terça-feira, 30 de março de 2010

P30 Construção

Um exemplo a ser lembrado...
Ontem, acessando como sempre o bilogue "Promotor de Justiça" fui lendo os textos novos e percebi que junto do último comentário que eu havia deixado no texto que cita uma obra de Monteiro Lobato havia um comentário a mais. Fui ler para saber da opinião do leitor sobre os personagens que este genial escritor brasileiro criou. Foi uma grata surpresa.

Escreve-me um leitor anônimo da cidade de Sobral no Ceará achando interessante os pontos de vista que deixei no comentário que fiz. Eu o agradeço pelo que disse, mas mais do que isso, seu comentário se tornou para mim tocante pelo que diz, pelas atitudes que toma. É uma verdadeira declaração de coragem, de lucidez e acima de tudo de estoicismo frente às coisas que ele vê e que nós cidadãos de outros pontos desse Brasil também vemos diariamente. Mais do que ver, sofremos no fim das contas.

Morando na periferia de Sobral, presencia ele as cenas habituais de bairros com todos os problemas que vemos hoje afligindo os moradores das cidades brasileiras.

Mas deve ser destacado o que ele diz. Que presenciando as coisas que tornam a vida do cidadão comum mais aflitiva, ele se entristece. Está aí um sentimento que o torna diferente de muitos que hoje, alienados por uma série de circunstâncias, não veem ou preferem não sentir mais qualquer dor que seja pelo dia a dia que presenciam.

Mas o leitor de Sobral sente-se triste e por vezes se deprime com o que vê. Entendo seus sentimentos. E o elogio profundamente por ainda ter a capacidade de sentir as coisas assim, de observar a realidade, mesmo que dolorosa e em seu íntimo sentir-se motivado a fazer o melhor pelas outras pessoas que vê em situação desoladora. No Brasil de hoje poucos são os que ficam tristes com as coisas que vemos, com a nossa nação tão por baixo, apesar do retrato feliz que a imprensa brasileira procura passar, como sempre querendo agradar a quem está no poder. Grandes obras são vistas e propagadas enquanto que o que acontece nos cruzamentos de trânsito, nos bairros mais humildes, nas ruas, tudo isso fica em segundo plano, como pessoas de fora de um grande banquete, contidas por uma cerca e ignoradas pelos festivos governantes em seu repasto de verbas desviadas.

Nos dias de hoje, quando pessoas esclarecidas andam pelas ruas sem nenhum constrangimento com copos de bebida nas mãos, considerando o alcoolismo como comportamento civilizado, quando administradores políticos destroem livros, quando magistrados sentenciam em causa própria provocando a ruína do cidadão ou seja, quando toda a trama social se desfaz na nossa frente, tudo isso é mesmo para entristecer, para deprimir.

Por isso é de se destacar o que diz o leitor de Sobral:

"...porém em meu mundo particular, busco refúgio nos poucos livros que tenho, não para esquecer do que está acontecendo lá fora,mas sim para primeiro munir-me de conhecimento para auxiliar os que são estimulados a não desenvolver uma visão de mundo que os faça melhorar suas condições de vida, em todos os seus aspectos."

No outro mundo além desse, Monteiro Lobato não poderia estar mais feliz, mais reanimado ao ler essas palavras, ao tomar ciência do testemunho desse cidadão, que com seus livros, procura continuar a construção de sua consciência cívica, de sua postura de brasileiro que faz por merecer o caminho dos grandes vultos que tivemos em nossa história, em que pesem os dias atuais, quando de forma esmagadora faz-se verdade o profético ditado de Rui Barbosa:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

Mais do que nunca deve ser admirada a atitude do leitor de Sobral, que mesmo cercado por uma realidade que entristece qualquer cidadão, procura com seus livros, como ele mesmo diz, munir-se de mais conhecimento para fazer o melhor possível para poder ajudar o povo de sua nação, para tentar melhorar esse Brasil de hoje.

Existe mesmo uma vida após essa? Então Rui Barbosa sabe que cidadãos como o leitor de Sobral não estarão sozinhos na luta por melhorar tudo o que está errado. Monteiro Lobato sente que a frase que nos legou de que "Um país se faz com homens e livros" mais do que nunca retoma vida.

Mais do que um simples observador dos dias de hoje, o leitor de Sobral é no fundo, acima de todas as dificuldades, um exemplo perfeito do que entendemos como verdadeira cultura e lealdade ao que há de melhor em sua nação.

Com sua capacidade de observação e com seu altruísmo, dia a dia torna a si mesmo uma construção de tudo o que é melhor para esse sofrido Brasil de hoje.

sexta-feira, 19 de março de 2010

P29 Renovação

Pela força...

Para o observador atento nada tem sido mais desolador do que olhar de forma cuidadosa o panorama político do Brasil atual. A palavra política aqui tem uma abrangência significativa. Me refiro ao que podemos congregar nessa palavra como um todo para retratar uma nação, ou seja, o executivo, o legislativo, o judiciário, a sociedade como um todo.

E o retrato que emerge desse olhar é uma completa e desoladora ruína moral, que espelha de modo incontestável a situação desses poderes no Brasil. É no meio dessa ruína além de moral, humana, que habitam por assim dizer seus membros. Já acostumados com essa habitação que lembra mais a dos fantasmas dos contos de terror, aos poucos foram se moldando aos locais onde moram.

De forma espantosa, como no romance de Franz Kafka, "A Metamorfose" foram tornando suas mentes e seus hábitos tão parecidos com as ruínas que hoje, ruínas e moradores, fantasmas e pedras espalhadas são indistinguíveis. Em seu romance surrealista, Kafka narra o momento assombroso em que o personagem Gregor Sansa percebe que havia se transformado numa barata.

De forma semelhante, os membros desses três poderes no Brasil de hoje também se transformaram em insetos. Mas por vontade própria. No conto de Kafka, Gregor Sansa, abismado, percebe sua horrível metamorfose, da qual sequer sonhara em seus piores pesadelos e pede socorro para retomar a forma humana. Já os membros dos nossos três poderes voluntariamente foram se deixando levar por essa metamorfose que nada mais é do que se tornarem naturais habitantes da paisagem política criada pela infame constituição de 1988, que é cantada em prosa e verso pelos formas de vida parasitárias que por ela foram criadas e que às custas do Brasil e do sangue do povo brasileiro vivem.

Nada mais natural do que a farsesca "constituição cidadã" ter-se tornado apenas um chão fervilhante de insetos políticos dos mais repugnantes, alguns alçando voos aqui e alí. sendo por assim dizer, seus bem adaptados habitantes, em especial os que se regalam com as maiores alturas nesse meio institucional, que por ora temos que aguentar com extrema náusea. Bem, uma barata voa e crê que seu voo alcança ápices gloriosos para a natureza e no entanto continua sendo uma barata.

Não poderia ser de outra forma. Urdida por uma das mais infelizes e corruptas assembléias constituintes que o Brasil já presenciou, chamada por seus poucos críticos de "assembléia prostituinte" tudo mostra que nesses 22 anos de existência a tão falada "constituição cidadã" pode, em vista de tudo o que tem produzido de insetos políticos, ser de hoje em diante chamada de "prostituição cidadã". Assim ao menos a atividade a que se dedicam seus membros se torna mais específica para comentários e reflexões. Continua porém a repugnância de sua metamorfose, voluntária e desejada para se adequarem a esse meio onde vicejam.

Porém mesmo a natureza como a conhecemos, além da política propriamente dita, tem seus mecanismos de limpeza. Um deles é expresso pelo ditado "Ignea Natura Renovatur Integra" que significa que "Pelo Fogo a Natureza Inteira se Renova". O Brasil de hoje, em que pesem os cantantes meios de imprensa, sempre vendidos ao poder, se assemelha a um imenso galpão onde o cheiro de gasolina é mais do que perceptível. Uma fagulha, dessas que a história dos povos sempre faz surgir e tudo voa pelos ares. E com as chamas desaparecem essas repugnantes formas políticas que hoje infestam esse país.

O certo é que por bem, essas pragas jamais irão embora. Que seja pela força então.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

P28 Zona de pouso reaberta

Após alguns meses...
Depois de meses tentando reacessar meu antigo bilogue http://vellker.blog.terra.com.br/ (desculpem, aportuguesei o nome) tive a grata surpresa de vê-lo novamente, intacto, reformatado e em ordem ao que tudo indica nesses primeiros dias em que pude olhar. Mas o acesso ainda é precário. Em certos momentos nada consigo.

Em agosto de 2009 não pude mais entrar lá. E não foi porque errei a senha. Simplesmente não sei porque até hoje, mas seja lá como for, desde o dia 11 estou podendo fazer os acessos. É interessante constatar que o último registro marcava 49.423 acessos. Se bem que em certos momentos, como disse, meu acesso não se efetiva.

E ao conseguir reacessar o contador encontrei 55.306 acessos. Agradeço aos leitores que tiveram a paciência de ler os textos sem formatação e com as fotos deslocadas.

Já que a zona de pouso está reaberta, continuarei a escrever lá também, vez ou outra algum artigo a mais. O que pode ser mais interessante do que comentar as últimas loucuras dos nossos governantes?

De um lado um jurista que nada entende de material bélico e por esses dias brincando de ministro da defesa querendo comprar 36 inúteis caças Rafale da França e de quebra um mais inútil ainda submarino nuclear, com a promessa, sempre a eterna promessa de transferência de tecnologia. Desde a década de 70 que o Brasil usa radares franceses para controlar seu espaço aéreo. Perguntem se ele já sabe fazer radares. Sabe? Não. E para piorar em 1994, o governo FHC comprou um caríssimo radar da Raytheon americana, que seria a solução para a vigilância da Amazônia. E os traficantes, garimpeiros e invasores continuam fazendo tudo o que sempre fizeram no maior sossego. É claro, vigiados pelos radares do SIVAM. E daí que os radares da Raytheon estão olhando tudo? Grande coisa, não tem força aérea mesmo. Nem exército, cujos contingentes estão isolados no meio da selva, sem equipamento.

E isso tudo depois de todas as lições que tiramos do que aconteceu com a Argentina em 1982, que dependia de equipamentos franceses para lutar contra a esquadra britânica na guerra das Malvinas. E depois de esgotado seu estoque de mísseis franceses Exocet, com os quais afundaram alguns navios ingleses, ao pedirem mais material bélico para a França, que resposta ouviram os argentinos? O mais diplomático não. Disseram os franceses, que não, não venderemos mais mísseis parra vocês, nem peças de reposição para seus aviões Super Etendart, fabricados por nós franceses, pois não queremos ficar de mal coma Inglaterra, que está em guerra com vocês pois ela é nossa grande amiga aqui na Europa. E os argentinos ficaram literalmente a ver navios. Ingleses, é claro.

De outro lado, temos governos estaduais da região norte se esmurrando para pegarem verbas para a construção de usinas nucleares, enquanto crianças dos seus estados mendigam nas estradas ao mesmo tempo que suas escolas e prontos-socorros estão no mais completo abandono. Logo teremos retirantes nucleares. Já é um progresso, sem dúvida. Em seu memorável livro "Loucura Nuclear" de 1979, Kurt Rudolf Mirow já denunciava o absurdo do acordo nuclear Brasil-Alemanha que se destinava em última análise a socorrer a falida indústria nuclear alemã, construindo os reatores de Angra 1 e 2, que hoje são chamadas de usinas vagalume, que acendem e apagam.

Sem contar a produção de detritos nucleares que restam dos tubos de urânio gasto e que tem que ser estocados. A mistura radioativa inclui elementos nucleares que emitirão radiaçào por aproximadamente 24.000 anos. É isso mesmo leitor, vinte e quatro mil anos. Material altamente tóxico, altamente corrosivo, durante todo esse tempo. Claro, a imprensa que tudo descobre, não sabe onde estão estocando esse material.

Uma coisa é certa. Assunto não vai faltar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

P27 A vela e o galpão

A chama que muda tudo...
Podendo agora retornar à observação mais atenta da cena política nacional como todos os brasileiros o fazem, vejo cada vez mais claros os sinais históricos de uma mudança traumática na estrutura política sob a qual, como habitantes de uma grande nação, temos sido tão infelizes.

Ao longo desses últimos 24 anos de "democracia e cidadania" como apregoa uma imprensa abjetamente servil a interesses políticos diversos, temos visto a nação submergir na ignorância política, longamente cultivada na forma de uma progressiva alienação social por essa mesma imprensa. E tudo isso é chamado de "liberdade de informação".

Nada poderia ter sido mais útil aos políticos que desde então conseguiram assim aplicar um dos mais bem sucedidos estelionatos políticos já registrados na história política mundial. Não existem membros dessa política que estejam isentos de culpa. Como classe, julgada numa perspectiva histórica, a classe política brasileira é culpada de todos os crimes contra o povo de sua própria nação.

A situação, apesar do verniz de prosperidade pintado pela imprensa, é clara. A nação como um todo se afunda cada vez mais na pobreza, na violência e na ignorância de si mesma, da percepção individual até a percepção de nossa nação como personagem ativa da comunidade mundial nas mudanças que virão.

Assim como uma vela queima até o fim, também segue assim a política atual, que de forma inexorável vai atingir seu término, que virá na forma de uma mudança radical e violenta, apesar das cores alegres que passam sobre a vida nacional.

Assemelha-se a nossa situação à de um imenso galpão onde o cheiro de gasolina no ar é perceptível a todos.

Inevitavelmente virá a fagulhá que levará tudo pelos ares numa grande e verdadeiramente desejada explosão.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

P26 Sobre ruínas e ratos

Um casarão abandonado...

Com as recentes revelações de mais um escândalo político envolvendo o governador do Distrito Federal e seus assessores, que desempenham bem o papel de entrevistados coerentes e bem falantes, coisa que certamente já haviam treinado para o caso de um flagrante, vê-se a que ponto chegou o abandono de toda e qualquer noção de decência política. A casa política brasileira é hoje um casarão dos tempos coloniais, abandonado e em ruínas e onde esses ratos políticos fizeram seus ninhos e engordam roendo os bens da nação.

Honestidade, lealdade e coragem não fazem parte do ideário dos políticos dos dias de hoje no Brasil. Até mesmo a falta de modos e pudor, que até crianças aprendem a ter desde cedo eles abandonaram, tal a vergonha que foram as cenas explícitas de políticos enfiando dinheiro em suas roupas íntimas enquanto sorriam. Um deles, mesmo respondendo a 28 processos diferentes veio a ser nomeado assessor do atual governador do Distrito Federal.

O governador, egresso do escândalo da violação do sigilo dos políticos votantes no famoso caso do painel do congresso em 2001, pouco depois renunciou em lágrimas, dizendo-se arrependido. Continuou assim elegivel, manobra que já havia pensando e que lhe permitiu ascender a mais esse posto, onde tranquilamente continuou a cometer fraudes e a incentivar a corrupção com uma verdadeira quadrilha trabalhando a seu favor.

As tão cantadas soluções institucionais estão aí para quem quiser ver, putrefatas e bem ao gosto do apetite de aves de rapina, para quem quiser servir-se delas. Aliás, é delas que se servem esses políticos para poderem continuar cometendo crimes contra o povo. Foram eles mesmos que redigiram essas leis.

Devem todos se conscientizar de uma coisa. A de que esse casarão político deve ser derrubado e o será necessariamente pela força. Enquanto isso não acontecer, o povo brasileiro continua preso nessa ruína e pior ainda atacado por todo tipo de políticos, que hoje, de vereadores a congressistas se alimentam dos bem públicos.

Existe na história do Brasil um manifesto político escrito pelos tenentes da rebelião militar de 1924. Uma parte dele descreve com precisão o Brasil de hoje e merece ser lido para reflexões e uma tomada de posição:

"O Brasil de hoje está reduzido a verdadeiras satrapias, desconhecendo-se completamente o merecimento dos homens e estabelecendo-se como condição primordial, para acesso às posições de evidência, o servilismo contumaz que, movendo-se pela mola das ambições cada vez mais se generaliza, constituindo fator de degradação social. O povo ficou reduzido a uma verdadeira situação de impotência, asfixiado em sua vontade pela ação compressora dos que detem as posições políticas e administrativas. Dispondo de material bélico moderno, contra o qual os cidadãos inermes nada podem fazem, os dominadores tem-lhe coartado a manifestação da vontade pelas urnas, órgão legítimo pelo qual a soberania popular se exerce nas democracias.".

Nos últimos 25 anos, o tempo tem apresentado a todos os brasileiros, de forma indesmentível, os fatos que podem fazer qualquer um decidir que tudo isso deve ser terminado pela força.


Solução pacífica para nossas contradições políticas e sociais, essa não teremos mais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

P25 Uma pequena nota

Corações e mentes...
Por esses tempos, por conta da doença da minha mãe mal pude escrever neste espaço. Sofrendo há meses com uma enfermidade que piorava a cada dia, ela ficou sob meus cuidados. Foi uma estrada difícil de trilhar, cheia de pedras e espinhos por onde nunca imaginei passar.

Por conta disso raramente pude voltar aqui para alinhavar alguns textos. Nesse tempo todo aprendi da forma mais dolorosa a ser socorrista, enfermeiro, cuidador e tudo mais que uma pessoa idosa e doente precisa.

Enfim, hoje de tarde ela terminou seu sofrimento fechando os olhos para sempre. Cheguei a visitá-la no hospital para onde a levei ontem e me lembro do seu último olhar, o beijo em sua testa e a despedida. Pensei que ainda voltaria para uma próxima visita, o que me causava grande aflição pois um sofrimento assim tem que ter um fim.

E teve hoje. As dores se foram, ficaram só as lágrimas, poucas, que nesses tempos já derramei muitas. Acima de tudo a sensação de alívio de ver um sofrimento assim terminar começa a refazer a alma.

É madrugada, volto para casa para me alimentar um pouco e me refazer e depois desse breve retorno, saio para estar do lado do seu corpo.
Estou tão cansado. Mas essa estrada de lágrimas ficou para trás. Outras virão, mas são coisas da vida.

Mas antes de ser totalmente tomado por esse cansaço, me relembro das denúncias de hospitais abandonados, medicações e ambulâncias superfaturadas, verdadeiras orgias feitas com o dinheiro público destinado a socorrer os que, doentes e aflitos, procuram uma casa de saúde buscando a cura e alívio para seus males.

E por conta disso encontram alí mais doença, mais dor, mais desespero, enquanto políticos criminosos, verdadeiros assassinos do povo, esses sim, torturadores que contam com as graças de alianças políticas de antigos anistiados e pretensos "coitadinhos perseguidos" que nadam em gordas indenizações às custas desse mesmo povo assassinado, esquerdistas que foram um dia guerrilheiros de aluguel e que hoje mergulhados na corrupção, não veem mal algum em atirarem nas costas do povo que um dia disseram defender. E atiram favorecendo a corrupção, negociatas e conchavos com os pretensos inimigos de ontem, hoje amigos de negócios.

Lembro da dor e do sofrimento da minha mãe, que presenciei ao longo desses meses, penso nos milhares de homens, mulheres e crianças desse nosso país, sofrendo horrivelmente com a corrupçãos desses verdadeiros bandidos e chego à conclusão de que eles só tem um tipo de justiça pela frente.

A do paredão de fuzilamento. Sem pena, sem piedade, sem arrependimento, contra esses corruptos.
Que seja feita justiça a favor do povo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

P24 As coisas da política

Coisas inevitáveis...

Após um longo tempo sem poder estar aqui, pude enfim escrever algumas linhas, irmãs de outras que coloquei no outro espaço que mantenho, http://cartasnodia.blogspot.com/

Por certo que a política tem dado motivos e acontecimentos para meditações sobre as coisas que vemos no dia a dia. Das mais tristes e lamentáveis, apesar do cenário alegre que nossa imprensa, eternamente vendida passa aos cidadãos.

Mais que isso, sobre as coisas que são feitas por ditos representantes do povo e em seu nome, na essência idênticas ao que se fazia aos presos de campos de concentração, em nome de algum ideal, como assim diziam. O que observamos na vida da nação é tudo muito dolorido.

Essas coisas todas e mais o pensamento que algumas leituras e filmes nos trazem, vou colocar aqui em breve.

E apesar de manter o endereço do meu antigo bilogue (desculpem, mas aportuguesei a palavra ) devo dizer aos que tentarem acessá-lo que encontrarão apenas textos sem formatação, mas ainda legíveis, não sei por quanto tempo.

Acontece que há coisa de uns dois meses perdi o acesso a ele. Mais certamente falando pelo que pude constatar, meu acesso foi retirado. Depois de várias tentativas de acesso e recuperação, nada mais pude fazer. Aquele espaço foi meu aprendizado na exposição de idéias. Pelo teor de certos textos, acho que é possível imaginar que meu acesso foi mesmo retirado. Estarei enganado? Talvez. Mas navegar por todas as opções do mesmo nome eu consigo, acessar o antigo bilogue, de forma alguma é possível. Mas mesmo assim, por enquanto ainda vou mantê-lo registrado aqui: http://vellker.blog.terra.com.br/

Enquanto isso a política vai nos mostrando as coisas que fazem em nome dela e algumas situações que com certeza não gostaríamos de ver, menos ainda de estarmos no meio delas. Como cidadãos estamos, de forma irremediável.

Neste espaço defendo idéias, que se por um lado parecem atrasadas, por outro, constata o cidadão comum, do habitante das grandes metrópoles até o morador de habitações na Amazônia que uma solução se impõe de forma tentadora para tais males que por hoje sofremos, em especial o da corrupção desenfreada: a da forma autoritária, nos moldes do Estado Novo do sim, muito conhecido dos que apreciam política, Getúlio Vargas.

Há duas formas de que isso venha a ocorrer. Uma é através da coerção coletiva, que ocorre quando populações regidas por constituições como a americana, em certos momentos críticos da vida nacional podem fazer isso pela força das armas que mantém em suas casas.

Para quem está em dúvida, a 2a. emenda da constituição americana promulgada em 1789 declara que "Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido."

E porque não temos isso no Brasil? Porque depois de uma bem sucedida traição dos que se dizem representantes do povo e de sua maior cúmplíce, a imprensa, foi passada ao povo brasileiro a idéia de que entregar suas armas era a coisa mais certa a fazer. Com o clima político propício, grandes latifundiários e bandidos das mais diversas classes, políticos nas horas de folga, promulgaram uma lei que restringe a posse e porte de armas de forma só conhecidas em regimes totalitários como o da extinta União Soviética, se bem que o desarmamento foi pensado para um uso futuro pela classe política contra o povo. Por ora os bandidos desfrutam dele frente a uma população indefesa.

Ou seja, por sua própria ingenuidade e envolvido numa campanha de imprensa sem precedentes, movida por jornalistas tão vendidos quantos seus patrões políticos, conseguiram retirar do povo essa capacidade.

A tradicional ingenuidade política do povo brasileiro foi transformada na mais triste situação de ignorância política, coisa ainda pior, pelos mesmos governantes que posavam de "defensores da democracia" e nada mais eram do que um bando que ficou de fora da, digamos assim, mesa política. Logo quando assumiram o poder com sua pretensa decência, trataram de desmantelar a estrutura educacional para transformar o cidadão apenas num alienado político e aceitável contador de números, que era o necessário para que votassem.

Para se ter uma idéia, em 1937, em pleno Estado Novo, a legislação de posse e porte de armas sancionada pelo próprio Getúlio Vargas era liberal e permitia ao cidadão uma grande facilidade para a posse e porte de armas. Como velho gaúcho, acostumado a ter uma arma para sua defesa, Getúlio deixou uma brecha para que o povo pudesse se defender em seu dia a dia e em caso de necessidade, até mesmo o regime, na situação que previa um tanto arriscada pois afinal a 2a. Guerra Mundial estava a à vista. No democrático Brasil de hoje, só bandidos e o governo podem ter armas como quiserem, se bem que a distinção entre os dois se torna a cada dia mais difícil.

A possibilidade que resta é a da coerção maciça, quando setores majoritários das Forças Armadas se rebelam contra uma classe política cada vez mais corrupta e nociva à nação. Mas aí a classe política é vista como totalmente desmoralizada em todos os seus níveis, desde o federal até o municipal. Assim como ela é nos dias de hoje. Passa a ser inevitável o que aconteceu em 1937, quando Getúlio Vargas deu o golpe de estado, retirando o poder dos dirigentes políticos da época, em sua totalidade latifundiários.

Como sempre nesse caso, é a força de uma idéia e a aceitação pelas Forças Armadas de que a mudança pela força de uma situação intolerável é a que leva a esse desfecho. Esse é o único caminho de que dispõe a nação brasileira hoje, se quiser salvar seu futuro. Porém só com a determinação de uma idéia motivadora e ao mesmo tempo inovadora poderá fazer isso acontecer.

Em todo esse texto, entende-se coerção como a deposição de um regime e classe política das mais corruptas e entreguistas, sempre vendidos a estrangeiros, coisa que por esses tempos o povo brasileiro é obrigado a suportar, exatamente pela sua incapacidade em se defender.

Mas o breve surgimento dessa idéia, a mobilização ainda futura das Forças Armadas, isso é uma coisa inevitável, ainda bem.

Dirão um dia os historiadores, coisas da política.