terça-feira, 22 de dezembro de 2009

P27 A vela e o galpão

A chama que muda tudo...
Podendo agora retornar à observação mais atenta da cena política nacional como todos os brasileiros o fazem, vejo cada vez mais claros os sinais históricos de uma mudança traumática na estrutura política sob a qual, como habitantes de uma grande nação, temos sido tão infelizes.

Ao longo desses últimos 24 anos de "democracia e cidadania" como apregoa uma imprensa abjetamente servil a interesses políticos diversos, temos visto a nação submergir na ignorância política, longamente cultivada na forma de uma progressiva alienação social por essa mesma imprensa. E tudo isso é chamado de "liberdade de informação".

Nada poderia ter sido mais útil aos políticos que desde então conseguiram assim aplicar um dos mais bem sucedidos estelionatos políticos já registrados na história política mundial. Não existem membros dessa política que estejam isentos de culpa. Como classe, julgada numa perspectiva histórica, a classe política brasileira é culpada de todos os crimes contra o povo de sua própria nação.

A situação, apesar do verniz de prosperidade pintado pela imprensa, é clara. A nação como um todo se afunda cada vez mais na pobreza, na violência e na ignorância de si mesma, da percepção individual até a percepção de nossa nação como personagem ativa da comunidade mundial nas mudanças que virão.

Assim como uma vela queima até o fim, também segue assim a política atual, que de forma inexorável vai atingir seu término, que virá na forma de uma mudança radical e violenta, apesar das cores alegres que passam sobre a vida nacional.

Assemelha-se a nossa situação à de um imenso galpão onde o cheiro de gasolina no ar é perceptível a todos.

Inevitavelmente virá a fagulhá que levará tudo pelos ares numa grande e verdadeiramente desejada explosão.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

P26 Sobre ruínas e ratos

Um casarão abandonado...

Com as recentes revelações de mais um escândalo político envolvendo o governador do Distrito Federal e seus assessores, que desempenham bem o papel de entrevistados coerentes e bem falantes, coisa que certamente já haviam treinado para o caso de um flagrante, vê-se a que ponto chegou o abandono de toda e qualquer noção de decência política. A casa política brasileira é hoje um casarão dos tempos coloniais, abandonado e em ruínas e onde esses ratos políticos fizeram seus ninhos e engordam roendo os bens da nação.

Honestidade, lealdade e coragem não fazem parte do ideário dos políticos dos dias de hoje no Brasil. Até mesmo a falta de modos e pudor, que até crianças aprendem a ter desde cedo eles abandonaram, tal a vergonha que foram as cenas explícitas de políticos enfiando dinheiro em suas roupas íntimas enquanto sorriam. Um deles, mesmo respondendo a 28 processos diferentes veio a ser nomeado assessor do atual governador do Distrito Federal.

O governador, egresso do escândalo da violação do sigilo dos políticos votantes no famoso caso do painel do congresso em 2001, pouco depois renunciou em lágrimas, dizendo-se arrependido. Continuou assim elegivel, manobra que já havia pensando e que lhe permitiu ascender a mais esse posto, onde tranquilamente continuou a cometer fraudes e a incentivar a corrupção com uma verdadeira quadrilha trabalhando a seu favor.

As tão cantadas soluções institucionais estão aí para quem quiser ver, putrefatas e bem ao gosto do apetite de aves de rapina, para quem quiser servir-se delas. Aliás, é delas que se servem esses políticos para poderem continuar cometendo crimes contra o povo. Foram eles mesmos que redigiram essas leis.

Devem todos se conscientizar de uma coisa. A de que esse casarão político deve ser derrubado e o será necessariamente pela força. Enquanto isso não acontecer, o povo brasileiro continua preso nessa ruína e pior ainda atacado por todo tipo de políticos, que hoje, de vereadores a congressistas se alimentam dos bem públicos.

Existe na história do Brasil um manifesto político escrito pelos tenentes da rebelião militar de 1924. Uma parte dele descreve com precisão o Brasil de hoje e merece ser lido para reflexões e uma tomada de posição:

"O Brasil de hoje está reduzido a verdadeiras satrapias, desconhecendo-se completamente o merecimento dos homens e estabelecendo-se como condição primordial, para acesso às posições de evidência, o servilismo contumaz que, movendo-se pela mola das ambições cada vez mais se generaliza, constituindo fator de degradação social. O povo ficou reduzido a uma verdadeira situação de impotência, asfixiado em sua vontade pela ação compressora dos que detem as posições políticas e administrativas. Dispondo de material bélico moderno, contra o qual os cidadãos inermes nada podem fazem, os dominadores tem-lhe coartado a manifestação da vontade pelas urnas, órgão legítimo pelo qual a soberania popular se exerce nas democracias.".

Nos últimos 25 anos, o tempo tem apresentado a todos os brasileiros, de forma indesmentível, os fatos que podem fazer qualquer um decidir que tudo isso deve ser terminado pela força.


Solução pacífica para nossas contradições políticas e sociais, essa não teremos mais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

P25 Uma pequena nota

Corações e mentes...
Por esses tempos, por conta da doença da minha mãe mal pude escrever neste espaço. Sofrendo há meses com uma enfermidade que piorava a cada dia, ela ficou sob meus cuidados. Foi uma estrada difícil de trilhar, cheia de pedras e espinhos por onde nunca imaginei passar.

Por conta disso raramente pude voltar aqui para alinhavar alguns textos. Nesse tempo todo aprendi da forma mais dolorosa a ser socorrista, enfermeiro, cuidador e tudo mais que uma pessoa idosa e doente precisa.

Enfim, hoje de tarde ela terminou seu sofrimento fechando os olhos para sempre. Cheguei a visitá-la no hospital para onde a levei ontem e me lembro do seu último olhar, o beijo em sua testa e a despedida. Pensei que ainda voltaria para uma próxima visita, o que me causava grande aflição pois um sofrimento assim tem que ter um fim.

E teve hoje. As dores se foram, ficaram só as lágrimas, poucas, que nesses tempos já derramei muitas. Acima de tudo a sensação de alívio de ver um sofrimento assim terminar começa a refazer a alma.

É madrugada, volto para casa para me alimentar um pouco e me refazer e depois desse breve retorno, saio para estar do lado do seu corpo.
Estou tão cansado. Mas essa estrada de lágrimas ficou para trás. Outras virão, mas são coisas da vida.

Mas antes de ser totalmente tomado por esse cansaço, me relembro das denúncias de hospitais abandonados, medicações e ambulâncias superfaturadas, verdadeiras orgias feitas com o dinheiro público destinado a socorrer os que, doentes e aflitos, procuram uma casa de saúde buscando a cura e alívio para seus males.

E por conta disso encontram alí mais doença, mais dor, mais desespero, enquanto políticos criminosos, verdadeiros assassinos do povo, esses sim, torturadores que contam com as graças de alianças políticas de antigos anistiados e pretensos "coitadinhos perseguidos" que nadam em gordas indenizações às custas desse mesmo povo assassinado, esquerdistas que foram um dia guerrilheiros de aluguel e que hoje mergulhados na corrupção, não veem mal algum em atirarem nas costas do povo que um dia disseram defender. E atiram favorecendo a corrupção, negociatas e conchavos com os pretensos inimigos de ontem, hoje amigos de negócios.

Lembro da dor e do sofrimento da minha mãe, que presenciei ao longo desses meses, penso nos milhares de homens, mulheres e crianças desse nosso país, sofrendo horrivelmente com a corrupçãos desses verdadeiros bandidos e chego à conclusão de que eles só tem um tipo de justiça pela frente.

A do paredão de fuzilamento. Sem pena, sem piedade, sem arrependimento, contra esses corruptos.
Que seja feita justiça a favor do povo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

P24 As coisas da política

Coisas inevitáveis...

Após um longo tempo sem poder estar aqui, pude enfim escrever algumas linhas, irmãs de outras que coloquei no outro espaço que mantenho, http://cartasnodia.blogspot.com/

Por certo que a política tem dado motivos e acontecimentos para meditações sobre as coisas que vemos no dia a dia. Das mais tristes e lamentáveis, apesar do cenário alegre que nossa imprensa, eternamente vendida passa aos cidadãos.

Mais que isso, sobre as coisas que são feitas por ditos representantes do povo e em seu nome, na essência idênticas ao que se fazia aos presos de campos de concentração, em nome de algum ideal, como assim diziam. O que observamos na vida da nação é tudo muito dolorido.

Essas coisas todas e mais o pensamento que algumas leituras e filmes nos trazem, vou colocar aqui em breve.

E apesar de manter o endereço do meu antigo bilogue (desculpem, mas aportuguesei a palavra ) devo dizer aos que tentarem acessá-lo que encontrarão apenas textos sem formatação, mas ainda legíveis, não sei por quanto tempo.

Acontece que há coisa de uns dois meses perdi o acesso a ele. Mais certamente falando pelo que pude constatar, meu acesso foi retirado. Depois de várias tentativas de acesso e recuperação, nada mais pude fazer. Aquele espaço foi meu aprendizado na exposição de idéias. Pelo teor de certos textos, acho que é possível imaginar que meu acesso foi mesmo retirado. Estarei enganado? Talvez. Mas navegar por todas as opções do mesmo nome eu consigo, acessar o antigo bilogue, de forma alguma é possível. Mas mesmo assim, por enquanto ainda vou mantê-lo registrado aqui: http://vellker.blog.terra.com.br/

Enquanto isso a política vai nos mostrando as coisas que fazem em nome dela e algumas situações que com certeza não gostaríamos de ver, menos ainda de estarmos no meio delas. Como cidadãos estamos, de forma irremediável.

Neste espaço defendo idéias, que se por um lado parecem atrasadas, por outro, constata o cidadão comum, do habitante das grandes metrópoles até o morador de habitações na Amazônia que uma solução se impõe de forma tentadora para tais males que por hoje sofremos, em especial o da corrupção desenfreada: a da forma autoritária, nos moldes do Estado Novo do sim, muito conhecido dos que apreciam política, Getúlio Vargas.

Há duas formas de que isso venha a ocorrer. Uma é através da coerção coletiva, que ocorre quando populações regidas por constituições como a americana, em certos momentos críticos da vida nacional podem fazer isso pela força das armas que mantém em suas casas.

Para quem está em dúvida, a 2a. emenda da constituição americana promulgada em 1789 declara que "Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido."

E porque não temos isso no Brasil? Porque depois de uma bem sucedida traição dos que se dizem representantes do povo e de sua maior cúmplíce, a imprensa, foi passada ao povo brasileiro a idéia de que entregar suas armas era a coisa mais certa a fazer. Com o clima político propício, grandes latifundiários e bandidos das mais diversas classes, políticos nas horas de folga, promulgaram uma lei que restringe a posse e porte de armas de forma só conhecidas em regimes totalitários como o da extinta União Soviética, se bem que o desarmamento foi pensado para um uso futuro pela classe política contra o povo. Por ora os bandidos desfrutam dele frente a uma população indefesa.

Ou seja, por sua própria ingenuidade e envolvido numa campanha de imprensa sem precedentes, movida por jornalistas tão vendidos quantos seus patrões políticos, conseguiram retirar do povo essa capacidade.

A tradicional ingenuidade política do povo brasileiro foi transformada na mais triste situação de ignorância política, coisa ainda pior, pelos mesmos governantes que posavam de "defensores da democracia" e nada mais eram do que um bando que ficou de fora da, digamos assim, mesa política. Logo quando assumiram o poder com sua pretensa decência, trataram de desmantelar a estrutura educacional para transformar o cidadão apenas num alienado político e aceitável contador de números, que era o necessário para que votassem.

Para se ter uma idéia, em 1937, em pleno Estado Novo, a legislação de posse e porte de armas sancionada pelo próprio Getúlio Vargas era liberal e permitia ao cidadão uma grande facilidade para a posse e porte de armas. Como velho gaúcho, acostumado a ter uma arma para sua defesa, Getúlio deixou uma brecha para que o povo pudesse se defender em seu dia a dia e em caso de necessidade, até mesmo o regime, na situação que previa um tanto arriscada pois afinal a 2a. Guerra Mundial estava a à vista. No democrático Brasil de hoje, só bandidos e o governo podem ter armas como quiserem, se bem que a distinção entre os dois se torna a cada dia mais difícil.

A possibilidade que resta é a da coerção maciça, quando setores majoritários das Forças Armadas se rebelam contra uma classe política cada vez mais corrupta e nociva à nação. Mas aí a classe política é vista como totalmente desmoralizada em todos os seus níveis, desde o federal até o municipal. Assim como ela é nos dias de hoje. Passa a ser inevitável o que aconteceu em 1937, quando Getúlio Vargas deu o golpe de estado, retirando o poder dos dirigentes políticos da época, em sua totalidade latifundiários.

Como sempre nesse caso, é a força de uma idéia e a aceitação pelas Forças Armadas de que a mudança pela força de uma situação intolerável é a que leva a esse desfecho. Esse é o único caminho de que dispõe a nação brasileira hoje, se quiser salvar seu futuro. Porém só com a determinação de uma idéia motivadora e ao mesmo tempo inovadora poderá fazer isso acontecer.

Em todo esse texto, entende-se coerção como a deposição de um regime e classe política das mais corruptas e entreguistas, sempre vendidos a estrangeiros, coisa que por esses tempos o povo brasileiro é obrigado a suportar, exatamente pela sua incapacidade em se defender.

Mas o breve surgimento dessa idéia, a mobilização ainda futura das Forças Armadas, isso é uma coisa inevitável, ainda bem.

Dirão um dia os historiadores, coisas da política.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

P23 O zoológico e o congresso

Animais do zoológico e políticos do congresso...
Por um bom tempo sem poder comentar o que acontece por esses tempos, foi com profunda tristeza que fui vendo, como todos, o verdadeiro zoológico em que se tornou o que se chama de congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ). No que chamamos de zoológico, expostos aos olhares dos ditos seres humanos que se consideram pensantes e capazes de decisões racionais, estão aqueles seres menos dotados dessa racionalidade e que por tal razão tornaram-se presas dos ditos racionais para suas visitas e aprendizado sobre a vida dita animal e irracional.

Que me perdoem os animais, já que em sua grande desdita com a perda da liberdade primitiva, são expostos por vezes ao ridículo das gozações e maltratos de alguns dos ditos humanos. Afora os motivos para se sentirem humilhados, apareço eu agora comparando-os aos políticos do congresso nacional. Peço o perdão deles. É apenas uma analogia estabelecida pelo entendimento das coisas.

Temos visto ao longo desses meses cenas indescritíveis nesse zoológico que também por um paradoxal entendimento é chamado de congresso nacional.


No zoológico propriamente dito, os animais em sua primitiva conduta nada vêem de errado em estarem nús ou deitarem na lama, como aprenderam com seus, digamos assim, educadores. E de fato, se de uma forma mágica fossem subitamente dotados do mesmo intelecto que o nosso e da mesma eloqüência para discursos, defenderiam de forma incontestável seu direito de assim se portarem nas atuais condições, calando até o mais sábio filósofo dos humanos.

Já o contrário ocorre nos corredores do congresso nacional, onde de forma alguma, mesmo dotados de todas as habilidades do chamado pensamento racional e treinados na eloqüência dos discursos, jamais poderiam esses políticos defenderem as vilanias e crimes que cometem contra nossa nação e contra o povo brasileiro.

Acusações contra desafetos que depois aparecem em revide com as mesmas e comprovadas acusações contra os denunciantes de ontem, troca de insultos, troca de favores, corrupção sem freios, salas de senadores transformadas em alcovas capazes de tornarem redimidos autênticos prostíbulos e venda das riquezas da nação a países estrangeiros, esse tem sido o cenário já secular do que é chamado por aqui de congresso nacional. Ao menos, mesmo no zoológico os animais defendem o que julgam ser seu território.


Fica a triste, porém auspiciosa constatação de que como eu disse, se fossem os animais subitamente dotados de intelecto e eloqüência, poderiam com toda certeza defenderem seu modo vida e seu comportamento considerado animal.


Triste porque nos vemos como cidadãos, por ora presas de verdadeiros animais políticos, com atos e meios de vida repugnantes, que dirigem a nação como se estivessem num zoológico moralmente nús e politicamente sempre deitados na lama.


Auspiciosa porque podemos constatar que até mesmo os animais depois de sua inflamada defesa sobre suas atuais condições de vida, imediatamente passariam a se portar de forma a merecerem o intelecto e a eloqüência subitamente adquiridos, aparecendo e se portando frente aos humanos de forma irretocável.


Se o reino animal nos dá essa esperança, sem dúvida que um dia a veremos realizada, mesmo que a ferro e fogo, já que racionalidade e moralidade para alguns humanos de nada valem.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

P22 Casa da traição

Não é uma casa da nação, é um esconderijo...

Já se arrastam por mais de um mês os problemas e denúncias do que aconteceu na casa chamada de congresso nacional ( é em letra minúscula mesmo ) onde o senador José Sarney reaparece tranqüilo depois dos acertos com os principais poderes da república, em especial com o presidente Lula e os principais "bispos" do PT e do PMDB, todos unidos na busca de manter como sempre inalteradas as mais atrasadas estruturas políticas do Brasil desde que isso resulte em lucro pessoal e político para seus partidos e para os próprios acertantes do acordo do "salvem-se todos e esqueçam-se os crimes".

Criado para defender os interesses do povo e acima de tudo, com leis justas e atos de coragem até mesmo a integridade territorial de uma nação, a definição de congresso nacional perdeu completamente seu significado no Brasil dos dias de hoje, onde um grupo de pseudos senadores, que estariam mais bem descritos como jogadores de um cassino clandestino, jogam todas as cartas em favor do que se pode chamar de crimes econômicos, a saber, os crimes que resultam em ganhos financeiros propriamente ditos para eles e seus apaniguados e crimes políticos, esses traição pura e simples da nação brasileira.
Parece certo lembrar que como um país de imensa grandeza territorial e com recursos minerais ainda em boa parte inexplorados, pouco a pouco o Brasil, por maquinações e acertos dos seus dirigentes políticos, vai sendo lentamente cercado por uma conjunção de fatos políticos e físicos, que instiga a insolência de qualquer poder estrangeiro.

Enquanto o esconderijo que chamam de congresso nacional redige leis e aceita acordos internacionais que rebaixam sempre o Brasil frente a poderes estrangeiros, essa imensa reserva de recursos minerais, mais do que necessária, vital aos países ditos centrais como Estados Unidos e Europa, vai sendo a partir desses dias observada com a presença física de tropas estrangeiras.

Em movimentação ainda pouco explanada pelos analistas mais afeitos a estudos militares, o exército americano começa a executar mais uma das etapas de ocupação da Amazônia com a instalação de 7 bases militares em território colombiano, a pretexto de combater o narco-tráfico, coisa que poderia muito bem ser feita apenas por agrupamento de policiais do DEA, a agência anti-drogas americana em colaboração com grupamentos policiais colobianos.

O que interessa agora é a definitiva presença ostensiva de unidades militares americanas para a tarefa de assentamento de bases definitivas, cooptação direta de militares colombianos, infiltração de agentes de inteligência americana como civis na região amazônica e a coleta contínua de informações sobre a situação política, social e militar da região como um todo. Tudo é claro, disfarçado de "combate ao narco-tráfico".
O que parece normal aos dóceis repórteres brasileiros, que nada estranham nem nada comentam de forma incisiva com denúncias que sejam contundentes dessa movimentação, iniciada em meados da década de 90 com a presença das primeiras unidades avançadas do exército americano em território paraguaio nas chamadas "missões de treinamento".

Só com um poder político solapado por uma corrupção generalizada tal movimentação teria sido possível. Um congresso como o brasileiro, chafurdando em denúncias é um poder dos mais indicados para ajudar nessa traição. E para completar a tarefa, aumenta em milhares de vagas o quadro legislativo de vereadores, que por sua vez tornam-se coletores de fundos para seus superiores imediatos ou seja, as assembléias estaduais, que fazem o mesmo serviço para esse congresso. Esses três poderes em nada diferem de certos animais que afeitos à lama, nela vivem enfiados.

Pior ainda que existem comentaristas de jornais chamados de "prestigiosos", que é claro, com suas verbas publicitárias e equipamentos provenientes de grandes empresas estrangeiras, consideram normal a presença de tropas americanas na região. Com o agradecimento delas sem dúvida.

Lembrando das lições da História, em 1967 esses mesmos "prestigiosos jornais" consideravam o apocalipse em pessoa a presença de Che Guevara nessa mesma região, quando ele se embrenhou nas matas bolivianas para comandar o que seria o princípio de uma insurreição geral da América Latina.

Guevara terminou preso e executado para alegria dos comentaristas da época. Deixando o viés ideológico de lado, a simples presença de um só comandante esquerdista na época era o acontecimento mais terrível que poderia se desenrolar por aqui. Obedientes aos seus patrões, leia-se verbas publicitárias de empresas americanas, todos os comentaristas eram unânimes em sua condenação.

Passados 42 anos, os filhos intelectuais e de sangue desses mesmos comentaristas continuam com o pensamento de sempre ou seja, servilismo e obediência incondicionais a seus patrões estrangeiros, ainda mais que agora os estrangeiros, entre magnatas do ramo e operadoras de telefonia estrangeiras são mesmo donos de fato da maior parte do controle acionário dos "prestigiosos jornais brasileiros".

Che Guevara, por mais utópico e errado que estivesse em sua solitária cruzada, foi corajoso e digno até o fim, preferindo a morte à rendição.
Hoje o que vemos no partido que um dia se propôs a fazer mudanças de impacto, é a aliança firme a certa com tudo o que temos no Brasil que em termos políticos signifique traição e oportunismo em nome do lucro pessoal e prestígio para partidos políticos, hoje transformados em cassinos onde se joga o destino da nação.

Restou como registro histórico nas imagens feitas pelos fotógrafos, a bandeira vermelha que se um dia levantou-se como símbolo de mudança, hoje aparece abaixada como símbolo de adesismo e traição. Pior ainda, caída sobre a mesma lama onde chafurdam esses poderes políticos.
Discordâncias à parte, a memória de Che Guevara não poderia ter tido homenagem melhor do que essa. Ainda que equivocado, vê-se hoje que ele foi um verdadeiro combatente pela sua causa.

Esse sim manteve-se em pé até o fim, diferente dos que hoje, com sua imagem na camiseta, rastejam na lama por vontade própria.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

P21 Um pedido de desculpas

Coisas da vida...

Assim são certas coisas da vida. Negras como um mar negro, onde estamos perdidos em suas águas sem ter a mínima idéia de para onde ir. Horizonte? Nenhum. Somente a escuridão e o bater de braços, num nado que não se sabe onde vai dar. Ao menos tentar.
Peço desculpas aos poucos, porém bons amigos que aparecem aqui para ler alguns pensamentos.
Por esses tempos, com grave doença da minha mãe e cuidando eu dela em minha casa, só em raros momentos como esse posso escrever.
Doença, problemas que aparecem dia a dia e e em outra situação da vida me surge a perspectiva da solidão, uma velha conhecida que andava ausente. Mas a vida é feita de coisas assim. Nem todas são boas e as que um dia foram, foram mesmo, ao menos fica a lembrança.
Mesmo assim a vida nos coloca trilhos à frente. Podemos estar a pé. Vemos os trilhos enferrujados, então deduzimos que trens não passam alí há muito tempo. O que fazer?

Caminhar.

Um escritor uma vez esteve perdido num deserto. Sobreviveu porque caminhou, mesmo sem ter certeza de onde iria parar.

Ao menos eu tenho os trilhos. Já é é um rumo.