sexta-feira, 30 de novembro de 2012

P109 Perdeu policial, perdeu cidadão

Perderam e perderam feio...
Comecei a escrever este texto há coisa de um mês atrás, mas parei. Em certos momentos as notícias nos chocam, em especial quando percebemos que tudo o que podia destruir nossa nação aparece a cada dia nos noticiários As notícias se sucediam de tal forma e com tal rapidez que a constatação é só uma: o que chamamos de sociedade perdeu e perdeu feio para o crime porque permitiu que ele crescesse com sua leniência.
A polícia, em especial a temida Rota, hoje está de joelhos frente ao crime organizado. Perdeu. Ainda por cima a derrota dessa corporação se reveste de um significado especial pois ela teve enfiada goela abaixo pelo crime organizado uma verdade simples, mas estarrecedora: A Rota é só um quartel no centro da cidade de São Paulo e o crime organizado domina vários estados, tem quartéis em todos os lugares e soldados letais nos seus ataques. A Rota também, mas e daí parecem dizer os bandidos. Se ela pode, eles também podem e podem até mais. Criminosos incendeiam ônibus no Paraná e em Santa Catarina e além disso fuzilam desafetos em ataques coordenados. E a Rota faz o quê? Nada. É a única e terrível coisa que ela descobriu, não pode fazer nada, a não ser ficar no centro de São Paulo vendo tudo acontecer. Para deixar o quadro mais grave, o número de policiais que pedem demissão aumentou nesse ano. Desmotivados com todos os problemas que tem na profissão, saem. Os que ficam se submetem à rotina de terem de revezar coletes, usar equipamento sucateado e irem para casa com roupas civis, escondendo a identidade de policiais. Alguns mais cautelosos, depois da onda de execuções de policiais de folga em suas casas, passaram a se ocultar na casa de parentes. Não parece uma exibição de vitória.

Os cidadãos paulistas ou a sociedade desse estado como dizemos, se descobrem abandonados à própria sorte por um governo vacilante, que só se preocupa em manter seus negócios particulares funcionando e rendendo muito, não tem compromisso nenhum com o cidadão e nem quer ter. E de mais a mais, como os cidadãos desse estado e dessa cidade de São Paulo foram politicamente incultos, temerários e de visão mesquinha o suficiente para votarem nesses criminosos de paletó e gravata durante quase 20 anos, aceitando uma espécie de suborno político de supostas vantagens oferecidas como presente, que na verdade só serviam a seus propagandistas, merecem o que estão passando e muito mais. Perderam porque se preocuparam apenas com o famoso jeitinho e a  malandragem política e jurídica, com a politicagem da obediência  de currais eleitorais e com seus sagrados direitos de ficarem impunes em muitos crimes de todos os tipos, de dirigirem bêbados provocando acidentes a serem pegos com drogas e ainda assim serem agraciados com leis lenientes, praticamente cúmplices do crime, pois isso era uma das vantagens com que seus candidatos lhes acenavam. Se isso durante anos abriu portas e caminhos para criminosos, isso não interessava ao cidadão. O resultado está aí. Perdeu.
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Vellker
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

P108 Vai ser difícil

O rumo do povo...
Uma pequena foto do tempo das diligências nos dá uma idéia clara da direção em que segue nossa diligência política. Mais do que isso, como ela segue, pois sem rumo já está faz muito tempo.
Os políticos seguem felizes, seja lá para onde for, confortavelmente aboletados no comando da diligênci e mantém os cavalos na rédea curta e alguns até mesmo se vangloriam de aplicarem castigos aos eleitores rebeldes, enquanto descem o relho político em seus lombos. 
O povo brasileiro, feliz com a democracia que cresce pelo Brasil todo, não parece achar nem um pouco ruim que tenha que carregar os políticos como animal de carga, com o relho estralando em seu lombo.
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Tal qual os bichos que de verdade puxam puxam diligências e carroças pelo mundo afora, o povo brasileiro parece se sentir feliz no seu papel de animal de carga e até lambe os beiços quando fala da "democracia" em que vive.
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Dificilmente este país conseguirá escapar dessa situação.
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Vellker
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

P107 A lógica da perplexidade

É difícil acreditar...
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Após um longo tempo sem escrever neste espaço peço desculpas aos leitores que tenham vindo aqui. Porém a sensação que toma conta dos que observam o cenário político e social atual do Brasil é por demais opressiva. 
Hoje a cada dia aumenta o abismo formado entre o que podemos entender como nação, com seu patrimônio humano e material e a classe que deveria governá-la com lealdade, decência e coragem e sempre lutando pelo bem comum e pelo progresso nacional. Porém o contrário disso é que tem acontecido.
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Hoje nossa nação está submetida a uma organização política, social e ideologicamente criminosa que a si mesma se refere como "governo federal" e sob sua vigilância e incentivo, o crime político e comum avança a passos rápidos. Por crime político entendo a verdadeira traição a qualquer princípio de defesa e progresso da nossa nação, traição que hoje é cometida pela classe política em todos os níveis, mergulhada de livre e espontânea vontade em colossal corrupção. 
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A tudo isso o governo federal, com seus cúmplices nas administrações estaduais e municipais assiste impassível porque é dessa traição que resultam seus maiores lucros, que se traduzem na fortuna pessoal de seus membros conseguida pelos milhares de atos de corrupção disseminados por todo o território nacional, protegidos por leis que foram criadas exatamente para facilitar esses crimes, enquanto que ao mesmo tempo se alimenta de um falso prestígio dado a seus membros por jornalistas e praticamente toda a imprensa nacional, de há muito cooptada por vantagens e acima de tudo pelas suas amizades com os antigos esquerdistas hoje no governo. 
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A vida intelectual há muito deixou de existir, com os ditos intelectuais também cooptados pelo poder tendo como única e exclusiva preocupação defender o consumo de drogas. A isso se reduziu a também auto-intitulada "intelectualidade" do Brasil, sempre brandindo uma falsa bandeira de uma "moderna" visão social, que na verdade nada mais é do que o apoio dissimulado aos cartéis de traficantes de drogas. A eles juntam-se de forma fatal para a nação, juristas que em completo esquecimento de qualquer ideal de justiça que um dia tenham tido, se é que o tiveram, também aplaudem o tráfico de drogas e pior ainda o facilitam com suas decisões favoráveis aos criminosos, tudo também sob uma falsa bandeira de "nova visão jurídica". 
O Brasil hoje é encaminhado pelas atitudes criminosas dos detentores do poder  ao destino miserável por que hoje passa o continente africano, assolado por uma pobreza que se já era secular, foi de forma definitiva aumentada nas proporções de uma tragédia continental exatamente  porque aos seus governantes locais de época recente foram dadas as facilidades para o cometimento de crimes em escala nacional como hoje o fazem contra o próprio Brasil as classes política e jurídica, que preferem manter seus privilégios mesmo que às custas da destruição da nação.
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Retratos semelhantes da pobreza africana hoje existem pelo Brasil inteiro, notadamente na situação das centenas de cidades nordestinas assoladas pela seca, enquanto que a poucos quilômetros de distância, bilhões de reais são gastos na construção de estádios inúteis e na voragem de obras cobertas de denúncias de fraudes e desvios de verbas para abrigarem jogos de uma copa do mundo que jamais deveria ser sediada aqui, mas como isso atraia votos na eleição passada, foi considerado pelos detentores do poder como peça chave na manipulação de apoio político.
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Nada pode ser mais degradante do que a plena e total submissão dos antigos esquerdistas a estrangeiros, sendo que sempre escreveram em suas falsas biografias que haviam pegado em armas exatamente para defender o Brasil disso. Hoje, nas principais cidades do nosso país, cidadãos suícos membros da organização encarregada de cobrar os estádios, passeiam tranquilos dando ordens do que querem que seja construído e como deve ser construído, o que no final só vai beneficiar a riqueza de sua organização também afundada em denúncias no mundo todo.
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No entanto, esses cidadãos de um dos países mais ricos do mundo são recebidos com honras de chefes de estado e a eles todos os membros da classe política prestam vassalagem, pois é daí que retirarão sua fortuna pessoal, de obras sem controle e superfaturadas por um governo que mesmo vendo o desespero e necessidade dos flagelados em diversas regiões, torna-se submisso e cúmplice desses estrangeiros que hoje governam mais do que os políticos locais. A eles são dadas todas as facilidades e honras enquanto que o povo brasileiro morre na porta dos hospitais públicos.      
Nas grandes cidades, milhões de pessoas perdidas e tocadas pela necessidade do trabalho diário pela sobrevivência e manipuladas por essa imprensa que sempre disse defender a liberdade de escrever mas nunca disse defender que a verdade fosse escrita, não conseguem se coordenar nem entender verdadeiramente o que se passa e seus passos dia a dia são guiados para um futuro sombrio e cada vez mais difícil.
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Manipuladas pelos partidos políticos como se fossem gado, incapazes de entenderem a tragédia que se abate sobre a nação, caem inertes nas grandes metrópoles depois de horas perdidas dentro de transportes urbanos precários, com salários irrisórios e no final do dia sua rotina se resume a voltar para as periferias de onde sairão na próxima madrugada num eterno ciclo sem fim, enquanto que os representantes do poder outorgam para si mesmo vantagens e privilégios sempre retroativos a anos e anos passados, que por leis votadas entre eles mesmos são pagos de uma só vez, o que lhes rende fortunas instantâneas que um cidadão levaria anos trabalhando para conseguir.  
A situação de descaso e traição da nação chegou a tal ponto que somente um choque político radical será capaz de reverter a situação.
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Aos culpados por tudo isso, outra não pode ser a punição que não a pena capital, coisa que a História tem demonstrado que de ciclos em ciclos ocorre, ainda que de forma inesperada.
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É isso o que hoje é preciso ocorrer no Brasil.
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terça-feira, 10 de julho de 2012

P106 A lógica perversa

Pela lógica da política de hoje...

Prosseguem nestes dias as ações de um governo pautado pela lógica perversa de enganar, fraudar e mistificar informações para a grande massa de milhões de brasileiros, tentando parecer um governo orientado para o bem da nação brasileira, quando na verdade é o contrário. Interessa ao governo, desde sua mandatária maior até seu menor ministro apenas o bem próprio, tanto de seus partidos como de seu próprio patrimônio, essa é a triste verdade dos dias de hoje.
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É necessário que o brasileiro nos dias de hoje perceba que para os partidos atuais, tanto no poder como na oposição, o que chamamos de bem estar da população, progresso da nação e mesmo sua soberania, para eles são apenas moeda de troca entre si e em barganhas com estrangeiros, sempre favorecidos às custas do povo brasleiro.  
Nos últimos meses chegaram a ser tragicômicas as seguidas declarações do ministro da Fazenda sobre o "crescimento econômico", que vão sendo duramente desmentidas pela realidade visível no dia a dia do brasileiro. Mistificações como as propagadas pelo governo e por sua equipe de jornalistas sempre cooptados com favores pelo poder político e econômico instilaram até pouco tempo atrás na população, um falso senso de grandeza com a repetida conversa de "sexta economia do mundo" que na verdade é baseada apenas em exportação de minérios e na mera transação de ítens importados entre a população, que crente em tudo isso, correu a endividar-se e hoje está inadimplente. Para aumentar suas estatísticas, o governo declarou como parte da  nova classe média brasileiros com ganhos de até 300 reais, o que engloba até moradores de rua. Tudo para inflarem as falsas estatísticas governamentais de "progresso econômico" e "ascensão social".
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Mostrando um estranho zelo pelas finanças públicas, o ministro declarou para a imprensa que investimentos em educação "quebrariam as contas do governo". O zelo do ministro em dar um tostão que seja para a educação não se aplica para movimentar a fantástica máquina que tem em mãos para coibir desvios, fraudes e o favorecimento a grandes montadoras estrangeiras. 
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Hoje já sem mais alternativas que não a de colocar a verdade nos índices de crescimento econômico revisados para baixo, nas entrevistas o ministro apela para diversos termos técnicos e respostas evasivas na tentativa de ao menos minimizar as cores negras do cenário que vai surgindo no horizonte e ao mesmo tempo tenta favorecer as grandes montadoras estrangeiras, com o uso de dinheiro público para financiar planos de expansão de uma indústria, que além de trazer apenas mais gastos aos brasileiros nenhum proveito lhes dá, já que vive de subsídios governamentais enquanto posa de iniciativa privada. Com a ajuda a esse ramo industrial já visivelmente esgotado, o governo perde dinheiro e favorece bilionárias indústrias estrangeiras, mas próximo das eleições tudo é válido para dar a impressão de economia em movimento. 
Há pouco tempo atrás, a presidente Dilma, em grande bravata, apareceu nos meios de comunicação em rede nacional, forçando a baixa política dos juros, tentando parecer a heroina que enfrenta os grandes grupos econômicos quando na verdade os favorece, haja visto que nenhum impedimento é colocado a grupos estrangeiros na  arrecadação até mesmo fraudulente de lucros e remessa deles a suas matrizes, coisa que era a principal crítica dos antigos esquerdistas como ela em décadas passadas. Agora no poder, age da mesma forma que os governos que criticou como "vassalos do imperialismo" como era o costume das esquerdas até pouco tempo atrás.
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Pior ainda, em recente evento estendeu as mãos para serem beijadas por Paulo Maluf, considerado em anos passados por ela e sua tropa de amigos da antiga esquerda comunista como o mal em si, o pior representante da corrupção, do entreguismo e do imperialismo e contra o qual gritavam e pulavam nas ruas agitando suas bandeiras vermelhas. Hoje, no poder e se aliando a ele tentando salvar a candidatura de seu medíocre candidato à prefeitura de São Paulo, Dilma e Maluf descobrem que afinal, mais do que compartilharem simpatias, comem no mesmo prato político a comida preparada e servida por Lula, antes desafeto mortal de Maluf durante décadas enquanto posava de "aliado do povo". 
O Brasil de hoje vai se reduzindo gradativamente a uma jazida mineral habitada por cidadãos cuja única ocupação é operar máquinas para extraírem e exportarem todo dia milhares de toneladas de minerais riquíssimos por um preço irrisório para proveito de outros ou então trabalharem no agronegócio sempre exportando a maior parte do que produzem enquanto nas cidades o espaço econômico mingua e o cidadão começa a temer pelo seu futuro. Assim batido por outros povos cujos governos realmente defenderam sua educação e sua soberania, a nação fica cada vez mais para trás.
Enquanto a presidente Dilma posa de heroína defensora do povo, no Nordeste centenas de cidades sofrem o martírio da seca enquanto estádios modernos são construídos apenas para a diversão de estrangeiros. A corrupção dirige as obras. E também dirige o auxílio aos fragelados, sempre desviado. Enquanto a região amazônica ainda tenta se recuperar do desastre das enchentes, obras superfaturadas para os mesmos estádios são feitas e o cidadão fica abandonado às doenças. Um dos mais notórios corruptos, acusado de desvios no órgão que cuida dessa região foi recentemente reconduzido ao poder como senador pelos juízes do Supremo Tribunal Federal. A tudo isso Dilma assiste complacente, preferindo privilegiar elites corruptas em troca de votos do que estender a mão ao povo que tanto sofre.
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A mesma presidente que veio em rede nacional de televisão falar da lógica perversa dos bancos não tem nenhum arrependimento ao favorecer uma empresa como a Volkswagen alemã, que com faturamento anual de mais de 100 bilhões de dólares tem uma sede em Wolfsburg na Alemanha que faz o palácio presidencial brasileiro parecer uma casa em ruínas. E mesmo assim o BNDES que devia zelar pelo desenvolvimento da indústria nacional, emprestou para essa empresa 342 milhões de reais para o desenvolvimento de um novo carro. Enquanto isso milhares de brasileiros agonizam na porta dos hospitais públicos
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O que se destaca de forma mais triste ainda é a lógica perversa da presidente Dilma patrocinando todas essas iniquidades e imoralidades ao mesmo tempo em que não hesita em cantar para quem quiser ouvir seu passado de esquerdista militante na luta armada na década de 70 e que quarenta anos depois alia-se a seus antigos inimigos, abraça latifundiários, faz acertos políticos com oligarquias, dá dinheiro para grupos industriais, entrega minérios para estrangeiros e se proclama "aliada do povo".
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Esta é a lógica do poder nos dias de hoje no Brasil.   
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terça-feira, 26 de junho de 2012

P105 Sempre amigos

Apenas negócios, nada pessoal...-
Na lógica do poder nos dias de hoje, está em jogo para as próximas eleições a posse da cidade de São Paulo cuja prefeitura dará ao partido vencedor a administração de um orçamento estimado em 20 bilhões de reais. Antigos inimigos políticos e ideológicos hoje se confraternizam, esquecendo das diferenças em nome de alianças que refletem bem o clima de vale-tudo para pegar esse dinheiro, no fundo a verdadeira razão de tais alianças.
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Em 1982, durante uma de suas primeiras tentativas de se apresentar como moralizador e reformador da política nacional, Lula ironizava as perfurações de prospecção de petróleo feitas por Paulo Maluf na Paulipetro, que na verdade ao custo de milhões de dólares para o contribuinte paulista serviam apenas de mostruário de vitrine política. Lula então dizia que Paulo Maluf cavava bem fundo não para achar petróleo mas para ver se achava vergonha na cara. Hoje, 40 anos depois abraça fraternalmente seu ex adversário político e ideológico e os dois dizem que "os tempos mudaram" e selam uma aliança para empurrar para a frente a candidatura do petista Fernando Haddad, tão inexpressivo quanto uma lápide de cemitério, que faz por enquanto o mesmo caminho que fez Aloízio Mercadante de mesma palidez política.   
 

Tempos mudam, adversários se reconciliam, mas se existe a distinção do que é certo e do que é errado, do que é leal e do que é desleal e de proteger uma comunidade, uma cidade, uma nação, então passe o tempo que passar, alianças com pessoas, erradas, desonestas e desleais jamais serão feitas. A não ser que apenas o tempo tenha passado e hoje os que se abraçam tenham sido sempre iguais, apenas tinham diferenças quanto aos negócios, oportunidades e lucros, que sempre chamaram de "política".
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Enquanto isso o que se vê é o abandono de cidadãos de todas as cidades e idades, que deveriam ser protegidos pelo poder público e por ele são saqueados. Doentes agonizam em salas de espera de hospitais públicos, outros morrem na calçada mesmo. O poder executivo pouco se interessa por isso, aparecendo apenas com discursos de ocasião, o poder legislativo apenas legisla no sentido de agravar as diferenças e mazelas sociais em proveito próprio, no que não fica atrás o poder judiciário, como ficou claro no caso dos precatórios que não são pagos, enquanto seus membros concedem a si mesmos indenizações milionárias, sempre retroativas a anos passados, sob as mais diversas justificativas de auxílio moradia, transporte, roupas, livros e tudo mais, em total falta de decência, honestidade e lealdade para o cidadão comum.      
Enquanto isso, dentro dos presídios, uma realidade desesperadora retira dos presos qualquer chance de cumprirem suas penas num ambiente que ao mesmo tempo que deveria ser duro e cobrar a falta cometida, longe disso submete-os a uma verdadeira tortura que já se iguala à realidade dos campos de prisioneiros nazistas, tendo se tornado o sistema penitenciário brasileiro numa fábrica de loucos homicidas, com a complacência dos três poderes que deveriam zelar para que outro fosse o destino dos prisioneiros.
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A mais atual análise do que hoje é o sistema político brasileiro e sua lógica de poder, está perfeitamente descrita num pequeno trecho do Manifesto do Movimento Tenentista de 1924, que apesar de ter sido escrito há mais de 80 anos, descreve com perfeição o que é ser político nos dias de hoje no Brasil:
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"...O Brasil está reduzido a verdadeiras satrapias, desconhecendo-se completamente o merecimento dos homens e estabelecendo-se como condição primordial, para o acesso ás posições de evidência, o servilismo contumaz, que movendo-se pela mola das ambições, cada vez mais se generaliza, constituindo fator de degradação social. O povo ficou reduzido a uma verdadeira situação de impotência, asfixiado em sua vontade pela ação compressora dos que detém as posições políticas e administrativas. Dispondo de material bélico moderno contra o qual os cidadãos inermes nada podem fazer, os dominadores tem-lhe coartado a manifestação da vontade pelas urnas, órgão legítimo pelo qual a soberania popular se exerce nas democracias..."     
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Tal é a situação de degradação que vivemos hoje em dia, sob as alegres falas da mudança dos tempos. Vemos uma presidente, que com um passado de esquerdista combatente, hoje se abraça com latifundiários e que dizia em seu discurso de candidatura "que os tempos mudaram", vemos antigos inimigos ideológicos hoje se abraçando com a mesma fala de "mudança dos tempos" e vemos que na verdade, em todo esse tempo o que não mudou mesmo foi o caráter servil e falso desses políticos, que se apresentam como pretensos reformadores da política. Continua atual o Manifesto dos Tenentes de 1924.
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quarta-feira, 6 de junho de 2012

P104 A lógica do poder

Uma lógica sempre perversa...
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Ao longo das últimas semanas, desenrolou-se uma série de acontecimentos que tem mostrado de forma inequívoca que toda a estrutura de poder no Brasil se orienta, é montada e vive por uma lógica perversa de dominação, disfarçada de "estado democrático de direito", nome apenas para uso de propaganda de todo esse sistema de poder, que pretende disfarçar assim vícios e prostituição política com o nome de "democracia".
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O termo da lógica perversa foi levado ao conhecimento dos brasileiros pela presidente Dilma, tentando fazer o papel de grande heroína da cena política ao anunciar a baixa dos juros por decreto e de forma política. Na verdade tenta junto com seu ministro da Fazenda, fazer frente à crise financeira que já se torna visível no horizonte, crise que é na verdade resultado do descalabro de corrupção, de vícios políticos seculares e do apoio do seu partido a toda essa deformidade política que hoje é chamada de "estado democrático de direito" para maior conveniência dos estelionatários políticos, presentes em todas as esferas do poder nacional.    
Isso não é exclusividade da atuação presidente Dilma nem de seu antecessor que vivia de falácias, nem de seu partido. Ela e ele são apenas outros membros que hoje no poder se dedicam a manter viva essa estrutura que lentamente devora a vida dos cidadãos brasileiros e que destrói aos poucos a própria nação brasileira.
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Essa lógica perversa foi zelosamente seguida pelos seus antecessores de outros partidos, que com discursos de "democracia" e "modernidade" ajudaram na construção de fortunas particulares, na ascensão do crime até mesmo dentro das esferas do legislativo e do judiciário, na entrega de riquezas nacionais a estrangeiros, resultando daí o surgimento de uma nova classe de banqueiros, antes funcionários graduados que redigiam as diretrizes das privatizações em anos recentes e que de um cargo público estratégico saltaram para a propriedade de bancos de negócios. Melhor dizento, assaltaram o patrimônio nacional, construído em décadas de trabalho duro e tudo sob as vistas complacentes do executivo, do legislativo e do judiciário, sempre sob o disfarce de "normalidade democrática" e "modernidade".   
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Hoje a nação brasileira vive esse drama de presenciar dia a dia a sua própria destruição sem poder se defender. Ao longo dos próximos textos será debatido esse estado de coisas, dessa lógica perversa do poder, inicialmente com um texto histórico, o Manifesto do Tenentes, que escrito em 1924, é um verdadeiro retrato das coisas que acontecem nos dias de hoje.
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quarta-feira, 16 de maio de 2012

P103 Os patriotas de aluguel

O proprietário manda, seus empregados trabalham...
O senador Fernando Collor de Mello interpretou nos últimos dias a figura do impoluto cavaleiro de capa e espada que surge para salvar a jovem república ameaçada. O mesmo homem que saiu da presidência expulso pelas piores mazelas morais, hoje faz o papel de dedicado defensor da moralidade, já que o antigo ocupante do cargo, Demóstenes Torres, caiu desmascarado e pego em flagrante como intermediário de um contraventor em ocupação integral e defensor da moralidade nas horas vagas.
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Defendendo a convocação de Roberto Civita e seu jornalista Policarpo Júnior, que interpretavam respectivamente os papeis um de editor chefe do contraventor e outro o de pombo correio dos dois, o senador quer que acreditem que ele tem algum embasamento moral na sua pretensão, quando na verdade é a única forma de se vingar da Editora Abril, já que desde que recebeu dela o empurrão final quando estava por um fio na presidência jamais conseguiu com suas pequenas empresas de notícias dar-lhe um arranhão que fosse. Mas o senador e a Editora Abril já foram muito bons amigos no passado. Senão vejamos algumas imagens antigas.  
Em 1989, favorecido pelos laços com a Editora Abril que ridicularizava seus oponentes e enaltecia o senador como herói da moral, a revista Veja o colocava na capa como o caçador de marajás. Graças aos milhões de leitores da revista que até hoje não aprenderam a ler nas entrelinhas, Collor terminou eleito e com sua infame República de Alagoas fez tamanho estrago na moral republicana que a revista que o protegia tanto precisou de alguém para pintá-lo das piores cores possíveis. Não era por patriotismo. A Editora Abril apenas pensava nos negócios das privatizações desde a eleição de Collor.
E em 1992 esse alguém foi Pedro Collor, que preterido em negócios da república de Alagoas com sede na casa da Dinda, famosa na época ironicamente pela sua cachoeira artificial, decidiu denunciar tudo o que sabia de errado na presidência, sob as vistas do então presidente Collor. Conseguiu assim a revista Veja na época o que pretendia conseguir nos dias de hoje com Demóstenes Torres, já que a revista denunciava através dele somente nomes no índex de inimigos dela sem nem de leve tocar nos assuntos da construtora Delta, de propriedade do contraventor e que abastecia seu editor chefe Roberto Civita com todas as informações que ele precisava para atingir seus desafetos políticos e porventura comerciais. 
Hoje, enquanto os brasileiros olham entre estarrecidos e sem saber o que fazer, revistas concorrentes da Editora Abril se dividem entre a crítica ferrenha a tudo o que ela representa e entre a defesa das atitudes que seu editor chefe e seu jornalista tomaram de serem informados de tudo o que ocorria de errado dentro do governo sem terem feito uma denúncia que fosse. Ao mesmo tempo auferindo lucros, foram assim indiretamente financiados pelos crimes do contraventor e agora posam de "heróis do jornalismo investigativo". E são defendidos pelas outras casas editoras que tem nas costas os mesmos tipos de cumplicidade em crimes assim. Ou como falam nas redações, me ajuda que eu te ajudo. Como dizia Millôr Fernandes, a imprensa brasileira sempre foi canalha. Mas gosta de posar de virgem impoluta.
Para piorar o quadro de corrupção, com as denúncias de que o procurador geral nada fez para impedir os crimes de Carlinhos Cachoeira em 2009, ele, três anos depois surge com a desbotada explicação de que nada fez para que o contraventor prosseguindo em seus crimes de corrupção durante todo esse tempo fosse "envolvido de forma irreversível pelas investigações". Qualquer pessoa pode se perguntar o que teria feito o procurador se entre as denúncias levadas a ele constasse de forma clara e inequívoca uma trama de Carlinhos Cachoeira para sequestrá-lo, por exemplo. Teria ficado ele em silêncio esperando o crime ser cometido, para depois dizer que isso era "para não atrapalhar as investigações"?
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Fica cada vez mais triste comparar as grandes comissões de inquérito do Congresso americano em casos que eletrizaram a opinião pública mundial, que pôde acompanhar em audiências públicas desde os episódios da Guerra do Vietnã até o caso Watergate. Tudo o que interessava ao bem da nação americana era público e sabido.
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Aqui no Brasil, em seu minúsculo congresso, minúsculo em coragem e decência, tudo é passado em conchavos numa audiência secreta, tudo se ajeita num governo de compadres e comadres no poder. Nada de novo, visto que foi exatamente a confidencialidade dos gastos das obras da Copa do Mundo que renderam centenas de milhões de reais para as empresas de Carlinhos Cachoeira. Se as obras em que ele entrou, tem gastos secretos, porque a audiência em que seu nome é citado não deveria ser secreta?
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Carlinhos Cachoeira emerge assim como o maior proprietário da coisa pública no Brasil e como proprietário, quando ele manda, seus empregados trabalham, tanto no congresso como nas redações de jornais. 
O certo é que nesta república de muitos "patriotas" de um lado e do outro de muitos idiotas que ainda não aprenderam a ler uma revista nas entrelinhas, prossegue tranquilo, apesar dos percalços, o contraventor Carlinhos Cachoeira, que vê de dentro de sua cela uma CPI que investiga crimes em salas fechadas de onde pouco se sabe o que acontece, senadores que ostentando poder sobre o cidadão comum não tem coragem de intimar governadores acusados, recebem de seus pares arquivos apagados ou sem ordem nenhuma, com o que as investigações andam em círculos, enquanto repórteres correm para todos os lados sem nada saberem.
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Longe desses "patriotas" de aluguel, longe dessa patriotada toda, sozinho em sua cela, certo de seu dinheiro está seguro, o contraventor Carlinhos Cachoeira deve rir de tudo isso. Deve rir de saber que sim, dá ordens a esses "patriotas" mas nem mesmo ele esperava que fossem cumpri-las assim, com tanta obediência. Essa é a república dos "patriotas", onde manda o proprietário Carlinhos Cachoeira.
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terça-feira, 8 de maio de 2012

P102 O retrato da obra

Todos juntos no retrato...
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Seguem juntos todos os membros do governo fazendo a obra de destruição do Brasil. Apesar do ufanismo oficial e de setores da mídia mergulhados em favores para políticos, o quadro que se percebe é outro. Desde a presidente Dilma que em triste retrato dessa política de compadres e comadres serve somente à dilapidação das riquezas nacionais em favor de uma oligarquia política até o atual partido mandante, assumidamente ex-pretenso reformador político e que veio a se tornar um dos filhos mais diletos dessa oligarquia. 
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Obviamente, seguindo sua triste sina de fingir que faz alguma coisa em favor do Brasil, nossa imprensa divulga toda semana pesquisas de opinião pública que dão conta de altos índices de aprovação dos atuais governantes. Ninguém sabe quem é perguntado sobre isso e enquanto nas cidades alguns frequentadores de shopping centers e outros de redações de jornais respondem com louvores ao entreguismo dos governantes, ficam sem voz pessoas nos mais diferentes pontos do país. Vejamos o retrato em todos os pontos do país.  
Que opinião teria sobre a administração do governo um pequeno agricultor do Nordeste, vendo o deserto em que está transformada sua pequena gleba de terra, quando que sabe que piscinas de protegidos da política federal estão sempre cheias de água enquanto que ele e sua família nem tem água para tomar banho?
Pouco abaixo, em Brasília, na casa de leis que deveria defender essa gente desvalida, nesse prédio que hipocritamente chamam assim, onde senadores e deputados se veem enredados em acusações que vão de trabalho escravo até estelionato comum e onde sempre votam leis para se protegerem, dos flagrantes, um dos maiores propagandistas da moralidade pública cai sob a descoberta de que era apenas um intermediário de um dos maiores criminosos do país, que tem inúmeros negócios com o governo federal e com governos estaduais.
Descendo e seguindo um pouco mais abaixo, chegamos ao Rio de Janeiro e vemos uma das maiores cidades do Brasil mergulhada numa epidemia de dengue e numa guerra civil, a epidemia sufocada pela grande imprensa e a guerra civil transformada na coisa mais natural de se viver. Enquanto isso, essa imprensa dá mais destaque ao atraso das obras dos estádios para a Copa do Mundo, já superfaturadas e verdadeiro festival de corrupção.
Na mesma cidade uma das tropas mais bem treinadas do país, entra em combates que em nada diferem de uma guerra de verdade, A imprensa nacional procura sempre transformar tudo isso num cenário normal da vida nacional, Enquanto isso as mesmas tropas que torturam e fuzilam presos na frente de todos, agem tranquilas com o conhecimento da secretária de direitos humanos, que vocifera contra militares que atuaram há 40 anos, ignorando o que acontece nos dias de hoje bem perto dela. Há uma explicação. Os presos do morro não são recebidos em seu gabinete e a polícia carioca não paga indenizações. De tarde ela recebe um grupo de atores que protesta contra o trabalho escravo. A secretária dos direitos humanos apóia o pedido, mas não indicia nenhum dos políticos que estão envolvidos em denúncias de trabalho escravo e a poucos metros dela. Há outra explicação para isso. São políticos que dão apoio para os chefes da secretária.
Pouco abaixo em São Paulo, as notícias veiculadas pelas empresas de jornalismo concorrentes dão conta do envolvimento da revista Veja com o crime organizado sob o disfarce de jornalismo investigativo. A revista que se lambuzou na sua propaganda auto-proclamada desse jornalismo, nada mais fez esses anos todos do que se envolver com políticos criminosos e dele obter informaçãoes para unicamente denunciar seus desafetos e proteger seus amigos políticos. Seus editores que alardeavam independência apenas transcreviam os que altos membros do crime organizado queriam que ela escrevesse para atingir seus inimigos dentro e fora do governo. Não que seus donos não gostassem dos que foram denunciados, eles eram apenas concorrentes na busca de favores e lucros. A imprensa brasileira, canalha como dizia Millôr Fernandes tenta fazer de conta que está tudo bem.
Mais alguns milhares de quilômetros abaixo e no Rio Grande do Sul, pequenos agricultores veem suas terras em processo de desertificação numa das piores secas já vistas, enquanto que por lá também segue solta a farra dos estádios. Enquanto lamentam os prejuízos, os agricultores veem seus filhos expostos ao tráfico de drogas, que trabalha beneficiado pelas leis federais que permitem inúmeras brechas à sua ação sob o disfarce de visal penal progressista. Trabalhadores e agricultores assim ou caem sob as armas dos traficantes ou sob os impostos do governo.
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Alheios a tudo isso e visando unicamente a formação de fortunas pessoais com cargos políticos, em todos os comitês eleitorais do país milhares de candidatos a assaltantes do dinheiro público disfarçados de administradores, se reunem para ver quem consegue eleger o maior número de comparsas para poder formar assim quadrilhas em cargos políticos e ver quem consegue formar a maior fortuna pessoal. Aliados de última hora, tentam de todas as formas pegar carona em meliantes mais conhecidos para conseguir mais votos.
Rindo de tudo isso, um dos maiores bandidos do Brasil, confortavelmente aninhado dentro de uma carceragem da polícia federal, cumpre a rotina conhecida desses tipo, entra na prisão, sai da prisão, mas sua fortuna milionária está garantida pelo envolvimento com membros dos governos municipais, estaduais e federais. Com grande parte de seus cúmplices enfiados dentro do congresso e das redações dos jornais, ele sabe que a prisão é só um percalço temporário, uma formalidade para satisfazer a opinião pública e logo estará de volta contando seus lucros e fechando novos negócios, senão com empresas antigas, agora com empresas novas para disfarçar.
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Esse é o miserável retrato criado pelos membros do estado democrático de direito dessa nação que um dia sonhou em ser grande.
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domingo, 15 de abril de 2012

P101 No final do mês

Sempre no final...
Depois do incêndio que atingiu o prédio público de serviços ambientais de Porto Alegre, os funcionários se recusam a voltar ao trabalho alegando a insegurança a que estão expostos. Alegam também que praticamente não contam com dispositivos de segurança no prédio. Como mais de 700 pessoas ficam no prédio durante o serviço, os funcionários decidiram ficar do lado de fora, já que perceberam que o retorno das autoridades responsáveis é parco e lerdo, quando não ausente, já que na tradição política brasileira, os dirigentes trabalham em sedes amplas, luxuosas e bem servidas, enquanto os funcionários se esfalfam em salas precárias e mal servidas.
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Para a população largada em salas de espera em pior estado, a situação é ainda mais difícil.
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O secretário de meio ambiente gaúcho ja informou que está procurando um novo edifício para alojar esses funcionários. Entrevistados pelos jornais, os funcionários informaram também que o prédio público comprado em 1960 não possui alvará de habitação e nem plano de prevenção a incêndios, mas o secretário já informou que a procuradoria gaúcha está regularizando a situação. O secretário só não informa se isso vem sendo feito desde 1960.
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Também informou que até o fim do mês um novo sistema de controle permitirá saber a real situação dos milhares de prédios públicos alugados pelo governo gaúcho, que hoje conta com um precário e desatualizado sistema de acompanhamento.
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Essa é mais uma das tradições políticas brasileiras. Sempre que são entrevistas sobre uma irregularidade ou problema, os secretários, chefes ou governadores responsáveis sempre terminam uma declaração dizendo que "até o fim do mês, um novo sistema será implantado para...".
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E lá vem, como há mais de um século, sempre o novo sistema "no fim do mês" para acompanhar obras com irregularidades, para acompanhar as obras da Copa do Mundo cheias de denúncias, para melhorar as obras dos aeroportos cheios de problemas, para sanear os problemas de algum hospital cheio de pacientes mortos, para acompanhar melhor as planilhas de custos para impedir desvios de dinheiro público.
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No fim do mês o que vem sempre é o polpudo salário dos dirigentes políticos brasileiros.
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Vellker
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sábado, 7 de abril de 2012

P100 O templo e o bordel

Uma diferença considerável...
Na Roma antiga, as virgens vestais eram castas e puras, pois assim exigia seu sacerdócio
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As virgens vestais, cujo sacerdócio era exercido nos templos da deusa Vesta na Roma antiga, tinham por obrigação dos seus votos à sua religião, serem puras, castas e terem ao longo de toda sua vida um comportamento exemplar, sendo que além da castidade, a elevação moral que delas era exigida era fielmente mantida por toda a vida. A determinação para uma vida de correção e decência eram os requisitos indispensáveis para ingressarem no templo. Seus votos de pureza e moralidade eram o ápice de uma opção de vida.
Iluminado como um templo, na verdade o templo da prostituição política e do banditismo oficial
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Nos dias de hoje, fazendo uma comparação com as antigas virgens vestais dos tempos passados com suas qualidades morais, as pessoas que hoje tenham a intenção de ingressar na vida política brasileira, tem que ter a disposição ou melhor a inclinação nata para o banditismo, para o crime, para fraudes, enfim para a prostituição política mais baixa.
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Esses são os requisitos indispensáveis para o político brasileiro de hoje, tanto para o que pretenda ingressar na vida política ou já esteja nela. Aliás, para se manter nela, é só através de crimes e fraudes que eles se mantém no cargo.
Prostituta num bordel. Ao menos ela entrou nessa vida sem discursos de defesa da moral
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A única diferença entre a vida política brasileira dos dias de hoje e a vida das prostitutas nos bordéis de qualquer lugar é que as prostitutas nunca fizeram discursos sobre defesa da moral e das virtudes cívicas, nunca subiram num palanque para falarem de honestidade e nunca discursaram de uma tribuna declarando-se puras e castas e nem mesmo escondem suas ligações com o crime organizado, como tentam fazer os políticos brasileiros.
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E além disso, as prostitutas podem ser acusadas de tudo, menos de roubar o dinheiro público.
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Como se vê, é uma diferença considerável a favor dos caráter das prostitutas e dos lugares onde elas trabalham , por piores que sejam.
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Vellker
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quinta-feira, 29 de março de 2012

P99 O povo continua lutando

Com seu forte rosto, o povo brasileiro luta contra a corrupção...
O povo brasileiro continua em pé, apesar dos murros que leva sem reagir devido à sua índole pacífica
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Continua a luta do povo brasileiro contra a corrupção. Apesar das recentes notícias da descoberta de mais um corrupto no congresso e que de antemão já se diz tranquilo quanto aos desdobramentos jurídicos, entenda-se aí impunidade, o povo brasileiro não desiste e com a espantosa resistência de sua face, força a corrupção a bater nele todos os dias, sem que ele caia.
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Talvez porque já tenham roubado até mesmo o lugar onde ele pudesse cair.
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Enquanto isso, o povo se considera feliz por ter o privilégio de votar em "eleições democráticas" onde invariavelmete reelege os velhos corruptos ou elege novos corruptos para continuar levando murros da corrupção e se diz feliz por viver num regime "democrático" comandado por oligarquias corruptas.
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Tem que apanhar mesmo.
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Vellker
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quinta-feira, 15 de março de 2012

P98 Bom tom e etiqueta nos assaltos

Sugestões de frases para anunciar uma ação...
Tem sido uma constante as queixas dos moradores de bairros nobres de São Paulo por causa de assaltos e arrastões promovidos por bandidos de alta classe, que é claro, deixaram de se interessar pela prática de assaltos em vielas e botecos onde no máximo conseguiam alguns trocados para pagar a refeição do dia, pelos assaltos aos ditos moradores dos bairros de gente rica, dos quais eles conseguem arrancar até mesmo relógios de 3 mil reais dos pulsos.
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Apesar da rudeza da observação, que tipo de idiota vai sair com um relógio de 3 mil reais no pulso? Só mesmo o idiota que pede para ser assaltado com esse chamariz à vista de todos. Nas delegacias, as queixas dos membros da classe rica e média alta, vítimas de assaltos tem sido uma repetição enfadonha. Melindrados pelo fato de terem sido obrigados a se despojarem dos seus bens e se deitarem no chão senão tomam um tiro e o que é pior, de bala comum e não de alguma marca européia famosa como Bulgari ou Pierre Cardin, que infelizmente ainda não fabricam munição de classe, tem eles expressado sua indignação pela impolidez dos assaltantes.
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Acostumados a maltratarem empregadas e motoristas com expressões rudes e ameaças de vínculo empregatício, ficam surpreendidos e magoados ao serem tratados da mesma forma e ainda por cima de cabeça baixa, frente ao irrespondível argumento bélico exibido pelos assaltantes, melhor dizendo, expropriadores, que incompreendidos em seu ingrato trabalho de tentativa de reequlíbrio das desigualdades sociais, são sempre mal falados pela imprensa, que os denigre de forma parcial, visto que a maioria dos jornalistas se constitue , não raras vezes, em serviçais da classe assaltada, melhor dizendo, expropriada.
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Vão aqui algumas sugestões para que os assaltantes comecem a anunciar suas abordagens com mais classe e elegância, com o mesmo palavreado que a classe rica está acostumada a ouvir de seus mordomos.
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Alteremos também os nomes como assaltos e arrastões, tão vulgares e desprovidos de charme para outras denominações que reflitam elegância e bom tom para a ocasião.
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Assalto passa a ser chamado de expropriação, como nos filmes políticos da década de 70, onde se romantizavam as ações da esquerda hoje no poder e arrastões passam a ser chamados de expropriações domiciliares, o que é, convenhamos, bem mais charmoso.
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1-Anúncio do assalto:
Senhores e senhoras, peço sua atenção por alguns instantes. Tendo em vista a grande concentração de ítens de joalheria e eletrônicos de última geração e de grande valor em posse das pessoas de fino trato aqui presentes neste restaurante da moda, pedimos que coloquem todos seus celulares, relógios caros, jóias de alto valor e também cartões de crédito e dinheiro em espécie na bolsa que nosso auxiliar estará passando entres vocês. Depois pedimos que se deitem para evitar o incômodo de receberem um disparo, que reitero, será feito somente em nossa legítima defesa. Nosso bando, perdoem-me, nosso grupo, agradece sua compreensão e contamos com sua presença na nossa próxima incursão. Após nossa saída pedimos que continuem suas refeições sem maiores problemas. Obrigado pela sua compreensão e pelos seus pertences.
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2-Expropriação do relógio de alto valor:
Prezado senhor, tendo em vista sua contumácia em carregar pelas ruas esse relógio de altíssimo valor, gesto temerário e desprovido de sentido, gentilmente lhe observo que neste momento sua pessoa está sob a ação de uma medida de coerção visando a expropriação desse bem. Solicito que o entregue para mim agora mesmo, senão serei obrigado a efetuar um disparo contra sua pessoa, para retirar o referido relógio do seu corpo inerte. Encare isto como medida puramente coercitiva sem nada de pessoal contra tão fina pessoa. Espero que não fique magoado com essa ação, que é em última análise, apenas uma expropriação necessária para reequilibrar ao menos em parte as graves distorções de distribuição de renda no nosso meio social. Agradeço pela sua presteza.
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3-Deitar alguma vítima mais renitente no chão:
Caro senhor, desculpe-me por esse golpe contundente na sua distinta cabeça. Solicitamos no início da expropriação e com toda gentileza que todos se deitassem no chão. No entanto, flagrei-o escondido atrás do vaso de flores e com o celular na mão de forma suspeitíssima. Sou obrigado a provocar esta contusão em sua cabeça com a coronha da pistola, pois sua atitude não me deixa outra alternativa. Além disso, esta açào é altamente pedagógica e instrutiva para os demais presentes, que à vista do sangue que pinga de sua nobre cabeça, tratarão de ser mais dóceis e mais rápidos na atitude de passarem seus bens sem nos criarem nenhum problema a mais. Conto com sua compreensão neste difícil momento e mais uma vez assevero que nada há de pessoal neste ato.
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4-Polida exigência de rapidez na entrega dos bens:
Reiteramos mais uma vez aos prezados frequentadores de tão fino estabelecimento, que sejam mais prestativos e mais rápidos na entrega de todos seus bens, como relógios, jóias, celulares, cartões de crédito e dinheiro e falando baixo. A demora na ação solicitada demandará mais tempo na expropriação dos bens, o que eleva em muito o risco de que os chamados agentes policiais, caso sejam alertados por algum observador externo, entrem no estabelecimento, com o que haverá um confronto bélico com intensa troca de tiros em todas as direções, com o que não poderemos de forma alguma garantir a segurança dos fregueses aqui presentes. Agradecemos se prestarem atenção neste detalhe e tornarem mais rápida a entrega dos bens, ação que visa preservar a nossa e a sua segurança.
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5-Saída do estabelecimento após a expropriação:
Agradecemos pela sua colaboração na entrega dos seus bens pessoais durante a expropriação. Realmente este é um estabelecimento requintado e que recebe somente pessoas de fino trato. Solicitamos para sua e nossa segurança que evitem chamar as forças policiais durante alguns minutos, enquanto empreendemos nossa saída sem maior alarde. Apesar da interrupção, poderão continuar a saborear sua comida e degustar seus vinhos finos, que tivemos o cuidado de deixar intactos sobre suas mesas. Esperamos reencontrá-los neste restaurante em outra ação ou em suas casas e apartamentos na nossa próxima expropriação domiciliar, já agendada para breve. Obrigado pela presteza e uma boa noite a todos.
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Assim todos serão felizes e os moradores dos bairros nobres não só de São Paulo como de outras metrópoles terão um tratamento mais digno durante as expropriações de alto padrão.
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Vellker
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