sábado, 24 de dezembro de 2011

P91 Um Feliz Natal

Enfim, que tragam o presente...
Para todos os leitores deste espaço desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, com todos os sonhos realizados. E aproveitando a ocasião, meditemos sobre o triste estado em que se encontra nossa nação.
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Com a decadência total, pública e desavergonhada dos três poderes, que ao menos os Três Reis Magos tragam o presente que a nação brasileira precisa para não terminar como uma grande fazenda.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

P90 Em quem você acredita e confia

Se você confia, você faz o que quer...
Com a declaração pública do juiz Ricardo Lewandowski, membro do Supremo Tribunal Federal, de que penas de réus do mensalão poderão prescrever, fica assim estabelecida de forma pública e inconteste a incapacidade da justiça brasileira de punir os corruptos com grande influência política. Se não é publicamente desejada como um ordenamento natural do judiciário brasileiro, ao menos essa incapacidade é tacitamente aceita pelos seus membros.
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E assim os corruptos brasileiros, que fazem de ministérios e governos estaduais e presidenciais entre outros, o bilhete premiado de suas vidas às custas da riqueza do Brasil sorriem, já que a declaração pública do juiz deixa clara a aceitação dessa tradição política e jurídica de impunidade providenciada por quem deveria punir os corruptos.-
E por estes tempos, os exemplos de que a leniência com a corrupção se torna indistinguível de uma ação decidida a favor dela foi vista na decisão do juiz Cezar Peluso do mesmo STF quando deu seu voto favorável ao retorno de Jáder Barbalho ao senado. Jáder que havia sido barrado por seu envolvimento em inúmeros casos de corrupção, agora retorna ao Senado graças ao voto favorável do juiz Cesar, onde conta com amigos como Renan Calheiros, José Sarney e outros mandatários da política nacional, que tem em sua história somente o envolvimento em episódios nebulosos ou vergonhosos da vida nacional e o de viverem em extremo luxo e riqueza em seus estados, que são da região nordestina e secularmente mergulhados na miséria para atenderem às dinastias políticas que os governa e da qual são descendentes e continuadores.
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A lei da Ficha Limpa havia sido criada para deter certos personagens em suas tentativas de reassumir o poder. Ora, posto o incômodo julgamento na frente de todos, violenta-se a lei e ponto final, já que não existia outra alternativa. O povo, indignado num primeiro momento, sucumbindo aos inúmeros problemas do dia a dia e além mais prestes a submergir em novas e catastróficas inundações, nada pode fazer a não ser esquecer e seguir em frente em seu dia a dia sofrido.
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A consciência de cada cidadão num julgamento o leva a entender que em muitos casos prevalece sobre a lei a defesa do patrimônio público, do bem estar e da segurança de uma coletividade de milhões de pessoas, quando a demanda de um membro dessa coletividade, julgada num tribunal, coloque em risco exatamente o que se pretende defender, no caso o direito à segurança e justiça de milhões de pessoas. Qualquer juiz analisando sob este ângulo e tendo em vista a vida passada do demandante, sempre evolvido em atos de corrupção que afetaram gravemente não só a segurança mas também o direito desses milhões de pessoas, decide, se for lúcido e coerente com princípios mais altos de justiça, a favor da sociedade como um todo e o passado criminoso desse demandante torna-se então a principal testemunha de acusação contra ele. Porém aqui vimos acontecer o contrário.
Assim, com as declarações do juiz Lewandowski e com os votos de seu colega, vê-se com clareza que os conceitos abstratos de corrupção e impunidade desfrutam de existência material para muitos círculos políticos e judiciários brasileiros. E o que é pior, esse conceitos assim alçados à condição de membros desses círculos, desfrutam também de prerrogativas como habeas corpus e foro privilegiado.
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É uma decisão que em última análise leva os corruptos do Brasil a entenderem que nada mais impede suas ações. Talvez venha a ocorrer uma prisão, um imprevisto momentâneo, mas a impunidade está garantida, senão por uma bem sucedida e milionária fraude perpetrada em posições administrativas da vida pública, ao menos pela notável lerdeza dessa mais alta corte em analisar e julgar os processos. Convenhamos. O ordenamento jurídico parece ter sido feito sob medida para isso. Enquanto o tempo de análise dos processos caminha lentamente, como um velho vergado pela idade, o tempo de prescrição desses mesmos processos corre com a velocidade de um maratonista.
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É assim, finalmente, que depois da declaração pública do juiz, que vemos como os corruptos se dão bem neste país. Em todos os países onde o ordenamento jurídico é civilizado e as punições a esses políticos são rápidas e impiedosas, mesmo assim corruptos existem, porém vivem em sobressalto. Assaltar o dinheiro público pode ser rendoso, mas é certeza de punição, de perda dos bens, de longos anos na prisão. Assim os corruptos nesses países confiam acima de tudo em seus planos de fuga para outros países, de troca de identidade, de viverem a partir daí uma vida dupla, oculta, com o risco de a qualquer momento serem descobertos.
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Já os corruptos brasileiros nem sequer pensam nisso. Pensam apenas em escolher uma praia próxima de suas novas residências depois que tudo acabar, onde viverão em residência sabida e conhecida de todos. Afinal, até por dever do ofício de corruptos sempre souberam do que o juiz Lewandowski fez questão de confirmar publicamente.
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Um exemplo é Marcos Valério, um dos envolvidos no escândalo do mensalão. que preso por esses dias pela Polícia Federal denunciado em grilagem de terras, mostrou durante a prisão um ar de enfado, de tédio mesmo, sabendo que aquilo era só um contratempo e logo ele seria libertado. Depois, entrevistado pela imprensa ao ser libertado, Marcos Valério exprimiu numa simples frase o que lhe dá a segurança de viver sempre envolvido em corrupção:
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"Eu confio na justiça."
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Com essa singela declaração, ele deixou claro no que os corruptos desse país mais acreditam e confiam ao darem seus golpes.
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Acreditam e confiam acima de tudo na justiça. E de que outra forma poderiam se dar tão bem?



sábado, 3 de dezembro de 2011

P89 Aprendizes de barraco

Os chefes sabem ensinar tudo sobre barraco...
Continua na Record a edição de 2011 do programa "O Aprendiz" que se por um lado premia só um dos inscritos, ao menos tem dado aos que são reprovados lições valiosas. No caso a de como não deve se comportar um administrador numa reunião. Como involuntários aprendizes do comportamento popularmente chamado de barraco, os candidatos ao menos saem sabendo o que não fazer numa reunião
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Chefiado por João Dória Jr., Cláudio Forner e Carla Pernambuco, longe de ser um ponto de referência para estudantes de administração e mesmo para espectadores comuns, tem sido a atitude dos condutores do programa que em cada apresentação entregam aos candidatos uma prova para ser realizada. Ao final da prova é anunciada a equipe vencedora que parte para alguns dias de diversão num ponto turístico, enquanto que a perdedora é levada para uma reunião onde são analisados os erros que levaram à sua derrota.
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O que se vê é um reunião deprimente, pela falta de educação dos, digamos assim, chefes do programa. Já tranquilamente alicerçados no sucesso profissional, eles se esmeram em moer os participantes numa sessão de humilhação que ao menos ensina aos candidatos uma coisa, a de como não devem se portar num cargo de direção.
Candidatos até bons, mas que cometeram o deslize de perder uma prova são passados por uma inquisição que parece ter paralelo somente com as reuniões do antigo partido comunista soviético, onde os caídos em desgraça eram humilhados e depois deportados. A diferença aqui é que os perdedores apenas são levados ao aeroporto, onde podem escolher o voo para suas casas.
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O resultado não poderia ser outro. Apavorados pela situação, filmados para exibição em rede nacional, qualquer resto de comedimento se apaga ali e o que vemos é uma luta que se assemelha mais a um tiroteio dentro de um elevador do que um discussão entre pessoas civilizadas, que supõe-se, mesmo num rígido e competitivo ambiente empresarial e corporativo deveria se revestir de alguma espécie de civilidade nos modos e comportamentos. Mas se o exemplo de cima já é o contrário, entende-se o que acontece.
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Mesmo que erros tenham sido cometidos e sejam cobrados, coisa normal em qualquer empreendimento, tudo é feito de forma absurda, parecendo ser, pelo menos nessas últimas edições, uma espécie de diversão dos apresentadores em espezinhar os candidatos de uma forma absolutamente condenável que nada acrescenta ao programa.
Geralmente feridos com as observações que vem carregadas com ironias e crueldades desprezíveis contra os candidatos em desgraça, do alto do Olimpo do seu sucesso profissional, os apresentadores divertem-se jogando todo tipo de observações das mais desonrosas contra os candidatos, que habitualmente chegam às lágrimas, de forma quieta ou aberta.
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Uma pena que a Rede Record tenha rescindido o contrato com o humorista Tom Cavalcante, que tem personificado o programa em suas paródias cômicas. Tivesse a chefia da emissora colocado o próprio Tom Cavalcante e sua trupe cde comediantes para dar tarefas, julgar os candidatos e reprovar e mandar para casa quem quer que fosse, ao menos ele o faria com bom humor e alegria para todos.
Seria bem melhor assim. Os candidatos aprenderiam sua lição e iriam para casa ao menos sorridentes.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

P88 A fazenda

A cada imagem, uma visão da fazenda dos viciados...
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Continua provocando tristeza o caso das manifestações na USP a favor de viciados e traficantes de drogas e para analisar tudo isso, talvez seja melhor comparar o que essa universidade tem produzido para o Brasil em comparação com outras universidades do mundo. Chegaremos a um retrato tão deprimente da decadência dessa universidade que envergonha qualquer brasileiro quando comenta esse assunto. A USP hoje tornou-se uma verdadeira fazenda e o que é pior, uma fazenda de viciados ao que tudo indica.
Na imagem acima vemos um dos edifícios do famoso Trinity College, um complexo de universidades da Inglaterra e países da comunidade britânica , que ao longo de mais de 400 anos de existência contou com a presença de cientistas, matemáticos, intelectuais e descobridores do porte de um Isaac Newton, um Charles Darwin ou um Stephen Hawking, que mesmo preso a uma cadeira de rodas é um dos mais notáveis matemáticos e astrofísicos dos tempos modernos.
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O mundo deve muito a esses cientistas e suas vidas tornaram-se exemplo para muitos estudantes do mundo, que assim decidiram dar o melhor de si para poderem ingressar nessas universidades. Bons exemplos não faltaram. Já quanto ao legado da USP, parece que a bem poucos inspira. Ou pelo menos não inspira a excelência que vemos num complexo como o Trinity College.
Na imagem acima vemos uma coisa comum a unversitários de outros países, em especial das universidades americanas, ou seja, a prática de esportes, que em muitos casos serve de passaporte para o ingresso numa universidade, mas sem por isso desconsiderar a capacidade acadêmica dos alunos. Em suas disciplinas os alunos são exigidos e ao mesmo tempo cultuam a forma física como um dos pilares para o bom rendimento na universidade.
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Pelas recentes demonstrações dos alunos da USP, abertamente a favor do desmazelo pessoal e do consumo de drogas, não parece ser o bom exemplo americano o comportamento exigido ou cultivado entre seus alunos. Já praticamente infestada de viciados, verdadeiros cúmplices de traficantes, parece interessar à sua comunidade justamente o comportamente oposto.
Na imagem acima vemos um dos famosos e onipresentes chips de computadores, o que permite a bilhões de pessoas nos dias de hoje trabalharem e cultivarem conhecimento e auto-aprimoramento. Infelizmente a USP bem pouco ou nada tem a ver com isso. Exatamente do exterior, a começar das universidades americanas, vieram as descobertas na tecnologia eletrônica que permitiram alcançar esse nível de conhecimento.
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Seguindo esse exemplo já na época do imperador Meiji, por meados de 1870, professores e estudantes japoneses construíram uma sólida tradição de conhecimento que o mundo todo conhece. Também os coreanos e chineses, alicerçando nesse pensamento suas estruturas universitárias ajudaram a mudar o mundo com suas descobertas. Quanto à USP e seus alunos, isso parece nada significar.
Na imagem acima vemos o míssil nuclear indiano Agni. Desde 1962, quando sofreu uma invasão da China, o governo indiano decidiu construir sozinho seu programa nuclear. Contando com seus extraordinários matemáticos, formados nas melhores universidades inglesas, que depois agregaram seu conhecimento nas universidades indianas e conseguiram, mesmo com o obstáculo da pobreza, construir os equipamentos e laboratórios necessários para isso. Coordenando o complexo conhecimento e ferramental que isso exige, conseguiram alcançar o sucesso nessa missão.
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Para tornar o feito ainda mais admirável, o Paquistão, país vizinho e rival da Índia e mais pobre ainda, mas contando com uma elite universitária também exemplar, desde a década de 70 pesquisou e conseguiu também desenvolver seu próprio programa nuclear e de foguetes. O feito foi extraordinário. Países pobres puderam contar com seus universitários para esse objetivo.
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Com os universitários da USP, que deveriam seguir o exemplo, o Brasil, ingressando oficialmente na astronáutica em 1967, hoje depende de foguetes americanos e franceses para lançar seus satélites e ainda hoje sofre traduzindo manuais americanos e alemães para tentar entender o que se passa dentro de instalações nucleares que importou. Os universitários da USP poderiam seguir o exemplo da Índia e do Paquistão, mas para eles, desses países só interessa a heroína que seus traficantes exportam.

Na imagem acima vemos os estudantes da USP, com seu exemplo de desagregação, vício em drogas e cumplicidade com traficantes, que costumeiramente também praticam assaltos dentro do campus. A verdade é que hoje, nos furtos ocorridos lá dentro, ninguém mais sabe quem assalta quem. Encapuzados, depredando tudo, dizendo-se "defensores da democracia" com seus protestos contra a polícia, onde depredaram as instalações da universidade e depois, já afeitos à mentira e irresponsabilidade, culparam a polícia militar, sabe-se que seu protesto tem apenas um objetivo prático. Tirar a polícia de dentro do campus, porque afinal, lá dentro, ela vai prender, fichar e interrogar os viciados em drogas. Na verdade o protesto é apenas porque os estudantes da USP estão cansados de consumir drogas dentro dos banheiros ou escondidos em alguma rua escura e querem voltar a fazer isso dentro do campus da USP. Aqui no Brasil isso é chamado de elite universitária. Como os que se dizem contrários a isso não protestam nem um pouco, não se pode dizer que haja um pensamento contrário a isso.
Na imagem acima, vemos alcóolatras, que tem sido um contingente respeitável entre os alunos da USP. Hoje o que temos não parece ser um núcleo de excelência universitária, que em muito poderia auxiliar o Brasil. Temos uma grande confraria de bêbados e viciados. O que confirma isso são as grandes realizações de países que contaram com o trabalho de uma real elite universitária, enquanto que aqui marcamos passo com uma universidade que forma apenas tradutores de manuais estrangeiros com doutorado.
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Países asiáticos como Japão, Coréia, China, Índia e Paquistão, contando com universidades com ensino rígido nos costumes, tradicionalistas na exigência do rendimento escolar, zelosas em suas orientações com reitorias realmente atuantes, corajosas, firmes e nunca omissas não poderiam chegar a outro resultado que não fosse o orgulho nacional pelas suas realizações.
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Um país como o Brasil que permite aberrações como essas dos estudantes da USP, com a hipocrisia de "liberdades democráticas" que na verdade não passa de um triste exemplo de pobreza e destruição do conhecimento universitário e consumo e tráfico de drogas, com todo o bom exemplo dado por outros países aqui sendo pervertido e degenerado, não pode mesmo aspirar a outra coisa, que não a insignificância do conhecimento. E limitar-se a ser apenas comprador de manuais estrangeiros de como usar grandes descobertas feitas fora do Brasil.
Na imagem acima vemos um cartaz. Para completar a tragédia, esse cartaz foi idealizado pelos acadêmicos da faculdade de Direito da USP para uma festividade neste ano. Criado no infame Largo de São Francisco, cantado como berço da democracia apenas na visão de seus beneficiados, nesse cartaz veem-se uma prostituta esperando clientes, um mendigo segurando a placa com o preço da entrada, o anúncio de bebidas que serão servidas na festa e no meio de tudo, numa poltrona, um estudante da faculdade de Direito.
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Isso foi tudo o que os estudantes da USP conseguiram imaginar para descrever a sua festa. Prostituição, mendicância e no meio de tudo, a bem apessoada figura do formando de Direito, que formado às custas da sociedade, depois defende milionárias causas de clientes privados como grandes empreiteiras contra essa mesma sociedade que o formou. Esse é hoje o pensamento acabado dos alunos da USP. É só disfarçar tudo com o falso nome de "formação democrática".
Na imagem acima, a mais cruel de todas, vemos a baixeza a que a USP desceu e já há muito tempo. Os pais de Edison Hsueh seguram seu retrato, enquanto ainda esperavam o resultado do julgamento contra a USP. Em 1999, Edison Hsue, aprovado para a faculdade de medicina da USP, foi submetido a um trote brutal e terminou morto afogado na piscina da faculdade. Segundo o relato das testemunhas, os calouros eram obrigados a beber, alguns forçados a isso, humilhados e no final dezenas deles foram jogados na piscina. Entre eles estava Edison Hsueh.
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Acusados de homicídio qualificado pelos promotores do caso, um dos estudantes da USP teve para defendê-los e por extensão a própria USP, ninguém menos que Márcio Thomaz Bastos, também formado em Direito na USP. Nestes tempos modernos, na visão da Justiça, se uma pessoa escorregar e cair no estacionamento de um supermercado, pode pedir reparação.
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No entanto, para o meio jurídico paulista, nada poderia nem deveria ser pedido para a USP. Nenhum responsável deveria existir e nisso foi aproveitado o verdadeiro pacto de silêncio entre os estudantes da USP. Tribunais e juízes desqualificaram como puderam o pedido de reparação feito pelos pais do estudante morto. Em 2003 o advogado Márcio Thomaz Bastos foi nomeado ministro da Justiça do governo Lula. Um dia depois saiu a decisão do STJ paulista suspendendo o processo. Em 2008 os acusados ficaram completamente livres com a decisão do STF de que a USP nada tinha a ver com a morte de Edison Hsueh.
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Sempre foi fácil para os estudantes da USP sairem às ruas em manifestações ruidosas por qualquer coisa, até mesmo defendendo o consumo e tráfico de drogas. Porém, no momento de sairem nas ruas pedindo justiça, apuração rigorosa dos fatos e punição dos culpados, silenciaram, não moveram uma única bandeira que fosse pela justiça e pela verdade.
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O pai do estudante morto, vergado com o peso de mais essa injustiça, acusando sempre o silêncio e omissão dos alunos, diretórios e direção da USP, abatido por profunda depressão e mortalmente ferido pela dor de presenciar o segundo assassinato de seu filho, morreu em 2009. Sua esposa ainda vive, cuidada pelos outros filhos que tem.

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Esse tem sido o triste e vergonhoso registro histórico e miserável legado que a famosa Universidade de São Paulo tem para mostrar a todos que a procurem, como suas credenciais mais legítimas e cultuadas por seus alunos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

P87 Amigos dos amigos

Enfim os "amigos" universitários se estabelecem...
Ao que tudo indica a facção criminosa carioca Amigos dos Amigos já pode contar com suas mais novas amizades, a saber, os alunos da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, a famosa USP. Essa facção criminosa criada por traficantes cariocas nos anos 80, ao longo das últimas décadas conseguiu valiosas e duradouras amizades nos meios políciais, judiciários e políticos do Rio de Janeiro e agora ao que parece já se tornou um grêmio acadêmico da USP, se bem que isso é uma coisa que os alunos "amigos dos amigos" ainda não podem falar abertamente e preferem disfarçar sua adesão ao vício e ao tráfico de drogas com o surrado e hipócrita bordão de "luta contra a ditadura".
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Em notável demonstração de que ao menos a atitude de auxílio mútuo dos "amigos dos amigos" já foi levada para a cultura da USP em meio à baderna que foi a ocupação por estudantes encapuzados, vimos estarrecidos a atuação ambígua de um reitor desaparecido, incapaz de enfrentar a situação com a força necessária, meios políticos com declarações vazias, um judiciário que foi moroso ao dar a ordem de retomada da faculdade e ainda deu mais um prazo no dia final enquanto que a Polícia Militar de São Paulo, habitualmente violenta ao cumprir ordens de reintegrações de posse no caso de prédios abandonados ou terrenos invadidos por favelados, mostrou uma pouco conhecida suavidade contra os alunos invasores, seguindo recomendações até públicas de seu comandante para não falarem alto, para não baterem nos escudos, para não usarem armas de choque, para serem em suma, de uma educação de fazer inveja a um mordomo inglês.
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Afinal a polícia sabe que entre a massa de favelados que ocasionalmente espanca e baleia durante desocupações semelhantes não tem em seu meio filhos de magistrados ou políticos e quando é contra favelados, pobres ou despossuídos, como queira o leitor, aí é na base do "senta porrada", "mete bala", "passa o trator". Agora na frente da massa de alunos de classe média alta ou rica, onde existiam filhos de magistrados e políticos influentes, filhos de gente com poder político e financeiro capaz de criar sérios problemas para a corporação, aí a tropa de choque foi só "paz e amor" com as poses de força cuidadosamente calculadas e dosadas para que fossem evitados acidentes de consequências duras para o contingente policial. Para piorar, as autoridades acostumadas a baixar os presos pobres para celas imundas, dessa vez preferiu baixar a irrisória fiança estipulada em um salário mínimo para um rídiculo meio salário mínimo. De irrisória, a fiança passou para essa vergonhosa soma, mal se conseguindo esconder a ação entre amigos para favorecer os filhos de poderosos.
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Em meio a tudo isso, associações sindicais ligadas ao meio estudantil imediatamente desembolsaram somas de mais de 30 mil reais para pagar a fiança dos estudantes, afinal existia o risco de que alguns deles, nada afeitos às celas onde vivem os oprimidos que dizem representar, se acabassem levados para lá, caso tudo desse errado, poderiam logo estarem dizendo os nomes de quem realmente deixa traficantes e assasinos andarem sossegados pelo campus da USP, quem realmente leva a droga até lá, quem realmente a esconde e onde ela fica escondida no armário onde os viciados vão buscar a sua ração diária de droga. Afinal não se tem notícia de nenhum caso de crise de abstinência dentro da USP e como o consumo de droga é diário, muita coisa ia ser contada. Informações assim acabariam guardadas em algum fichário policial e os danos seriam grandes e assim maior ainda foi a movimentação para pagar a fiança dos viciados travestidos de estudantes.
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Em retrospecto, com uma ponta da ação passando pelos estudantes viciados e cúmplices dos traficantes, voando por por cima de uma reitoria fantasma, ficando na frente de uma polícia subitamente boazinha, ouvindo um poder político fraco e tranquila com um poder judiciário moroso, acabou se concretizando o mais puro cenário de uma verdadeira cópia de uma ação dos "amigos dos amigos".
Afinal entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Foram os papais e mamães dos bairros mais ricos de São Paulo conversar com os amigos da polícia, do judiciário e do poder político para garantir que os rebeldes sem causa na cabeça mas com drogas na cabeça, voltassem para casa são e salvos. Para melhor aparência para os meios de comunicação foi montada a bonita operação de "retomada" da faculdade, onde em bem sucedida operação policial os estudantes foram "surpreendidos" e não reagiram.
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Depois de mais de uma semana enfiados nas dependências da faculdade, sabendo de todas as notícias e acompanhando tudo o que acontecia dentro e fora da faculdade, cientes das declarações vazias do poder político, percebendo a morosidade da justiça em pronunciar uma decisão de retomada até condenatória, consumindo drogas e bebidas alcóolicas sem parar, isso sim a grande causa da invasão, depredando instalações e equipamentos que a sociedade sim é que vai pagar e além de tudo tendo a certeza da timidez das autoridades, aí sim viram que tudo, fosse como fosse, ia terminar em flores.
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Para completar o buquê de flores entregue aos estudantes das mais novas disciplinas de tráfico, consumo de drogas e depredação do patrimônio público, a reitoria nem mesmo teve a coragem de sequer considerar a expulsão imediata dos envolvidos na invasão, parecendo quase pedir licença para entrar na faculdade. Flores dadas a viciados às custas da sociedade, enquanto eles posam de "heróis da liberdade".
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Hoje esses amigos dos amigos que abrem as portas da faculdade para que traficantes e assassinos andem impunes lá dentro, esses "alunos" que já viram roubos, estupros, assassinatos mas que mesmo assim preferem que tudo isso aconteça desde que tenham a sua ração diária de drogas garantida, agora exultam e levantam os braços na pose de "guerrilheiros" , mas que ao invés de fuzis só empunham cigarros de maconha ou papelotes de cocaína.
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Na verdade, covardemente escoltados pelos papais e mamães nada mais fazem do que se acumpliciarem com traficantes e assassinos para poderem andar tranquilos pelo seu parque particular de consumo de drogas que chamam de "faculdade de filosofia", ladeados pelos seus amigos de crimes. A tudo isso, entre risos e chacotas chamam de "espaço democratico".
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Nos dias atuais, ruas de São Paulo já tiveram seu comércio abandonado, moradores abandonaram casas e até linhas de ônibus foram desviadas de ruas tomadas por avassaladoras multidões de viciados em todo tipo de drogas.
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Assim os "lutadores da liberdade", "adversários da ditadura" e mais outros nomes rídiculos que se outorgam, ladeados por papais e mamães que nada mais fazem do que acobertar os vândalos, viciados e traficantes em que seus filhos se tornaram, já sabem
que tem um lugar para irem quando estiverem fora da faculdade.

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Sem dúvida eles estarão muito à vontade entre esses "amigos" muitos dos quais devem frequentar a faculdade pelo menos no curso de entrega de drogas.
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Além disso, papel para enrolar cigarros de maconha ou papelotes de cocaína, isso os "amigos dos amigos" da Faculdade de Filosofia da USP tem de sobra na biblioteca que frequentam.

domingo, 30 de outubro de 2011

P86 O professor Fernandinho

O novo membro do corpo docente da USP...
Com os recentes acontecimentos na USP, onde a Polícia Militar de São Paulo entrou em confronto com alunos da faculdade de Filosofia durante a detenção de três alunos que estavam fumando maconha dentro de suas dependências, fica mais uma vez publicamente exposta a degradação da instituição de ensino paulista, onde dentre seus inúmeros problemas, destaca-se agora o de consumo de drogas e muito provavelmente o nada invejável quesito de já abrigar lá dentro um ponto de venda de drogas de traficantes paulistas, ou pode-se dizer, uma boca de fumo universitária.
Na foto acima vê-se um suposto aluno da faculdade de Filosofia, que encapuzado na mais estreita semelhança com a figura de traficantes em pontos de venda de drogas ou rebeliões de cadeias, pretende posar de "defensor" dos pobres e oprimidos, sendo que se torna impossível dizer quem é o encapuzado. É realmente aluno da USP ou algum traficante fazendo pose de estudante esquerdista para defender seu território e as vendas de drogas para seus clientes universitários? E só poderia fazer isso com a colaboração dos seus alunos fregueses ou então ninguém sabe dizer quem é quem numa manifestação dentro da USP.
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Depois dos relatos de vários crimes cometidos dentro das dependências da USP, dos assaltos frequentes, de assassinatos cometidos contra alunos durante assaltos, do problema já público do consumo de drogas e bebidas alcóolicas pelos seus alunos e coroando tudo isso, a resistência de um grupo expressivo de alunos contra a presença da polícia dentro do campus da USP, sempre sob o disfarce de "defender a liberdade e as garantias democráticas de manifestação política", fica mais do que claro que esse grupo, senão grande parte dos seus alunos aproveitam essa conversa de "esquerdistas progressistas", "ativistas sociais", "defensores das liberdades" para defender a única liberdade que lhes interessa, a de consumir álcool e drogas à vontade dentro de um território onde sabem que a polícia não pode entrar. Querem no fundo aproveitar as vantagens do campus, agora rapidamente se transformando numa cracolândia custeada pelo dinheiro do contribuinte paulista. Sem ligarem para as notícias que logo se propagam pelos informativos especializados em análise das universidades no mundo, nos deixando nessa miserável e vergonhosa situação frente à comunidade acadêmica mundial.
Ao que tudo indica o pensamento que a USP tem inculcado nos seus alunos já de longo tempo pouco ou nada serve ao Brasil, a não ser por atitudes individuais que vão na contra-mão de um comportamento dos mais baixos.
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Leve-se em conta o mau exemplo de Fernando Henrique Cardoso, que formado por essa mesma faculdade que agora abriga traficantes com pose de "defensores dos oprimidos", apresentando-se sempre como defensor de um nacionalismo autêntico na década de 70, além de alinhado com pensadores contrários às oligarquias políticas, escreveu livros sobre a submissão, dependência e exploração da América Latina pelos grandes grupos econômicos e industriais estrangeiros, foi aclamado como o "pai do Plano Real" criado por outros mentores que não ele, que como sociólogo apenas assinava o que era decidido em outras instâncias, deixou o cargo e com o apoio de uma mídia alugada por essas mesmas oligarquias que ele sempre condenou, elegeu-se presidente em 1994 para então renunciar publicamente a todas as suas teorias, aceitar a entrega da infra-estrutura do país aos mesmos grupos estrangeiros que acusava de exploradores e dominadores, enquanto que no cenário interno aliava-se aos mais atrasados e retrógrados políticos oligarcas para sempre ter maioria em votações parlamentares.
Hoje ele defende publicamente a legalização do consumo de drogas, sendo que em sua teoria, os inevitáveis desastres sociais e criminais que isso vai acarretar deverão ser cobertos pela estrutura de saúde e segurança públicas. Segundo suas idéias, a sociedade ter de suportar o peso econômico e humano de todos esses desastres sociais e criminais que a disseminação das drogas vai provocar é a coisa mais natural que existe. Às custas da nação, é claro.
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Com seu entreguismo e oportunismo político perpetrado e registrado nos livros de história e hoje com sua tese de defesa do consumo de drogas e em última análise, do crime organizado, ao que parece sua trajetória se assemelha notavelmente com as dos alunos atuais de sua antiga escola.
Para maior humilhação do Brasil nos recentes acontecimentos dentro da USP, estudantes ou pelo menos assim os encapuzados se identificavam aos repórteres, seja lá como for, eles, o tempo todo encapuzados levantaram barreiras dentro do campus da faculdade de Filosofia com o objetivo de impedir a entrada de viaturas da polícia. De novo os capuzes na mais estreita semelhança com os traficantes encapuzados das bocas de fumo. Na foto acima quem pode dizer se são estudantes ou traficantes tratando de proteger o agora verdadeiro curral onde abastecem seus viciados?
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A motivação não é política, portanto das mais elogiáveis? No entanto ninguém mostra o rosto. Pior ainda os repórteres transitando pelo campus constataram que nas escadas da entrada da faculdade, os alunos haviam improvisado barracas com a venda de cerveja e gelatina de vodka. Esse é o relato que vai para as publicações especializadas das instituições estudantis no mundo todo.
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Não o relato de universitários improvisando refeições ou primeiros socorros a seus colegas em justa luta política, até aceitável numa sociedade civilizada num momento de confronto, mas o relato de encapuzados, provavelmente traficantes, impedindo a entrada da polícia, enquanto consomem cerveja e vodka. Esses é que se dizem "defensores dos valores democráticos".
Falta pouco para os ditos "estudantes da faculdade de Filosofia da USP" com chinelões, bermudas e fuzis, no melhor figurino dos traficantes de morro assumirem de vez o controle da vida acadêmica, já que as coisas chegaram a esse ponto. A tão cantada "defesa dos valores democráticos" por esse grupo de traficantes e viciados encapuzados e quando não encapuzados, alcoolizados, não resiste à mínima análise, passando para todos a verdadeira situação de decadência da USP.
Por esses tempos, vários traficantes, entre eles Fernandinho Beira-Mar já podem começar a pedir formalmente para terem benefícios no regime prisional. Para Fernandinho Beira-Mar talvez as perspectivas de vida fora dos muros do presídio não sejam muito animadoras, mas há uma coisa que ele pode tentar.
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Com a situação da faculdade de Filosofia da USP como vemos nos dias de hoje, Fernadinho Beira-Mar pode se candidatar à livre docência nessa instituição. Terá razoáveis chances de ser aceito pelo conhecimento que possui da matéria.
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Na primeira formatura depois de sua posse, é provável que vejamos o traficante Elias Maluco como paraninfo dos então orgulhosos alunos da faculdade de Filosofia da USP, com seu "espaço democrático" finalmente consolidado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

P85 Com que nome te chamam

Nem sempre é o nome de nascimento...
A leitura de algumas notícias de ontem veiculadas pelo portal UOL nos leva a fazer uma interessante observação. Dirigindo-se a nós, cidadãos comuns em qualquer situação, com que nome nos chamariam os personagens principais das notícias do dia?
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É necessário ler apenas algumas das notícias para chegarmos a uma conclusão nada animadora, mas infelizmente mais do que real. E assim elas vão surgindo na nossa tela.
Barrado pela Lei da Ficha Limpa por abuso de poder político e econômico, Cássio Cunha Lima, da Paraíba, pode tomar posse como senador graças ao entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a lei não o alcança, portanto ele está liberado para tomar posse em seu cargo.
Entendamos que a Lei da Ficha Limpa, ao menos acreditam as pessoas mais decentes, foi feita para impedir que maus políticos pudessem alcançar cargos de onde, é claro, passariam a cometer delitos acobertados e protegidos contra qualquer punição.
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Tal é a essência dessa lei tão carregada de civismo, decência e correção moral que qualquer jurista, filósofo ou mesmo o simples cidadão entenderia que o tempo não a alcança. Ela escapa a qualquer apreciação desse tipo. Juristas que contemplassem o civismo, decência e correção moral como valores realmente a serem preservados, entenderiam que tal lei, protegendo o patrimônio da nação contra políticos desonestos, seria de imediata aplicação. Porém o STF decidiu pelo contrário, talvez guiado por entendimentos contrários.
É provável que se Cássio Cunha Lima tivesse sido eleito para o cargo de tesoureiro e transportador de valores do mesmo Supremo Tribunal Federal, talvez o entendimento dos juízes desse tribunal fosse completamente diferente. Mas como ele vai mexer com o dinheiro do cidadão, o problema é do cidadão.
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Em outra votação interessante e mais do que nunca reveladora da situação de decadência moral e corrupção em que se encontram mergulhadas as instituições brasileiras, o político Valdemar da Costa Neto, sempre implicado em denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público, terminou absolvido de qualquer acusação com o arquivamento de uma ação contra ele, arquivamento decidido pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Uma entidade que também supostamente deveria zelar pelo bom nome do Congresso Nacional, tem um notável placar de arquivamentos de denúncias que chegam até ela.
Ou os denunciantes são sempre incrivelmente ineptos, fazendo sempre denúncias absurdas e sem fundamento ou o fundamento do Conselho de Ética é sempre o de dizer que não vê nada demais em certas práticas com o dinheiro público.
No estado do Maranhão governado pela família Sarney, deputados estaduais aprovaram na prática, a estatização da Fundação Sarney, que até hoje parece não ter tido grande impacto no progresso do Brasil e muito menos do estado do Maranhão, que continua mergulhado numa pobreza secular.
Em todo caso, o dinheiro dos cidadãos contribuintes do Maranhão e em certa parte dos cidadãos do Brasil vai arcar com as contas da Fundação Sarney. A fundação era investigada pelo Ministério Público, teve as contas reprovadas pelo TCU no período de 2004 e 2007, mas o problema agora é do cidadão.
Resta saber, já quase adivinhando, com que nome os principais personagens dessas notícias chamariam o cidadão comum. Sempre investigados, denunciados mas no fim das contas absolvidos por votos de tribunais e conselhos espalhados pelo Brasil afora, é mais do que claro.
Depois de tantos nomes como Piolin, Bozo e Tiririca, esse agora recebendo salário graças ao imposto que o cidadão paga, realmente Palhaço Cidadão ia ser um nome bonito mesmo.

sábado, 8 de outubro de 2011

P84 Um homem e seu sonho

Um sonho de todo ser humano...
Ainda sob o impacto da morte de Steve Jobs há três dias atrás, seus admiradores no mundo inteiro relembram com tristeza pela sua perda, a imagem de um dos criadores do computador pessoal que representou um marco inesquecível na história do mundo. Com sua aparência sempre informal nos modos e na vestimenta, sempre lembrando a mistura de autodidata, empresário, sonhador e cientista, Steve Jobs deixa uma marca toda própria num dos processos civilizatórios mais importantes pelos quais o mundo já passou.
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Mais do que isso, junto com o progresso que trouxe para o ser humano com a concretização de suas idéias, muitas vezes incompreendidas tamanho o alcance de sua visão, ele deixa também uma lição de vida que serve de exemplo a todos que trilhem um caminho semelhante e que ao mesmo tempo que tenham sonhos, se vejam premidos por todo tipo de dificuldades. Filho adotivo de uma família de poucos recursos, sempre interessado em ciências, Jobs deu mostras de sua tenacidade ao entrar numa universidade. Quase sem recursos para pagar as mensalidades, até mesmo catava latinhas de refrigerantes para reciclagem, com o que amealhava recursos para pagar suas contas. Mas mesmo com todo esse esforço foi obrigado a abandonar seu curso. Não abandonou porém seus sonhos.
Ao lado de seu companheiro de idéias, o engenheiro eletricista Steve Wozniac, deu os passos decisivos na criação do Apple I, o primeiro computador pessoal a alcançar sucesso entre as pessoas comuns e realmente abrir as portas de um novo processo de civilização que hoje alcança todas as pessoas do mundo. Numa época em que os circuitos eletrônicos digitais começavam a se tornar pequenos mas potentes o suficiente para serem montados por dois técnicos numa garagem, os dois amigos precisaram vender o único veículo que dispunham para transporte para financiar a compra de materiais para tornarem real o que hoje chamamos de computação pessoal. Na época Jobs já era um defensor entusiasmado do que ele dizia ser a possibilidade de levar o poder dos grandes centros de computação, até então fechados ao comum dos mortais, para entregá-lo à criatividade, lazer e cultura de milhões de pessoas pelo mundo afora. E conseguiu tal proeza.
Na história da civilização humana desde tempos remotos, os progressos sempre foram difíceis e boa parte das conquistas arrancadas da natureza pelo ser humano sempre veio do seu caminho passo a passo na direção do conhecimento, com o que a natureza, de inimiga impassível passava a aliada sempre que seus segredos eram compreendidos e transmitidos para as novas gerações.
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Ao longo de milhares de anos, o conhecimento acumulado deixou de ser estático em imensas bibliotecas para ser dinâmico em gigantescas máquinas de processamento desse mesmo conhecimento. Até mesmo pelas imposições da tecnologia disponível isso só podia ser feito em imensos centros de processamento. Na época em que iniciou seus estudos, Jobs foi um visionário que via na tecnologia já acessível do seu tempo a possibilidade de miniaturizar aquelas máquinas tornando possível que todas as pessoas dispusessem de toda a força do processamento das informações acumuladas pela humanidade em todos esses milhares de anos.
Com a criação em definitivo da indústria da computação pessoal, tornando a informática um meio de desenvolvimento pessoal, educação e aprimoramento de milhões de pessoas pelo mundo todo, Jobs desencadeou uma revolução na qual nem ele mesmo com toda sua genialidade esteve imune aos efeitos de mudanças abruptas. Foi essa mesma genialidade que se em determinado momento o tirou da liderança de sua empresa, o trouxe de volta tempos depois exatamente para impulsionar a criação de mais e mais aparelhos que elevaram a computação pessoal a um nível do qual talvez nem mesmo ele pudesse sonhar quando começou sua jornada.
Já doente desde 2004 com um câncer de diagnóstico negatvio, ainda assim Jobs demonstrou mais uma vez sua capacidade de superar os problemas que se abatiam sobre ele e lançou-se à luta contra a doença. Mesmo sabendo de que talvez não tivesse muito tempo de vida, assim que se recuperou após o primeiro tratamento, voltou à ativa na sua empresa e deixou o mundo assombrado com suas aparições em apresentações onde demonstrava novos aparelhos criados pela sua empresa, baseados sempre em suas idéias e observações de que os produtos deveriam ser simples, elegantes e funcionais, acima de tudo porque eram destinados à computação pessoal.
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Steve Jobs morreu mas deixou esse legado de um avanço sem precedentes na história da civilização pelos meios que criou desde um simples começo com expectativas nada animadoras até chegar a uma das maiores empresas do mundo, sempre orientada pelo seu gênio criativo. Hoje não milhões, mas bilhões de pessoas tem ao seu alcance tudo o que o processamento de informações pode oferecer em termos de lazer, conhecimento e desenvolvimento pessoal.
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Tudo isso que o mundo hoje desfruta se originou de um sonho que esse gênio jamais abandonou, mesmo quando as dificuldades o cercavam por todos os lados.
Numa imagem simples, como era seu estilo, seus seguidores o homenagearam após sua morte, profundamente entristecidos pela perda do criador de inventos que alteraram suas vidas para melhor.
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Sempre nos livros de história, a vida e a obra de um homem chamado Steve Jobs serão lembrados da forma simples que ele deixou como sua marca pessoal, mas a magnitude de sua criação será de uma riqueza sem fim ao longo dos tempos que virão.

sábado, 24 de setembro de 2011

P83 O mundo era perfeito mesmo

Os israelenses pouco se importam...
No tempo em que segue sem uma decisão final o pedido da Autoridade Palestina para o seu reconhecimento como nação pela ONU, vemos que na verdade os israelenses pouco se importam com a possibilidade de levarem o mundo a um confronto de final imprevisível. Tendo conquistado seu reconhecimento como nação independente em 1948 através da ocupação militar da região, alegando direitos de posse das terras e defesa da nação que surgia, depois de passarem os últimos 63 anos provocando conflitos na região, pode-se constatar que Israel prefere ameaçar em última instância com a possibilidade de incendiar o Oriente Médio que é vital para muitos países do mundo pelo petróleo que produz do que ceder ao bom senso e reconhecer a existência da Palestina como nação.
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Negando aos palestinos o que acharam ser em 1948 seu direito natural, embasados numa absurda e medieval concepção de nação favorecida por direito divino pela interpretação literal dos textos do Velho Testamento, que é o livro sagrado dos judeus, persiste o Estado de Israel nesse caminho sem volta, visto que o que uma das coisas mais temidas pelos israelenses aconteceu. Uma nação islâmica, no caso o Irã, conseguiu levantar-se das cinzas da guerra contra o Iraque na década de 80 e construiu sozinha seu sistema de enriquecimento de urânio, com o qual conseguirá sua arma nuclear em breve. Os mísseis para lançamento dela já foram mostrados ao mundo em 2010 em testes bem sucedidos. Para piorar, nações árabes foram varridas por uma onda de transformações onde novos líderes questionam de forma nada animadora a instransigência e no fundo, crueldade de Israel quanto aos palestinos. Tudo baseado na visão de povo favorecido por direito divino, um absurdo que permite aos governantes israelenses cometerem contra qualquer um as piores atrocidades a título de defesa do seu estado, que se torna em última análise, a defesa da vontade divina.
Contando com o Exército americano para fazer na região o que jamais poderia fazer por si só, Israel beneficiou-se por mais 10 anos com o avassalador ataque direto dos Estados Unidos aos Afeganistão e ao Iraque, primeiro em 1991, depois em 2001 e 2003, alegando nos últimos ataques retaliação pelo ataque contra as Torres Gêmeas em 2001. Com as forças americanas preparando sua retirada, financeiramente esgotadas e sem terem cumprido a tarefa de derrota total contra os talibãs e contra os radicais islâmicos iraquianos, os israelenses mesmo vendo um negro cenário à sua frente, persistem ainda em sua postura de confronto. O final será com certeza triste para ambos os lados.

Enquanto não sai a decisão final, que todos poderemos comentar, deixo aqui, numa espécie de nostalgia bem-humorada, a lembrança de como o mundo era mesmo perfeito em tempos passados como na década de 60. Afinal pelo menos podíamos ir ao cinema mais despreocupados com essas questões.
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Texto originalmente postado em
20.09.10 no bilogue Cartas no Dia
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Como o mundo era bom naqueles tempos... O filme se chama "Adivinhe quem vem para jantar". Tendo reencontrado um dos grandes sucessos do cinema da década de 60, que assisti no século passado (bem, metade do planeta pode dizer isso) tratei de levá-lo para casa para rever um dos melhores filmes já feitos, que mistura um ótimo elenco, romance, comédia e reexame de relações raciais, que em 1967, ano em que foi feito, foi um filme justamente premiado pela mensagem de respeito e tolerância que levou para o público americano e para o mundo.

Mas esquecido da cena inicial, que havia visto aos 12 anos num pequeno cinema do interior paulista, é que me dei conta de como o mundo era perfeito. O filme começa com a aproximação de um avião a jato. Enquanto ele se aproxima soltando uma quantidade de fuligem proibida nos dias de hoje, a câmera passa para um plano alto e aí a trilha sonora, lindamente cantada, começa. Aí, de forma inevitável e cativante comecei a relembrar das coisas que vivíamos então, num mundo perfeito. O avião, um Boeing 707, com imensas 4 turbinas, grandes consumidoras de querosene e que na época despejavam toda a poluição possível, fora o rugido também proibido nos dias de hoje, é de uma época em que os combustíveis eram baratos, a poluição de hoje era só um assunto desconhecido, aquecimento global era uma coisa nem sonhada e por um instante todos nós nos sentíamos americanos dentro daquele avião, com todo o luxo possível, não brasileiros comendo pipoca dentro de um cinema.

A trilha sonora no estilo de Ray Conniff, claro era apreciada, se bem que essa trilha é um caso à parte, é linda mesmo de se ouvir abraçado com a mulher amada. Na época, ser elegante e fino e aparentar um certo conhecimento do estilo de vida nas grandes cidades era ter o último disco de Ray Conniff. Quem tinha aparelho de som, coisa rara na época, corria para a discoteca (naquele tempo, discoteca era para vender discos mesmo) A MPB era chata demais por isso só uns 3 ou 4 na cidade ouviam. No caso tínhamos a vitrola monofônica de 78, 45 e 33 rotações por minuto. Bom mesmo era o som estereofônico dos aparelhos High-Fidelity ou os chamados Hi-Fi, que aprendíamos a pronunciar para não dar furo na frente das meninas : rái-fái. De novo, tudo vinha da genialidade dos americanos. E lá íamos nós nos bailinhos de jovens inocentes de tudo, dançando de mãos dadas e corpos separados, sob o olhar vigilante dos pais e mães no que era chamado de "brincadeira dançante". Os carros que víamos no filme, claro, deixavam todos nós nos perguntando que tipo de tesouro a América tinha encontrado afinal? Estávamos acostumados a andar de Volkswagen, o usual da época. Naquele tempo, 4 entre 5 donos de carro tinham um. Ou então o velho Jeep, Rural Willys e coisas assim. Vez por outra, algum parente mais rico de algum conhecido vinha da capital no seu Impala importado, e ficávamos de olho naquela lataria reluzente. Nos filmes da época, quase todos os carros como táxis, viaturas de polícia, carros do vizinho ou do protagonista do filme, eram o lindo e imbatível Ford Galaxie. Por dentro e por fora, nos mostrava o que era ser americano. Luxuoso e bem acabado, uma lataria super reforçada, pára-choques de aço capazes de derrubar um muro e com o consumo em inacreditáveis 3 quilômetros por litro. De gasolina azul, é claro. Mas na época, comprar gasolina era como comprar água mineral hoje.
Terminado o filme, íamos para casa certos de que víviamos no mundo mais perfeito possível. Naquela época, o mundo era dividido somente em bloco capitalista e bloco comunista. Por sorte tínhamos nascido na parte capitalista, ou melhor dizendo, americana. A civilização estava em volta de todos, mesmo que incipiente.

Em casa, antes de dormir, íamos escovar os dentes. E todos nós, com um sabor de vida americana na boca, fazíamos isso usando a pasta dental Kolynos. Ou Colgate. Podia ter coisa mais americana do que essa? Não tínhamos carros de luxo e nem aviões, mas pelo menos a pasta de dentes estava lá. Ou que outra coisa poderia fazer com que nos sentíssemos a um passo de começar a falar inglês no próximo momento, como se de repente nos tornássemos parte da vida que tínhamos visto no filme?

Era um mundo perfeito mesmo.