sexta-feira, 24 de setembro de 2010

P49 Mande mais e-mails

Te respondo depois... Caro amigo

Como está? Sempre trocamos e-mails sobre a vida política dos dias de hoje. E nesta época de eleições, recebemos e-mails da direita e da esquerda, seja lá como se denominem, sem parar. Mas falando de política, apesar de alguns se alienarem disso, o assunto é interessante e nos toca a todos. Temos talvez uma discordância dos fatos políticos de hoje, pelas notícias que me manda, . Mas vejo a parcialidade das notícias que me são enviadas. Todas foram encaminhadas a você, que por sua vez as encaminhou para mim. Mas notícias? Uma verdadeira coleção de fatos montados e remontados, sabe-se lá por quem.

Tenho recebido uma quantidade enorme de e-mails nesta época de eleições, encaminhados por você e outros amigos, alguns dos quais não se sabe, creio eu, a origem. Todos tendenciosos e montados de forma a dar uma certa impressão dos fatos que não correspondem à realidade. Ou melhor, procuram moldar uma realidade ao gosto de quem escreve, pinçando textos, falseando opiniões e ajeitando fotos para compor uma realidade que parece que é mas não é.

É antes a realidade que os órfãos de Fernando Henrique Cardoso, um dos maiores enganadores que o país já teve, tentam passar adiante para ver se seus chefes voltam ao poder. Quem sabe, pode dar certo. Mas não me julgue como partidário de qualquer um dos candidatos atuais a presidente. Vendo a política de hoje, considero Lula apenas um carreirista que fez fortuna por culpa de um erro do povo brasileiro, que alienado dos fatos, humilde e esfomeado deixou-se levar por bolsas e sanduíches do governo. Maior culpa ainda pelo que nos sucedeu a partir de 1994 cabe à classe média, que apesar de ter estudo e renda, foi e ainda é mais alienada e mais atrasada que a classe pobre e em 1994 deu a um grupo de ladrões os votos necessários para venderem o Brasil a estrangeiros e só não fizeram pior porque, sabe-se lá como, mudaram de voto em 2002, senão nem mesmo teríamos mais o nome de Brasil e sim de Brazil Incorporated. É fato, a classe média só conhece o caminho do shopping center. Mas no mundo de hoje, com os valores que ele idolatra, ela não é tão culpada assim, mas ao mesmo tempo, prefere não saber de nada.

Mais uma vez esclareço que não sou a favor de nenhum dos candidatos que estão aí. Ter que votar na Dilma, no Serra ou na Marina é, para fazer uma analogia, estar na mesma situação de ter que escolher entre uma mulher que vasculha bolsas em lojas, entre um homem que revira gavetas num armário ou entre a cúmplice dos dois, que tenta vender na rua produtos naturais feitos em laboratórios do pior tipo, para a presidência do nosso condomínio.

Quanto ao resto, vereadores, deputados estaduais e federais e senadores, não só de um, mas de todos os partidos, não passam de trapaceiros, que tem um e só um objetivo: encherem-se de dinheiro e redigirem as leis que o judiciário, muito amigo deles, recebe sem reclamar. Se bem que alguns magistrados idealistas, ainda que solitários, tentam mudar alguma coisa.

A situação do Brasil hoje, caro amigo, já é próxima de uma secessão, ou seja, separação, perda pura e simples de partes consideráveis e vitais do nosso território, iniciada com a venda das estatais por Fernando Henrique Cardoso e exemplo marcante disso foi a venda de empresas como a Vale do Rio Doce, que antes totalmente nossa, hoje é de propriedade de estrangeiros e chamam a isso de "modernidade". Eu chamo de traição.

A política nos toca, ao menos aos não alienados. Por isso, se pudermos trocar algumas idéias sobre tais assuntos, será bom. O tema política é extenso, o que dá para abreviar é resenha esportiva. Vejo que cada vez mais o Brasil começa a entrar num processo de cisma, onde se dividirão os bons, que desejam retomar o país, com todos os sacrifícios que isso traz, dos maus, que desejam saborear pequenas comodidades dadas por estrangeiros, até o dia em que estarão de chapéu na mão, pedindo dinheiro aos mesmos que ontem lhes davam alguns presentes, fazendo uma analogia, colares e espelhos, como os conquistadores deram aos índios em troca de suas terras, para depois lhes darem as balas de suas Winchesters. Sua região, parte da Amazônia será a primeira a entrar nessa situação.

Aliás, por obra e graça de mais traidores enfiados em todos os cargos públicos, já temos 94 mil km2. de terras dadas para reservas indígenas para uns 4.000 índios, em fronteiras próximas de combates entre guerrilheiros e tropas colombianas, um terreno potencialmente explosivo e capaz de desencadear situações fora do controle do Brasil, pela sua absoluta fraqueza. E enquanto isso, como na denúncia de Orlando Villas-Boas, os índios vivem no exterior fazendo o papel de coitadinhos, pedindo intervenção estrangeira.

Temos um exército incapaz de se deslocar em seu próprio território em caso de conflito e que libera soldados residentes nas cidades em que servem para comerem em suas casas para economizar comida, temos uma força áerea com mais da metade dos seus obsoletos aviões parados por falta de peças, temos um porta-aviões vendido pelos franceses no ano 2000 por 12 milhões de dólares e que eles não sabiam se derretiam ou se transformavam em navio museu. Afinal, ele foi construído em 1957. Mas claro, Fernando Henrique Cardoso apareceu para comprar o velho navio enferrujado. E foi saudado pela imprensa francesa e pela Rede Globo como grande estrategista. E de quebra toca a privatizar estatais elétricas para vender até mesmo para estatais elétricas francesas, que continuaram estatais e hoje lucram com as contas que cobram dos brasileiros. E pelos seus correligionários e votantes foi saudado como homem de grande visão. Que impressionante. Engana a nação mais uma vez e é elogiado.

Como também
comprou os caças A-4 Skyhawk em 1998, que vieram do Kwait, isso mesmo, o mesmo país invadido pelo Iraque e hoje apenas alguns desses aviões voam. O resto está parado dentro do porta-aviões porque não funciona. Claro, também temos que ver que o porta-aviões ficou de 2005 até 2010 no estaleiro recebendo, como não podia deixar de ser, peças eletrônicas e armamentos franceses, que deram um bom lucro aos seus vendedores, já que o Brasil não sabe fazer o equipamento que ele precisa. Imagine se entrássemos em guerra com a França. Como os franceses iriam rir. E todas essas forças armadas (armadas?) para proteger 8 milhões de km2. de território e 6.000 km. de costa marítima e 3,5 milhões de km2. de mar brasileiro. Brasileiro por enquanto. Quanto ao espaço aéreo, melhor nem calcular, "defendido" por alguns velhos caças F-5 americanos e Mirage 2000 franceses da década de 70.
E nesses e-mails que recebo, com o que estão preocupados? Com o que a classe média se preocupa? Com o avião do Lula e com o bolsa família, talvez porque ficaram de fora dos dois. E se a classe média tivesse recebido de presente do Lula uma espécie de Bolsa-Shopping pensa que ela estaria reclamando? Depredações dos Sem-Terra, que perto do que FHC e sua turma já fizeram com esse país é o mesmo que carpir quintal. E depredações dramatizadas ao extremo, justo em época de reeleição, como aconteceu da última vez. Por hoje, eles fazem o que querem e a imprensa só noticia em pé de página. Ninguém liga mais mesmo. Depredações que de resto já aconteciam no tempo de Fernando Henrique Cardoso exatamente para que a imprensa que vivia bajulando ele tivesse manchetes de terror para mostrar. A mesma imprensa que disse que se Lula fosse eleito em 1989, 800.000 empresários deixariam o país. Só se fosse para trabalharem de empregados em alguma lanchonete e olhe lá, porque aqui boa parte só vivia de favores oficiais. Como hoje, em que Lula completa o segundo mandato e esses 800.000 empresários que deveriam ter fugido não deixaram nem o bairro onde sempre moraram.

E entristece também o vergonhoso papel da nossa imprensa, mas um papel tradicional e que vivia pendurada no governo FHC comprando milhões em equipamentos eletrônicos para participarem como operadoras das linhas de telefonia, por isso fizeram a campanha pela privatização. Depois, quando FHC foi reeleito, deu um pontapé na imprensa e mandou Gustavo Franco derrubar a paridade entre o real e o dólar que era de um para um. Resultado, da noite para o dia, Globo, Estadão, Folha e outros viram suas dívidas em bancos estrangeiros subirem o dobro do que eram. Coincidência que eles tenham então apoiado mais a compra de bancos brasileiros por estrangeiros, que hoje controlam quase metade do sistema financeiro do Brasil? E é claro, lucram e muito com o dinheiro dos brasileiros. Pedágios aparecendo sem parar, empresas européias e americanas cobrando preços absurdos dos brasileiros que pagam a estrangeiros para andarem em sua própria terra e dizem que isso é "modernidade", que o certo é o "Estado fora do mercado". Isso é o que dizem jornalões como o Estadão, a Folha, o Globo, a revista Veja, a revista Época. Certo, o Estado fora do mercado. Agora quando esse mesmo Estado financia boa parte do papel comprado por esses grupos para imprimirem suas revistas e seus jornais, aí está certo, aí é modernidade. E nesse tempo todo, desde 1994, a destruição do sistema escolar, a destruição do sistema de saúde pública, o sucateamento da previdência, isso tudo sim a imprensa saudou como "modernização do Estado". E toca a receber verbas de órgãos públicos. Receber verbas do mesmo "Estado que deveria estar fora do mercado" não é ser atrasado, não é ser anacrônico, é ser "moderno".

E nesses últimos e-mails, aparecem denúncias de que o governo Lula paga auxílio-reclusão aos presos, só que não dizem que quem sancionou a lei que criou o auxílio-reclusão foi Fernando Collor de Mello em 1991, lei nr. 8.213/91 de 24 de julho de 1991. Esse Collor é bonzinho. Lula é que é mau porque paga esse tal auxílio que ele é que deve ter inventado.

E também nenhum desses e-mails diz que Fernando Henrique Cardoso aprovou a transformação do auxílio-reclusão em pensão para a família do preso em caso de seu falecimento, em 6 de maio de 1999, decreto-lei 3.048/99. Mas o maldoso mesmo é Lula que paga essas coisas para os presos e suas famílias.

Bom mesmo é Fernando Henrique Cardoso que defende publicamente a liberação das drogas, com todas as desgraças que elas trazem e ainda por cima completa dizendo que depois o Estado, sim, esse mesmo que ele sempre disse que devia estar fora de tudo, o Estado, mantido pelos nossos impostos é que deve arcar com o tratamento dos viciados, que nós já sabemos, é inútil.

O mesmo Fernando Henrique Cardoso que apoiou e conseguiu aprovar no congresso nacional a lei do desarmamento, que deixou o cidadão comum desarmado, incapaz de se defender de bandidos, estupradores e traficantes, quando eles sim é que hoje assaltam e matam o cidadão, estupram suas filhas, viciam seus filhos e o cidadão, desarmado e indefeso, só pode assistir a tudo de cabeça baixa. Mas a imprensa não apoiou isso? Não fez toda propaganda possível em horário nobre para que o cidadão aceitasse a idéia de se desarmar, de se tornar indefeso, de pôr a cabeça no cepo para maior comodidade dos bandidos? Não prometia que com o desarmamento o Brasil viraria uma Suíça de paz e amor?

Agora o resultado está aí. Fuzilamentos coletivos, bandos de modernos cangaceiros pondo até a polícia para correr, assassinatos em série, testemunhas de crimes fuziladas, o povo se trancando em casa logo ao anoitecer. E se por acaso um cidadão tiver uma arma, herança de família em casa, se sua casa for invadida por bandidos e ele atirar para defender sua família e com sucesso abater os bandidos, o que acontece? Ele vai preso por crime de porte de arma, considerado hediondo e inafiançável. Já sabemos o que vai acontecer com ele na cadeia. Mas agradeçam à nossa impresa e a quem assinou essa lei, Fernando Henrique Cardoso.

Claro, Lula também ajudou a manter tudo assim. "Tudo dominado" como diz a marginália.
Acabo de receber mais e-mails seus encaminhados. Não acredito. O assunto do Aerolula de novo? Vou conferir. Um grande abraço.

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