quinta-feira, 20 de outubro de 2011

P85 Com que nome te chamam

Nem sempre é o nome de nascimento...
A leitura de algumas notícias de ontem veiculadas pelo portal UOL nos leva a fazer uma interessante observação. Dirigindo-se a nós, cidadãos comuns em qualquer situação, com que nome nos chamariam os personagens principais das notícias do dia?
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É necessário ler apenas algumas das notícias para chegarmos a uma conclusão nada animadora, mas infelizmente mais do que real. E assim elas vão surgindo na nossa tela.
Barrado pela Lei da Ficha Limpa por abuso de poder político e econômico, Cássio Cunha Lima, da Paraíba, pode tomar posse como senador graças ao entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a lei não o alcança, portanto ele está liberado para tomar posse em seu cargo.
Entendamos que a Lei da Ficha Limpa, ao menos acreditam as pessoas mais decentes, foi feita para impedir que maus políticos pudessem alcançar cargos de onde, é claro, passariam a cometer delitos acobertados e protegidos contra qualquer punição.
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Tal é a essência dessa lei tão carregada de civismo, decência e correção moral que qualquer jurista, filósofo ou mesmo o simples cidadão entenderia que o tempo não a alcança. Ela escapa a qualquer apreciação desse tipo. Juristas que contemplassem o civismo, decência e correção moral como valores realmente a serem preservados, entenderiam que tal lei, protegendo o patrimônio da nação contra políticos desonestos, seria de imediata aplicação. Porém o STF decidiu pelo contrário, talvez guiado por entendimentos contrários.
É provável que se Cássio Cunha Lima tivesse sido eleito para o cargo de tesoureiro e transportador de valores do mesmo Supremo Tribunal Federal, talvez o entendimento dos juízes desse tribunal fosse completamente diferente. Mas como ele vai mexer com o dinheiro do cidadão, o problema é do cidadão.
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Em outra votação interessante e mais do que nunca reveladora da situação de decadência moral e corrupção em que se encontram mergulhadas as instituições brasileiras, o político Valdemar da Costa Neto, sempre implicado em denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público, terminou absolvido de qualquer acusação com o arquivamento de uma ação contra ele, arquivamento decidido pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Uma entidade que também supostamente deveria zelar pelo bom nome do Congresso Nacional, tem um notável placar de arquivamentos de denúncias que chegam até ela.
Ou os denunciantes são sempre incrivelmente ineptos, fazendo sempre denúncias absurdas e sem fundamento ou o fundamento do Conselho de Ética é sempre o de dizer que não vê nada demais em certas práticas com o dinheiro público.
No estado do Maranhão governado pela família Sarney, deputados estaduais aprovaram na prática, a estatização da Fundação Sarney, que até hoje parece não ter tido grande impacto no progresso do Brasil e muito menos do estado do Maranhão, que continua mergulhado numa pobreza secular.
Em todo caso, o dinheiro dos cidadãos contribuintes do Maranhão e em certa parte dos cidadãos do Brasil vai arcar com as contas da Fundação Sarney. A fundação era investigada pelo Ministério Público, teve as contas reprovadas pelo TCU no período de 2004 e 2007, mas o problema agora é do cidadão.
Resta saber, já quase adivinhando, com que nome os principais personagens dessas notícias chamariam o cidadão comum. Sempre investigados, denunciados mas no fim das contas absolvidos por votos de tribunais e conselhos espalhados pelo Brasil afora, é mais do que claro.
Depois de tantos nomes como Piolin, Bozo e Tiririca, esse agora recebendo salário graças ao imposto que o cidadão paga, realmente Palhaço Cidadão ia ser um nome bonito mesmo.

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