
Assim os indignados também vão almoçar e de quebra emprestam o jornal de algum amigo de movimento para ler e reler os classificados de empregos. Apesar da negra situação econômica pelas paragens européias, cada indignado sortudo que arrume um emprego depois do almoço é um indignado a menos na hora da janta. E Madrid, um dos berços do movimento dos indignados continua com sua vida de sempre.

O resultado, diziam os jornalistas e comentaristas econômicos, seria uma maravilha. As dívidas nacionais desapareceriam, o povo viveria melhor e melhor ainda, os bondosos estrangeiros assumiriam o controle de tudo, desde as grandes usinas hidrelétricas até as redes de telefonia para fazer a nação feliz e bem melhor de vida. Claro, nenhum jornalista dizia que seus jornais e televisões já estavam comprados com a promessa de verbas publicitárias milionárias e ainda por cima pretendiam tomar parte no negócio. A população, não só da Argentina, mas também de outros países da América Latina caiu no estelionato. Ainda por cima dirigidas por governantes e presidentes comprometidos com essa traição, perderam tudo.
-O resultado foi o que se viu. Desemprego, relações de trabalho onde os funcionários dos novos donos são explorados ao máximo, péssimos serviços oferecidos por um preço muito maior do que era cobrado antes, sucateamento das hidrelétricas, redes de energia, redes de telefonica, desnacionalização da estrutura fabril e produtiva das nações sul-americanas e esmagamento dos empreendedores nacionais. Tudo sob o comedido silêncio dos comentaristas econômicos, ainda comprados pelas verbas publicitárias. Quer dizer, os que ainda estão empregados, pois boa parte dos jornalistas que escreviam pregando a "flexibilização" das relações de trabalho, leia-se máxima exploração da força de trabalho com o mínimo de direitos, também foi para as ruas, não para entrevistar os indignados, mas como demitidos mesmo. Bem feito.
-Aliás uma das máximas que esses jornalistas sempre pregaram era a de que "não havia almoço grátis" que era um dos dogmas da escola econômica orientada pelo economista americano Milton Friedman, que preconizava a destruição do estado que assistisse seus cidadãos, que regulamentasse as atividades dos grandes grupos econômicos e industriais e que enfim, deixasse nação e cidadãos entregues à selvageria do mercado e das grandes corporações agindo como bem entendessem.
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Para Friedman proteger o cidadão da guerra do mercado era errado, era dar almoço grátis para seus cidadãos. No entanto seus seguidores sempre acharam certo que diretores e presidentes de empresas falidas como a General Motors nos EUA recebessem ajuda do governo americano e mais ainda, que seus dirigentes embolsassem boa parte dessa ajuda como "bonus" devido ao seu trabalho, que consistiu unicamente em levar suas empresas à falência.
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Quanto aos funcionários, esses foram contemplados com demissões em massa. Como pregava a escola de Milton Friedman, não existia "almoço grátis" a não ser para os presidentes dos grandes grupos econômicos que embolsaram bônus de milhões de dólares. E com teorias como esta, os jornalistas das nações sul-americanas não tiveram vergonha em desempenhar o papel de traidores do próprio povo, martelando sem parar a idéia de que o patrimônio energético, telefônico e viário era caro demais para as nações sul-americanas, era melhor vendê-lo para estrangeiros. Além de verem desaparecer a dívida interna, os maravilhados cidadãos ainda seriam premiados com tarifas mais baixas. Além de acontecer exatamente o contrário, receberam como prêmio extra o desemprego.
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Para Friedman proteger o cidadão da guerra do mercado era errado, era dar almoço grátis para seus cidadãos. No entanto seus seguidores sempre acharam certo que diretores e presidentes de empresas falidas como a General Motors nos EUA recebessem ajuda do governo americano e mais ainda, que seus dirigentes embolsassem boa parte dessa ajuda como "bonus" devido ao seu trabalho, que consistiu unicamente em levar suas empresas à falência.
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Quanto aos funcionários, esses foram contemplados com demissões em massa. Como pregava a escola de Milton Friedman, não existia "almoço grátis" a não ser para os presidentes dos grandes grupos econômicos que embolsaram bônus de milhões de dólares. E com teorias como esta, os jornalistas das nações sul-americanas não tiveram vergonha em desempenhar o papel de traidores do próprio povo, martelando sem parar a idéia de que o patrimônio energético, telefônico e viário era caro demais para as nações sul-americanas, era melhor vendê-lo para estrangeiros. Além de verem desaparecer a dívida interna, os maravilhados cidadãos ainda seriam premiados com tarifas mais baixas. Além de acontecer exatamente o contrário, receberam como prêmio extra o desemprego.

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Era acompanhada nisso pela Espanha. Depois de séculos de exploração e predação econômica, quando faliram sob o peso de seus vícios políticos e administrativos, mesmo tendo tido quase duzentos anos para purgarem seus erros e se apresentarem renovadas ao mundo, as duas nações retornaram para representar novamente um deprimente espetáculo de predação das relações sociais e econômicas dos países que vitimaram outra vez, juntamento com o trabalho de governantes mais assemelhados a traidores do que qualquer outra coisa. E agora, como há trezentos anos atrás estão pobres de novo.
Portugueses hoje depredam os imensos pedágios, que lá são chamados de portagens, colocados em estradas absurdamente superdimensionadas, que estariam mais bem colocadas em países como a Alemanha, com sua imensa frota automotiva. E hoje o primeiro ministro português fala em "alicerçar as exportações para recuperar as finanças públicas".
-Com certeza, exportando produtos de altíssima tecnologia como azeitonas, azeite de oliva, vinho e cortiça, quem sabe Portugal poderá até desequilibrar o comércio mundial. Se isso não tiver o retorno esperado, poderão os portugueses exportarem o fado, tradicional música portuguesa. Tudo é válido na hora do aperto.
-Quanto à Espanha, resta um caminho semelhante, com a exportação de vinhos e produtos hortifrutículas. Sem dúvida, um gigante da produção industrial, que sabe-se lá porque, hoje anda de chapéu na mão à cata de alguns euros da Alemanha, França, Holanda e alguns outros europeus de coração mole.


Não foi bom enquanto esse monstro atacou outros povos? Não foi lucrativo para eles enquanto o desemprego que provocavam em outros países lhes dava dividendos das ações dos seus idolatrados grupos industriais?
-Resta agora irem almoçar, se acharem alguém que lhes empreste dinheiro para isso, mas seguindo a máxima de Milton Friedman de que não existe almoço grátis, é bom irem se conformando com um emagrecimento forçado. Não foi o que sempre acharam bom para outros povos?
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Ora essa, porque ficam indignados agora que chegou a vez deles? Quanta hipocrisia.
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Ora essa, porque ficam indignados agora que chegou a vez deles? Quanta hipocrisia.

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