animais que afeitos à lama, nela vivem enfiados.

Pior ainda que existem comentaristas de jornais chamados de "prestigiosos", que é claro, com suas verbas publicitárias e equipamentos provenientes de grandes empresas estrangeiras, consideram normal a presença de tropas americanas na região. Com o agradecimento delas sem dúvida.

Lembrando das lições da História, em 1967 esses mesmos "prestigiosos jornais" consideravam o apocalipse em pessoa a presença de Che Guevara nessa mesma região, quando ele se embrenhou nas matas bolivianas para comandar o que seria o princípio de uma insurreição geral da América Latina.

Guevara terminou preso e executado para alegria dos comentaristas da época. Deixando o viés ideológico de lado, a simples presença de um só comandante esquerdista na época era o acontecimento mais terrível que poderia se desenrolar por aqui. Obedientes aos seus patrões, leia-se verbas publicitárias de empresas americanas, todos os comentaristas eram unânimes em sua condenação.

Passados 42 anos, os filhos intelectuais e de sangue desses mesmos comentaristas continuam com o pensamento de sempre ou seja, servilismo e obediência incondicionais a seus patrões estrangeiros, ainda mais que agora os estrangeiros, entre magnatas do ramo e operadoras de telefonia estrangeiras são mesmo donos de fato da maior parte do controle acionário dos "prestigiosos jornais brasileiros".

Che Guevara, por mais utópico e errado que estivesse em sua solitária cruzada, foi corajoso e digno até o fim, preferindo a morte à rendição.
Hoje o que vemos no partido que um dia se propôs a fazer mudanças de impacto, é a aliança firme a certa com tudo o que temos no Brasil que em termos políticos signifique traição e oportunismo em nome do lucro pessoal e prestígio para partidos políticos, hoje transformados em cassinos onde se joga o destino da nação.

Restou como registro histórico nas imagens feitas pelos fotógrafos, a bandeira vermelha que se um dia levantou-se como símbolo de mudança, hoje aparece abaixada como símbolo de adesismo e traição. Pior ainda, caída sobre a mesma lama onde chafurdam esses poderes políticos.
Discordâncias à parte, a memória de Che Guevara não poderia ter tido homenagem melhor do que essa. Ainda que equivocado, vê-se hoje que ele foi um verdadeiro combatente pela sua causa.

Esse sim manteve-se em pé até o fim, diferente dos que hoje, com sua imagem na camiseta, rastejam na lama por vontade própria.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

P21 Um pedido de desculpas

Coisas da vida...

Assim são certas coisas da vida. Negras como um mar negro, onde estamos perdidos em suas águas sem ter a mínima idéia de para onde ir. Horizonte? Nenhum. Somente a escuridão e o bater de braços, num nado que não se sabe onde vai dar. Ao menos tentar.
Peço desculpas aos poucos, porém bons amigos que aparecem aqui para ler alguns pensamentos.
Por esses tempos, com grave doença da minha mãe e cuidando eu dela em minha casa, só em raros momentos como esse posso escrever.
Doença, problemas que aparecem dia a dia e e em outra situação da vida me surge a perspectiva da solidão, uma velha conhecida que andava ausente. Mas a vida é feita de coisas assim. Nem todas são boas e as que um dia foram, foram mesmo, ao menos fica a lembrança.
Mesmo assim a vida nos coloca trilhos à frente. Podemos estar a pé. Vemos os trilhos enferrujados, então deduzimos que trens não passam alí há muito tempo. O que fazer?

Caminhar.

Um escritor uma vez esteve perdido num deserto. Sobreviveu porque caminhou, mesmo sem ter certeza de onde iria parar.

Ao menos eu tenho os trilhos. Já é é um rumo.

sábado, 4 de julho de 2009

P20 Jagunços de gravata e terninho

Mudam as roupas, continua a tropa...
Começou e terminou a semana passada com os acontecimentos no congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ) a todo vapor. O assunto dos atos secretos onde amigos e parentes dos senadores foram beneficiados com nomeações e vantagens obscenas agitou tanto a cena política que todos trataram de tirar proveito da situação, menos o cidadão brasileiro, que como sempre se resignou a ler os jornais e também o resultado das contas do imposto a pagar. Afinal alguém tem que financiar a farra dos políticos.

Sendo os milhões de contribuintes da Receita Federal muito cuidadosos, poucos erram ao declararem seus bens e patrimônio para evitarem uma multa. Seguindo caminho contrário ao dos cidadãos comuns, um dos principais implicados no caso dos atos secretos do senado, no caso o senador José Sarney, presidente por enquanto do senado, cometeu o pequeno erro de "esquecer" de declarar uma mansão de sua propriedade no valor de 4 milhões de reais, talvez porque estivesse muito ocupado pensando nos discursos que iria fazer ao invés de fazer as devidas contas para o fisco. Em todo caso sua assessoria de imprensa já colocou a culpa em algum contador. Além de ir na contra-mão dos cidadãos contribuintes, José Sarney caminha na mesma direção de um dos ex-diretores do senado, Agaciel Maia, que também se "esqueceu" de declarar sua mansão de 5 milhões de reais.

Apesar dos protestos de que José Sarney não deve ser condenado, que tem uma presença histórica e coisa e tal, o discurso do presidente Lula definitivamente não convenceu a opinião pública, que notou no presidente do senado a espertíssima posição política de discursar sobre moral e bons costumes enquanto espera a poeira baixar. Quanto aos atos secretos, que ocorriam desde 2003 e passam de 600, ele nada fez nem nada vai fazer contra, mesmo porque seria ir contra seus amigos não só do PMDB como de outros partidos.

Vendo que a posição de Sarney já estava na situação do folclórico "balança mas não cai", até a ministra Dilma Roussef, mesmo visivelmente desgastada pelas sessões de quimioterapia, levantou sua enfraquecida voz a favor do senador, uma vez que ela e Lula contabilizam de antemão os prejuízos políticos para a candidatura dela na eventual renúncia do presidente do senado, que nada por nada é membro do PMDB que fez uma aliança com o PT de olho nas eleições presidenciais de 2010. Dizendo que Sarney não deve ser demonizado por atos de outros e evitando tocar na tecla de porque o presidente do senado não escancara de vez o que aconteceu, a ministra Dilma fez o que pôde, mas também caiu junto com Lula na desconfiança da opinião pública.

Para dar uma pausa aos falantes já cansados de tanto falatório sem resultados, o PT chamou sua outra voz de plantão e sempre às ordens, a de Ideli Salvatti, senadora catarinense pelo PT, líder da bancada governista e conhecida últimamente como a mais fiel trombonista política do seu partido, que prontamente subiu na tribuna do senado e fez um discurso defendendo José Sarney de todas as formas possíveis, mas mesmo assim seus protestos passaram no máximo em branco. Visivelmente abatido, o senador Aloísio Mercadante também ocupou a cena política para as defesas exigidas pelo partido.

O que se denota de tudo isso é a vergonhosa atuação de um presidente como Lula, que se nos anos 90 chamou o congresso de um bando de picaretas, hoje se alça ou melhor se rebaixa de forma voluntária à condição de galpão de guarda de todas as ferramentas de arrombamento de que dispõe o senado nacional. O arrombado como sempre é o patrimônio do povo.

Ideli Salvatti, já revendo seu futuro político, marcado pelo seu modo servil de discursar exatamente como os políticos mais conservadores e atrasados que o Brasil já viu no passado, pode esquecer de falar em seus discursos ao povo de seu estado e também do Brasil de qualquer idéia de defesa dos trabalhadores, os quais dizia defender em seu cargo. O senador Aloísio Mercadante que se revezava com Lula nas denúncias contra o congresso, hoje até mesmo sem conseguir disfarçar seu abatimento, aparece também para fazer o papel de defensor de capa e espada do seu partido. Ideologia, defesa dos trabalhadores, tudo é coisa do passado. Já a ministra Dilma Roussef, que nos anos 70, travestida de guerrilheira Vanda pegou em armas dizendo defender a democracia e lutar contra as classes exploradoras dos trabalhadores, hoje decidiu trocar de lado e sem meias palavras aderiu de armas e discurso às classes que um dia disse combater, hoje na defesa do conservadorismo político. O que parece mais triste em tudo isso, relembrando a biografia dos quatro, é que fazendo uma comparação com os soldados do filme "Tropa de Elite" que realmente lutavam para acertar as contas com os bandidos fosse como fosse, neste caso, Lula e seus aliados fazem o papel não de uma tropa de elite, mas sim de uma vergonhosa tropa da elite. Olhando tudo pelo que chamamos de ética, não muito diferente disso, lá pelos idos de 1920, os cangaceiros cearenses aterrorizavam a população de seu estado, mas alguns grandes proprietários de terras ligados a políticos permaneciam longe do alcance de suas armas. Eram os mesmos que lhes traziam armas e munições. Longe da aura romântica e heróica que canções populares lhe atribuíam, os cangaceiros sabiam que no fundo eram apenas isso, jagunços da elite. O que Lula, Dilma, Ideli e Mercadante tem feito nos dias de hoje não é muito diferente. Apenas usam roupas novas, mas continuam perpetuando a tropa da elite. Mudam as roupas, a tropa continua a mesma.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

P19 O ilusionista

Mágicos e ajudantes...
Existe um bonito filme sobre mágicas. É "O Ilusionista" com Edward Norton, onde ele interpreta um mágico capaz de façanhas assombrosas, por vezes com o auxílio de um ajudante no palco deixando a platéia totalmente desnorteada com seus truques. Fazer uma planta brotar de um vaso sem nada dentro, chamar espíritos no palco, nada lhe parece impossível. Em certo momento do filme consegue até mesmo impedir um golpe de estado de um príncipe herdeiro contra seu próprio pai. E novamente seus ajudantes entram em cena. Existem ilusionistas assim, de tal forma tão bons que ficamos nos perguntando se foi realmente um truque o que eles fizeram.

É o caso de Diogo Mainardi, que verbera algumas ilusões na revista "Veja" todo seu ódio contra tudo que seja brasileiro. Palavras dele e não minhas, publicadas pelo seu próprio editor, mas em tempos idos. Uma pessoa com o passar dos anos pode mudar para melhor ou pior. No caso, com a coluna que escreve, é provável que tenha mudado para pior.

Qualquer colunista político ataca e com razão o que julga errado em seu país. É normal. Mas acreditamos que o move o nacionalismo sadio e a visão correta das instituições, onde ficamos em terreno nada firme. Move-o também o que chamamos de noção de coletividade. E nesse primeiro ítem Diogo Mainardi parece pecar, mas talvez tenha mudado. Por um desses acasos da vida, numa mesa de biblioteca me deparei com o exemplar da revista "Veja" de 1989, a qual me pus a folhear para ver a "novidades" de tanto tempo atrás. Me deparei com uma entrevista do próprio Diogo Mainardi, acerca de um livro que publicara e de suas impressões sobre a vida e o Brasil. Em um trecho dela, ele deixa explícito seu egoísmo absoluto:

O individualismo realmente não é um defeito, mas com ele deve coexistir o senso de coletividade, sem o que nenhum grupo social sobrevive. Aí será um individualismo sadio, fora disso não passa de um egoísmo absurdo. Mas talvez Diogo tenha mudado em 2009.

Em outro trecho ele declara abertamente que odeia o Brasil como um todo. Alí ele diz que o jeito de tudo o que é brasileiro o irrita. Os leitores da revista "Veja" e seu próprio publicador devem estar incluídos nessa irritação. Mas porque será então que Diogo Mainardi perdeu tempo escrevendo um livro no Brasil e para brasileiros? Melhor teria sido que escrevesse no exterior e para estrangeiros. Mas 20 anos depois ele pode ter mudado.

Prosseguindo com suas revelações, Mainardi diz que quem o sustenta é a mulher, mas isso também deve ter mudado. Nada há de errado nisso. Quantos escritores devem ter tido como sustento o trabalho de suas mulheres? Mesmo Henry Miller, um ilustre desconhecido na década de 30 teve como mecenas a escritora Anaís Nin, o que o ajudou no caminho de ser conhecido dos leitores de todo o mundo. Novamente o tempo deve ter feito suas mudanças.

Realmente o tempo muda tudo. O homem que odiava tanto o Brasil e tudo o que era brasileiro, hoje mora no Brasil e escreve para brasileiros numa revista brasileira. Resta saber porque Diogo Mainardi tem esse inconfesso ódio pelo que é brasileiro, porque verbera tanto contra movimentos sociais. Isso qualquer um tem o direito de fazer, mesmo porque alguns movimentos ditos sociais primam pelo exagero e pelo desequilíbrio em suas atitudes.

O que norteia a criação de um movimento social é a denúncia e resistência contra uma injustiça. Erros e parcialidades em suas ações é que o levam a tornar-se também mais uma injustiça, mas apenas um injustiça gritante. Há uma necessidade de saber distinguir isso na crítica.

O sistema político do Brasil por exemplo. Seus integrantes e tanto faz a ideologia nisso, fazem truques, mas com a cartola alheia ou melhor dizendo, com o dinheiro alheio. Sem as emendas orçamentárias onde eles fazem a festa, suas cartolas ficariam vazias. Sem o foro privilegiado e votações secretas, eles seriam realmente punidos por seus crimes. Contam com ajudantes na forma da lei que eles mesmo criam, mas nem sempre. Algumas vezes eles tem ajudantes na forma de polemistas. A lei apenas faz tudo o que eles querem, mas não diz.

É aí que Diogo Mainardi se destaca. Negativamente. Parece que aí o tempo não fez diferença. Com suas críticas a todos os movimentos sociais de forma indistinta e com visão parcial, ele ecoa como uma voz do passado, mas um passado tão distante que o exemplar da revista "Veja" de 1989 parece tão novo como uma primeira edição.

Estou Longe de colocar o atual governo como uma novidade ou mudança. Na verdade ele sempre foi partidário de uma só coisa: prestígio e ganhos pessoais sob o disfarce de uma inovação política, quando na verdade distribui migalhas.

No filme da vida, seria interessante ver como Diogo Mainardi se portaria se seu editor passasse a ser alinhado com o atual governo. Por certo teria que recorrer a um ilusionismo para manter seu cargo de ajudante de mágicas.

O que pode ser visto melhor na imagem abaixo, em tamanho real, sem ilusões.

domingo, 7 de junho de 2009

P18 Os comandados

Os comandantes dãos ordens, os comandados obedecem...

O tema é recorrente. As opiniões dos que são favoráveis à descriminalização das drogas começam a assumir contornos cada vez mais esclarecedores.
Existem os que pregam a liberalização das drogas através da descriminalização, mas com um discurso aceitável pelas famílias que assistem os noticiários da noite em suas casas, onde eles aparecem sorridentes na tela dos televisores dando todas as razões para isso. Na rua, enquanto isso, viciados em drogas desesperados partem para assaltos, crimes, acidentes, suícidios e tudo em busca da próxima dose de droga. Esses fazem parte dos que tiveram família um dia, do mesmo tipo da que está assistindo o noticiário. Em algum outro lugar, pelo que se pode deduzir, quem comanda esse tipo de pensamento, vê com satisfação que seus comandados cumprem a contento a tarefa de propagar a idéia de consumo de drogas através da liberação é a a melhor alternativa.

Em janeiro deste ano, a ONG que leva o pomposo nome de Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, através de seus membros mais conhecidos veio a público com ampla cobertura da imprensa defender a descriminalização das drogas. Para tornar o discurso mais palatável, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu entrevista dizendo que a erradicação das drogas pela repressão policial fracassou e portanto é melhor que todos tenham o direito de se drogarem. E de que forma? Liberando o consumo da maconha para uso pessoal, mas fez a ressalva de que isso não é tolerância, é apenas uma nova forma de enxergar a questão. Paradoxalmente, segundo FHC, a liberação das drogas reduzirá seu consumo. Melhor ainda, a repressão policial cederá seu lugar a jovens felizes, fumando seu cigarro de maconha em qualquer lugar. Ao mesmo tempo ele diz que os governos devem dar aos jovens informações que levem à prevenção do seu consumo, ao mesmo tempo em que liberem o uso da droga.

E ele também diz que o encarceramento dos usuários não combina com a realidade do sistema prisional da América Latina. Isso todos já sabem. Temos prisões de uma crueldade medieval aqui no Brasil e nos países vizinhos, mas segundo o pensamento de FHC, nenhum reparo foi feito contra um código penal que mantenha presa por um ano uma mulher que furte um frasco de xampú ou um pote de margarina, como aconteceu no Brasil. O mais interessante é que tudo isso é falado pelos membros dessa ONG que atende por esse absurdo nome de Comissão Latina-Americana sobre drogas e Democracia. E o que é que as drogas tem a ver com democracia? O leitor que pense.

Mas para pensar melhor, seria bom analisarmos as vidas dos membros mais eminentes dessa ONG, que apesar de ser composta por três ex-presidentes adeptos das idéias neoliberais da economia, ficam felizes ao saberem que mais uma verba de algum governo sul-americano foi parar nos cofres de sua ONG. Justo eles que sempre diziam que o governo não deve dar dinheiro a ninguém.
Fernando Henrique Cardoso, o primeiro, ex-presidente do Brasil, verdadeiro patrono da destruição do patrimônio da nação brasileira. Nenhum dos presidentes de empresas estrangeiras poderia ter contado com tão bem colocado aliado quando foram feitas as privatizações dos sistemas de energia, transportes, telefonia e tudo mais no Brasil. O argumento de FHC era de que o governo perdia dinheiro com essas empresas. E porque então estrangeiros da iniciativa privada foram gastar bilhões de dólares comprando essas empresas? Até mesmo o presidente da espanhola Iberdrola, Esteban Serra Mont, do setor elétrico, declarou aos jornalistas que não entendia porque o governo brasileiro vendia barato empresas que estavam totalmente pagas e dando lucro. Hoje os espanhóis controlam de telefonicas até energia elétrica no Brasil e ganham muito com isso. Aliás, para andarem em seu próprio território nacional, os brasileiros tem que pagar pedágio a empresas espanholas. Claro, o preço de tudo que cobram aqui é mais caro que em seus países de origem, mas sobre isso, FHC nada diz. Menos ainda a imprensa que ajudou a vender a idéia das privatizações e agora ajuda a vender a idéia de liberar as drogas. Comentar tudo isso poderia ser embaraçoso para FHC.
O segundo, ex-presidente, também dessa ONG, César Gaviria Trujillo, foi ex-presidente da Colômbia de 1990 até 1994. Um fato interessante. Luis Carlos Galan, que prometia repressão total ao tráfico de drogas terminou morto durante a sua campanha presidencial em 1989, abrindo caminho para César Gaviria. Com a pressão dos EUA, que lhe fornecia dinheiro para o combate contra os cartéis de drogas, teve que prender Pablo Escobar. Durante muito tempo se comentou na Colômbia que a prisão de Envigado, construída especialmente para manter Pablo Escobar preso fora construída de acordo com as especificações do traficante. Tinha campo de futebol, uma casa de bonecas para a filha dele e vários luxos mais, pelo que os agentes penitenciários lhe deram o apelido de "La Catedral". E de lá Pablo continuava comandando o tráfico e ordenando execuções de rivais. Pressionado pelos fatos e pelos americanos, César ordenou a transferência de Pablo para outra prisão. Ao ver que perderia sua fortaleza, Pablo fugiu e terminou morto numa operação comandada pelos agentes americanos de repressão a traficantes. Pablo estava certo. Enquanto esteve "preso" em "La Catedral" nunca teve nenhum problema de segurança.
Saindo de Envigado à força, Pablo tentou fugir porque sabia que seria morto na outra prisão. Mas essas coisas César prefere esquecer. Comentar fica constrangedor.

O terceiro membro, Ernesto Zedillo Ponce de Leon, ex-presidente do México de 1994 a 2000, conhecido pela sua pregação neoliberal e pela visão de submissão dos países emergentes aos desenvolvidos, ficou conhecido pela negociação do empréstimo de 50 bilhões de dólares do governo americano de Bill Clinton para ajudar o México. Uma das consequências disso foi que a produção de petróleo mexicana ficou hipotecada para os EUA. Ao sair da presidência, Zedillo teve atuação na empresa de investimentos Stonebridge International fundada por Samuel R. Berger, ex-assessor de segurança nacional de Bill Clinton, Também é membro da administração de empresas americanas como Procter & Gamble, Alcoa, The Global Development Network, Eletronic Data Systems, Coca-Cola International Advisory Board e também faz parte da alta administração da companhia ferroviária americana Union Pacific, a mesma que comprou ferrovias no México. O futuro do México ficou hipotecado, mas o futuro do ex-presidente vai muito bem. Mas Zedillo deve preferir não comentar isso também.
E aqui no Brasil de hoje, temos a triste atuação de Fernando Gabeira, deputado do Partido Verde, ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro, que faz a pregação contínua da liberação do uso de drogas. Um final melancólico para um ex-guerrilheiro que pegou em armas dizendo defender a democracia, quando na verdade lutava pelo Partido Comunista da União Soviética, que de democrático não tinha nada. Por esses tempos, admitiu o uso indevido de verba das passagens aéreas, mas continua pregando a "moral e bons costumes" seja lá o que isso signifique para ele.
Não poderia faltar também a teatral figura de Carlos Minc, também ex-guerrilheiro, que há pouco tempo atrás participou da marcha pela liberação da maconha no Rio de Janeiro. Outro que pegou em armas um dia, dizendo defender a democracia e hoje pega num cigarro dizendo defender a liberdade. Que tal o ministro pregar a total liberação das queimadas e desmatamentos já que eles continuam acontecendo? Qualquer problema, o fazendeiro acusado pode alegar que desmatou uma área apenas para uso pessoal. Afinal, o lema dos que pregam a liberação das drogas é esse, uma dose apenas para uso pessoal.
Não é só estarrecedor ver tudo isso. É assustador ver que ex-presidentes, profundamente envolvidos em negócios obscuros de privatizações, onde empresas estrangeiras conseguiram o domínio de sistemas estratégicos de energia, comunicações, transportes e jazidas minerais em seus países, com tudo facilitado pelas suas diretrizes e as de seus ministros, venham a público, não só em seus países, mas também no estrangeiro, aparecer em jornais do porte de um "The Guardian" britânico, defendendo a liberação de drogas, as mesmas que jamais dariam a seus filhos, mas que preferem que estejam nas mãos de milhões de jovens de seus países, prontas para o consumo, acessíveis em qualquer lugar. E ao mesmo tempo essa rede de simpatizantes, colocados em cargos políticos, sempre seguindo o mesmo discurso, todos sempre comandados.

Tudo isso para criar uma multidão de cidadãos física e mentalmente abatidos, cada vez mais destruídos pelo uso contínuo de drogas. Cidadãos aos quais nada vai interessar, nada que lhes diga respeito ao futuro da sua nação, ao futuro de suas vidas, ao poder político que os escraviza cada vez mais, agora com o uso aberto de drogas. Só vão se interessar pela próxima dose de droga. Porque atrás desse discurso de "só estamos defendendo a maconha" abre-se o caminho para depois dizerem que cocaína anima, que heroína relaxa, que ópio é bom e estarão todos esses países sujeitos à sua completa destruição física e mental, como hoje ocorre com a África, que apesar dos acontecimentos terem sido diferentes, hoje sucumbe vítima das desatrosas colonizações européias, somente interessadas em sua imensa riqueza mineral, sofrendo um dos maiores genocídicos criados por tal tipo de gente, como esses três ex-presidentes.

Que assumindo ares de modernidade, com uma ONG com um nome absurdo que pretende misturar democracia com drogas, apoiada e financiada de forma que ninguém sabe, só pode ser comandada por grupos, que vão além dos grupos industriais e financeiros que conhecemos. Isso passa por sistemas de controle político e nacional que representam a vida ou morte de uma nação.
E grupos assim desejam de forma definitiva assumir o pleno controle sobre países política e socialmente fracos e que numa liberação dessas ficariam como a China nos tempos em que os ingleses plantavam ópio na Índia no século 19 para o distribuírem praticamente de graça aos chineses, criando uma população viciada e corrompida. Depois seus distribuidores cobravam alto preço dos viciados e com grande lucro. E não foi em essência, uma espécie de liberação, de descriminalização do ópio, uma droga? Está aí um exemplo do passado para reflexão aos que ainda tem dúvidas.

O que pretendem esses grupos com isso, é assumir o controle total de nações que aceitarem esse discurso. Controle político, controle social, controle econômico e controle militar, em resumo, assumir sobre essas nações o mais total controle geoestratégico. E começa o primeiro movimento, com os resultados finais calculados para dentro de alguns anos dessa forma, com esses criminosos discursos em defesa da liberação das drogas, que nenhum desses ex-presidentes admite usar e nem permite que seus filhos usem. Tudo o que fazem é através dos cargos que alcançaram e com a formação acadêmica que tem e assim nem de longe podem admitir não saberem o crime que estão comentendo, é criar condições para que os parlamentares corruptos estejam cada vez mais apoiados em tal discurso para a criação de leis cada vez mais permissivas, resultando no final numa multidão de viciados, verdadeiros mortos-vivos, mas tudo dentro da nova "legalidade", tudo dentro da mais brilhante "modernidade".

Esses são os comandados de hoje. Eles e seus comandantes, só com muita coragem e convicção de defender a nação, poderemos um dia derrubar.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

P17 A queimada de uma nação

Árvores e ervas, traficantes e ministros, amigos e fumantes...
No início deste mês, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, mais exótico em suas atuações teatrais de "protetor do meio ambiente" do que ministro mesmo, esteve encenando mais uma peça, desta vez em meio ao grupo de manifestantes que saiu em passeata pelo Rio de Janeiro em defesa da liberação da maconha. Pela idéia dos manifestantes e do ministro, a maconha devia ser liberada para qualquer um fumar onde queira e quando queira.

Nada poderia ser mais revelador das intenções do grupo político que hoje está no poder do que isso. Não que a chamada oposição seja contra, aliás para o pensamento de todo político brasileiro, quanto mais incapaz de entender e julgar as coisas estiver o povo brasileiro, melhor para eles governarem nesse festival de corrupção e impunidade.
A quem se rouba melhor? A uma pessoa capaz de discernimento e que pode defender-se de imediato ou uma pessoa incapaz de entender o que se passa à sua volta e fisicamente destruída? Qual dessas duas pessoas o sistema político brasileiro julgaria a melhor vítima? E ainda por cima incapaz de se defender? Assim como abutres, os políticos que se beneficiam desse sistema não pensam duas vezes ao defenderem medidas que venham a tornar o povo brasileiro mais doente física e mentalmente e que propicie, por assim dizer, não o fortalecimento de um povo, mas sim a criação de uma verdadeira manada de viciados, tocados como gado para onde bem entendam seus dominadores.
Um domínio que será muito mais fácil do que o efetuado com armas e com um aparato bélico, tanto faz o viés ideológico do partido que vier a ocupar o poder futuramente, pois as mentes estarão destruídas. Não interessará a essa multidão de viciados nada sobre política ou sobre sua nação, nada sobre sua vida a não ser conseguir dinheiro para a próxima dose de droga a ser consumida.

Uma idéia como essa, se fosse levada a efeito criaria um incontável número de viciados, doentes mentais, vítimas de acidentes, assaltos e uma criminalidade incrivelmente alta, resultado dos atos de todos os viciados em conjunto nesse vasto Brasil.

E no caso o que os esquerdistas de ontem fariam para legalizar a situação? Ora, só pode ser uma solução nos moldes da que arranjaram para eles mesmos, indenizações para os “coitadinhos” dos traficantes, que hoje, assaltando e seqüestrando pessoas, num comércio de crime paralelo ao das drogas, seriam pintados como heróis por jornalistas aliados e viciados, contando a história dos “moderninhos” que estavam, vejam só, à frente do seu tempo, incompreendidos pela sociedade.

Uma vez libertos, anistiados e ainda por cima indenizados, é claro, que as testemunhas de seus crimes e suas antigas vítimas tratem de fugir do país. E como vão ser vendidas as drogas? Com receita médica? Os viciados vão se contentar com algumas poucas doses por mês? Os antigos traficantes, agora anistiados, abrirão lojas para a venda de drogas e verão conformados seus lucros sumirem, só porque agora estão na legalidade? E ainda por cima vão pagar imposto quietinhos?

Resta saber como o ministro pretende lidar com os milhões de cidadãos caídos nas ruas, das famílias desfeitas por esse mesmo vício, dos acidentes e crimes provocados por esse vício, desses viciados que se contarão aos milhões, pois atrás da maconha, cocaína e heroína estarão logo liberadas. É só passar nas ruas da chamada cracolândia em São Paulo e ver o que as drogas fazem. Vendo a destruição física e mental em que crianças e adultos estão mergulhados, qualquer um pensará exatamente o contrário do que o ministro e seus amigos, melhor dizendo, comparsas, dizem agora nas ruas.
Nada poderia ser melhor para um sistema político dominar completamente uma nação do que ter sob seu controle uma população de viciados, fisicamente acabados, mentalmente anulados e incapazes de qualquer discernimento, ato ou vontade política.


O mesmo ministro que diz que é contra as queimadas das florestas, que chora ao ver troncos caídos, é totalmente a favor da queimada de uma nação inteira com essa defesa das drogas. Não parece comovê-lo a idéia de ver milhares de cidadãos caídos no vício da droga. Ele se comove mais com os troncos caídos na selva.
E desfila numa passeata dessas com a pretensa pose de ser contra a hipocrisia.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

P16 Onde moras?

Na rua e na praia...


Sempre presente ou pelo menos fazendo de conta que está presente na vida nacional em favor dos excluidos, a Igreja Católica mostra enfim que é mais uma das instituições que estão aí para lucrar. Perdoem-me os católicos se pareço um opositor. Não sigo nenhuma religião, o que me livra da suspeita de ser de outra igreja. E sem dúvida existem os padres que realmente encarnam a figura do autêntico missionário, que passa a vida como humilde pregador e socorrista dos pobres e desamparados. E ainda por cima, filósofos. Um exemplo inesquecível é o da vida do Padre Teilhard de Chardin.

Infelizmente ou felizmente talvez, seus sucessores, em especial os do Brasil, vieram a mostrar que a antiga caixinha de esmolas virou um enorme portfólio de investimentos, usando a linguagem dos corretores da bolsa de valores. Ao que parece, de algum tempo para cá, pelo menos já em público mesmo, a Igreja Católica decidiu mostrar sem contrangimentos que aderiu aos valores, não os ditos espirituais, mas àqueles valores que são mostrados nos painéis luminosos da Bolsa de Valores.

Não pode ser outra a conclusão ao sabermos que o ecônomo da Arquidiocese do Rio de Janeiro comprou com dinheiro da Igreja, pois parece pouco provável que seu salário desse para isso, um apartamento 500 m² de frente para a praia por 2 milhões de reais numa das regiões mais caras do Rio de Janeiro. O ecônomo padre Edvino Steckel que efetuou a compra foi afastado de suas funções, mas o ex-arcebispo do Rio de Janeiro, D. Eusébio Scheid que agora reside em São José dos Campos, poderá usar o imóvel quando viajar para o Rio de Janeiro.

Até lá os paroquianos do Rio de Janeiro terão a alegria de saber que recebem umas das hóstias mais caras do mundo, afinal é com elas que se pagam as despesas de manutenção do luxuoso apartamento, que ficará à disposição dos altos prelados da Igreja, enquanto que os baixos pelados do povo andarão na frente do apartamento de hóstia na boca bem fechada.

Não parece que os brados eloqüentes que ouvimos nas reuniões dos bispos brasileiros da CNBB, a famosa Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acerca dos pobres e excluídos tenham se levantado para condenar a compra do imóvel ou mesmo fazer da Campanha da Fraternidade de 2009 um ato de condenação contra tais absurdos. Padres, bispos, arcebispos e cardeais, que se acham no direito de bradar contra as injustiças do Brasil, não dão uma única declaração sobre o assunto.

Talvez porque a conferência, quem sabe, ainda esteja conferindo o caso todo. Pensando nisso, que largue a primeira pedra quem já viu algum bispo viajando de ônibus para as reuniões da CNBB e que atire a primeira pedra quem já viu algum bispo viajando de avião para a mesma reunião. Vai ser uma verdadeira artilharia antiaérea de pedras.


De toda forma, perde a cada dia com os escândalos envolvendo finanças e sexo, um pouco mais da aura que um dia pretendeu ter, essa pretensa igreja de defesa dos pobres e excluídos. Não que tais coisas sejam exclusividade da Igreja Católica, mas que dão uma idéia da inversão de valores a que ela se submeteu, dão sim.


As campanhas da fraternidade sempre tiveram um cartaz escolhido a dedo pelos bispos do Brasil. O cartaz da campanha de 2009 traz o seguinte lema "A paz é fruto da justiça". Assim cabe uma pergunta para os bispos da CNBB. É justo num país como o Brasil, tão carente de moradias dignas, que sua igreja gaste 2 milhões de reais para comprar um apartamento de luxo para um de seus membros?


Pior ainda, relembrando que a CNBB sempre deu opiniões sobre tudo na vida nacional, sempre sob a diretriz de defender os pobres e excluídos, apontando os pecados de todos, devia ela comentar e condenar de forma eloqüente esse caso, mas parece que no caso dos pecados da Igreja a diretriz é outra.

Ou então poderiam os bispos recolherem-se na leitura desta passagem na Bíblia, em Mateus capítulo 7, versículo 4: "Ou como podes dizer a teu irmão: 'Permite-me tirar o argueiro do teu olho, quando eis que há uma trave no teu próprio olho? Hipócrita. Tira primeiro a trave do teu olho e depois verás claramente como tirar o argueiro do olho do teu irmão'."

Mais ironicamente, relembrando o passado, o cartaz da campanha da fraternidade de 1993 mostrava um casal sem teto, com a mulher grávida, à sombra de uma casa, com o lema "Onde moras?".


Agora o casal já sabe onde mora. Na rua da desilusão, com a reunião da CNBB em silêncio de um lado da rua e o luxuoso apartamento do ex-arcebispo do outro.