quarta-feira, 24 de abril de 2013

P110 A África branca

A foto abaixo é do Brasil ou da África? É, você não consegue dizer...
Voltando aqui depois de muito tempo, vou escrevendo os últimos textos para fechar este espaço, ou escrever raramente, mas é necessário deixar mais algumas observações sobre o que vivemos no nosso país nos dias de hoje. 

Até 1985, apesar de seus problemas, o Brasil parecia se encaminhar para o que se pode chamar de clube geoestratégico do mundo. Seria poucos anos depois uma potência regional em termos militares e políticos e avançaria rapidamente para a resolução de seus problemas econômicos, com o que se colocaria em definitivo numa posição privilegiada no hemisfério Sul. 

Naquele ano o General Leônidas Pires Gonçalves entregava o poder aos civis, encerrando o ciclo militar, que havia se iniciado em 1964 encontrando um Brasil de enxada mas nãos e havia terminado em 1985 deixando o Brasil com usinas hidrelétricas, estradas e ferrovias, redes de comunicação, sistemas de satélites e uma promissora indústria bélica, que já exportava veículos militares, tanques, aviões, sistemas de mísseis e já abria caminho para ter seus próprios foguetes lançadores de satélites.

Hoje, 28 anos depois em 2013, nenhum leitor é capaz de dizer se o homem da foto, armado com um fuzil AK-47 é um soldado das guerras civis africanas ou se é um soldado do tráfico que tranquilamente cuida do seu território no Rio de Janeiro. Esse é o Brasil que as lideranças civis legaram para os brasileiros com sua total e absoluta corrupção, que não conhece freios e já colocou o Brasil na rota da destruição como nação, que talvez por muita sorte ainda possa ser evitada.

Os casos de corrupção que começaram a crescer no primeiro governo civil a partir de 1985 com José Sarney então empossado como presidente no lugar de Tancredo Neves, prosperaram sob o governo de Fernando Collor de Melo, tiveram a total desatenção de Itamar Franco, foram reavivados sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, onde o Brasil foi novamente repartido numa nova versão das capitanias hereditárias, com a entrega de tudo o que havia sido construído para estrangeiros nas privatizações, sob a propaganda de "uma nova visão econômica" e sob a liderança de Lula a corrupção encontrou alimento farto e assim continua sob liderança da presidente Dilma, onde corruptos denunciados há tempos e até presos por desfalques nas instituições públicas nacionais, que vão desde a Previdência até a Casa da Moeda continuam não só impunes como ainda por cima consquistaram posições de comando dentro do falido Senado onde fazem com o dinheiro público um verdadeiro leilão e mercado em troca de posições administrativas e de ganhos pessoais, onde aumentam sua já imensa fortuna. nunca conseguida por meios lícitos, mas sempre pela corrupção.

Não conseguiram isso sozinhos, pois a lamentável atuação dos meios de comunicação no Brasil mostrou que os militares tinham toda a razão quando diziam não gostar de jornalistas não pelo que escreviam mas pela sua falta de caráter, sendo que o jornalismo brasileiro, assim que se viu livre da censura imposta pelos militares, em muitos casos merecida, partiram para a venda e aluguel de suas editorias, trabalhando contra todos os interesses da população brasileira e vendendo-se a todo tipo de políticos corruptos e empresas estrangeiras que mais pagassem pelas suas redações, sob o disfarce da "liberdade de imprensa". 

Nos governos civis instituiu-se como valor maior da atividade política a corrupção e com isso a nação que os brasileiros haviam construído no perído revolucionário de 1964 a 1985 foi progressivemente retalhada e vendida a estrangeiros a preço de liquidação, beneficiando economistas que haviam sido esquerdistas autointitulados "defensores do povo" e que depois de receberem uma parte do dinheiro da venda, partiram para novas empreitadas criando bancos de investimentos, sempre escorados no dinheiro público, com o que criaram grandes fortunas saqueando o povo que um dia disseram "defender".

Hoje também são perdidos bilhões de reais a título de ajuda social para milhões de desvalidos, em especial nas regiões secularmente assoladas pela seca no Nordeste, seca que é agravada pelas também seculares dinastias familiares que vivem somente da corrupção, da fome e da miséria dos seus concidadãos, sendo coisa já considerada normal pelas famílias dominantes e que nada mais é do que um sistema de sequestro de votos, iniciado no governo de Fernando Henrique Cardoso, coisa que seus bajuladores políticos e jornalistas alugados anunciaram como "resgate de dívidas sociais" e que tornou cativos os auxiliados, que esmagados pela pobreza extrema, pela falta de educação e oportunidades e pelas dificuldades sem fim que enfrentam, se rendem a esse crime cometido contra um povo desvalido.

Seu sucessor no governo, Luís Inácio da Silva, vulgo Lula, apesar de ter conhecido as agruras da fome e talvez por isso mesmo, soube utilizar de forma mais perversa e requintada esse sistema de sequestro de votos, aumentando a assistência do governo aos pobres e miseráveis, que esgotados pela miséria, se renderam de vez a esse truque para o governo aumentar seus votos, pois ao mesmo tempo em que um exército de miseráveis é cooptado pela fome iminente para votar a favor do governo, seus aliados que distribuem a ajuda, dispõem da facilidade alistarem até mesmo milhares de cidadãos que não existem embolsando assim a ajuda dada pelo governo, porém isso é de grande valia para os governantes, pois além de manter os miseráveis subjugados, mantém também seus aliados políticos, que nunca são nem questionados e nem auditados nas concessões que apresentam ao governo. E tudo isso é mais uma vez elogiado pelos seus bajuladores e jornalistas vendidos ao novo patrão.

Assim a nação perde duplamente. Os estados do Sul, mais progressistas, carregam nas costas o peso de tributos e impostos sem fim para sustentar esse sistema de sequestro de votos, enquanto que os cidadãos do Nordeste, sem outra outra forma de escapar da miséria, se rendem e entregam seus votos e cada cidadão cooptado constitue uma forma de contágio da corrupção, que tudo cobre e tudo mancha onde chega.

Ganham os políticos de dinastias corruptas, ganham os padres que abençoam com sermões essa forma de rendição à corrupção, pois já tendo recebido seu salário e sua comida da sua diocese, tratam de minar qualquer idéia de resistência ou mudança em seus fiéis, que secularmente perdidos na ignorância, tudo acolhem como vontade divina.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi iniciado o programa de desarmamento do povo brasileiro sob o disfarce, mais uma vez propagado com todos os ardis por sua tropa de jornalistas a soldo do governo, de uma nova era de paz e contenção da violência e tudo o que se viu foi a explosão da criminalidade e a tomada de assalto de posições dentro do judiciário e do legislativo pelo crime organizado, enquanto que até mesmo cidades inteiras são assaltadas por bandos armados, enquanto que os policiais correm para fora da cidade para continuarem vivos. Os cidadãos que armados poderiam fazer frente ao crime, hoje desarmados são vítimas indefesas, trancados dentro de suas casas. Seu sucessor, Lula, por ter sido retirante das regiões da seca e ter visto como os cidadãos são esmagados pelo poder armado dos políticos dominantes, apertou mais ainda o desarmamento da população, que hoje é executada ao bel prazer dos bandidos, pois Lula sabia que um povo desarmado é mais facilmente vítima de qualquer governo corrupto           

Nesses mesmos governos civis, a partir de 1985 foram criadas  as diretrizes básicas para a destruição da educação, para que sem formação cívica e intelectual milhões de brasileiros vissem sua nação roubada e saqueada sem nada entenderem do que acontecia e ainda acontece, enquanto que os jornalistas de aluguel posando de "combatentes da ditadura" e cujo combate nada mais foi do que entregarem todos seus cúmplices ao serem presos, depois de receberem vultosas indenizações pelas seu falso "heroísmo" votadas por políticos aliados e governantes interessados em seus editoriais, punham-se a escrever falsas glórias desses mesmos políticos e governantes para depois serem presenteados com nomeações em órgãos públicos.

Num ambiente desses, como não poderia deixar de ser, a educação básica tornou-se refúgio de criminosos mirins, que cometem todo tipo de crimes desde tráfico de drogas até assassinatos dentro das escolas e são protegidos por padres que ostentando a pose de protetores dos menores em suas pastorais e  ladeados por desembargadores que defendem o crime, volta e meia aparecem nos jornais envolvidos em escândalos sexuais e ao mesmo tempo foram de grande valia para os criminosos crescerem e se organizarem em facções criminosas, com suas pastorais carcerárias auxiliadas pelas organizações de direitos humanos, outra alavanca que os criminosos usaram para se tornarem o que são hoje. Condoídos com  a sorte de todo tipo de traficantes, latrocidas e assassinos, padres e organizações de direitos humanos dirigidas pela hoje famigerada OAB jamais deram um único apoio ou palavra de conforto que fosse para as milhares de vítimas desses criminosos,  porque ajudar as vítimas custa dinheiro e isso deixam para o dinheiro público socorrer e enquanto as famílias vitimadas pela ação desses criminosos passam fome, padres e advogados defendem como direito inalienável dos criminosos receberem um auxílio mensal maior que o salário mínimo, premiando assim de forma incontestável o crime e fechando a porta de suas igrejas e escritórios para os filhos desvalidos das vitimas dos criminosos.

Ninguém sabe quantos auxílios-reclusão são concedidos,  pois tudo é mantido em sigilo e nenhum jornalista se interessa em verificar isso pelo simples motivo de que nenhum deles quer desagradar o governo e nem seu patrão e acima de tudo os antigos e corajosos "combatentes da ditadura" querem continuar vivos, mas uma auditoria nesse absurdo auxílio, criado no governo Collor e que premia o bandido com salário mensal e deixa as famílias das vítimas sem socorro revelaria inacreditáveis diferenças entre o número de presidiários e o número de auxílios concedidos.

E é nesse cenário que os bispos do Brasil manifestaram sua rejeição à diminuição da idade para responsabilidade criminal depois do assassinato de um estudante indefeso por um menor de idade, que poucos dias depois foi levado para uma delegacia para um confortável período de internato numa das mais viciadas instituições de acolhimento de menores culpados pelos piores crimes, onde sob as vistas dos padres e advogados, assassinos e estupradores de todos os tipos tem até festinhas de aniversário com direito a bolo e presentes, enquanto as vítimas amargam o total esquecimento. 

Na educação superior, com o sistema de cotas, qualquer competência técnica dos brasileiros, já severamente arruinada nesses 28 anos de descalabro, viu-se de forma inequívoca acabada e o resultado tem sido a diplomação de levas de profissionais superiores completamente inabilitados para as funções em que supostamente foram formados, enquanto que nas mais antigas universidades do Brasil, os alunos acostumaram-se somente a participar de campeonatos de alcoolismo e a sair em passeatas a favor da liberação das drogas.

Para coroar este triste cenário, em recente acontecimento, todos os ex-ministros da Justiça dos governos desde a saída dos militares, foram em grupo apresentar formalmente ao Supremo Tribunal Federal, uma petição assinada por todos eles para que de agora em diante os consumidores e possuidores de todo tipo de drogas não sejam nem denunciados e nem indiciados criminalmente. Nesse nível ninguém toma uma decisão dessas do dia para a noite, isso exige anos trabalhando a favor disso. Analisados os fatos, defendem assim em última instância, os traficantes de drogas, cujas fortunas conseguidas às custas de milhares de mortes é sabido há muito tempo, compram facilmente aqueles que consideram a justiça apenas uma formalidade.

Neste cenário legado por todas essas instituições falidas e infiltradas pelo crime de dentro para fora, por todos esses políticos e magistrados que fizeram da corrupção seu valor maior, nação nenhuma consegue subsistir. Tudo o que fizeram foi espalhar o crime, a selvageria e a corrupção em todos os níveis e em todos os poderes, usando sempre o disfarce de "uma nova visão social".

O Brasil terá mesmo muita sorte, se com tudo isso, conseguir escapar do destino de se tornar uma África branca, onde bandidos de todos os tipos e em todas as cidades andarão aos bandos saqueando e matando quem bem entenderem, poupando apenas seus defensores como hoje acontece, pois no meio da lista de milhares de brasileiros comuns, abatidos em assaltos e crimes de todo tipo, nenhum padre, advogado dos direitos humanos, políticos ou magistrados aparecem, a não ser os raros que ousaram desafiar toda essa estrutura criminal.

Esse é o Brasil dos dias de 2013, que as lideranças ditas civis começaram a construir em 1985, com a repetição incessante de que trariam democracia e cidadania para o povo.